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quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Acerca das Alucinações e os Fenômenos Espirituais



Não raro, vemos indivíduos menos informados se referirem aos fenômenos espirituais(paranormais, mediúnicos ou qualquer outra denominação) como alucinações. 

Para que possamos refletir sobre bases sólidas, devemos, primeiramente, recorrer à definição da palavra alucinação. Assim, recorramos à Gale Encyclopedia of Medicine. Copyright 2008 The Gale Group, Inc. All rights reserved.  Nela, podemos ver a seguinte definição para alucinação:



Hallucination

A sensory experience of something that does not exist outside the mind. A person can experience a hallucination in any of the fivesenses. Auditory hallucinations are a common symptom of schizophrenia.

Alucinação

Uma experiência sensorial de algo que não existe fora da mente. Uma pessoa pode experienciar uma alucinação através de qualquer um dos cinco sentidos. Alucinações auditivas são um sintoma comum  de Esquizofrenia.


Alucinação(Dicionário Médico, BlaRiston,  2ª ed) 

Percepção sem estímulo externo a qual pode ocorrer em qualquer campo sensorial: auditivo, visual, olfativo, gustativo e tátil.  É uma sensação, implicitamente vivida pelo indivíduo em/ou de um objeto no mundo externo, mas que na realidade gera-se nele próprio.

Observadas as mais das vezes, em psicoses, as alucinações também podem ocorrer por efeito de certas drogas e substâncias tóxicas e por irritação mecânica de certas áreas do cérebro como parte de síndromes orgânicas cerebrais.
         
Em pessoas saudáveis, podem ocorrer alucinações na hipnose e em estados parciais de sono. Em geral, são projeções de desejos e conflitos profundos.


***


Dr. Gully fotografado ao lado de Kate King, falecida.
Como vimos nas definições acima, a alucinação é um distúrbio de ordem pessoal, subjetiva e, em geral, são projeções de desejos e conflitos profundos do indivíduo. Como explicar, portanto, o fato de que inúmeros cientistas como: William Crookes, Charles Robert Richet(fisiologista), William Jackson Crawford, Gustave Geley(psiquiatra), César Lombroso(psiquiatra)[todos premiados em suas áreas de estudo e em perfeita sanidade mental] e inúmeros outros tenham, todos, sofridos de alucinações em momentos diferentes, circunstâncias diferentes e estudando diferentes médiuns em reuniões de materialização sob rigorosa fiscalização, onde pessoas falecidas podiam ser vistas, ouvidas, sentidas e mais o importante, fotografadas ? 
Dr. William Crookes com Kate King
Seriam todos esses sábios renomados apenas sofredores de desordens psíquicas alucinatórias(mas e as câmeras fotográficas, será que se alucinam ?!) ? ou seriam maus experimentadores e fracos analistas enganados por fraudadores ? E que desordem mental tão peculiar é essa que faz pessoas sãs e altamente capacitadas enxergarem outras que já morreram ?  Estas explicações soam um tanto absurdas não, caro leitor ? Pasmem, pois estas são as principais argumentações engendradas pelos céticos mais empedernidos, sejam materialistas ou mesmo religiosos, cada um munido pelo seu sistema de crença filosófico ou teológico.

E quando nos deparamos com médiuns que dão recados, com informações precisas, de pessoas que já morreram(e que eles nem sequer sabiam da existência) a familiares também desconhecidos ? Onde estaria, aí, o caráter alucinatório da mensagem que o médium diz ter ouvido ou ainda psicografado ? A informação enviada pelo falecido, através do médium, extrapolou os limites da mente do médium e, assim, a definição de alucinação não mais se encaixa para se referir a esses fenômenos. Assim como qualquer outra explicação que venha a atribuir às atividades consciente ou inconsciente do psiquismo do médium.


E o que dizer acerca de pessoas que passaram por uma experiência fora do corpo em um hospital, durante uma cirurgia, e que se viram fora dos seus corpos(adormecidos) e, ao acordar, contaram que puderam ver tudo(de uma perspectiva diferente de onde se encontrava o seu corpo na mesa cirúrgica) que se passou durante o ato cirúrgico e a informação foi confirmada por médicos e enfermeiros ?  Não é incomum que pessoas nesta condição(fora do corpo) saiam da sala de cirurgia e percorram outros cômodos do hospital e relatem acontecimentos verídicos que ocorram enquanto elas estava sendo operadas, adormecidas, na mesa de cirurgia. Como encaixar as experiências fora do corpo nas definições acima sobre alucinações ?  

Como atribuir à ocorrências alucinatórias fatos lembrados em uma sessão de regressão hipnótica onde a paciente(em Muitas Vidas, Muitos Mestres, de Brian Weiss), completamente alheia a assuntos de ordem metafísica, espiritual ou paranormal, fala de outras vidas, com informações precisas sobre o assunto, e como se não bastasse isso,  manda recados do pai do terapêuta(falecido) com informações absurdamente precisas sobre o filho do psiquiatra, também já falecido ? Onde se encontra, aí, o componente, pessoal e restrito à mente do médium ? Novamente, aqui, as informações passadas extrapolaram os limites da mente do médium. 

E como uma médica sã e conceituada como Elisabeth Klüber-Ross começa a ver espíritos e sair do corpo ?(Ver A Roda da Vida, Elisabeth Klüber-Ross)

É curioso ver como  algo que extrapola os limites da concepção existencial do senso comum humano pode ser desprezado como uma alucinação, algo sobrenatural ou outras formas de dizer que algo que não satisfaz a sua forma de ver o mundo. Isso nada mais representa que uma fuga para não lidar com algo que desagrada e, muitas vezes, fere interesses pessoais.

Sobre o assunto, comenta Allan Kardec e os Espíritos:


"Provam os fatos que há aparições verdadeiras, que a teoria espírita explica perfeitamente e que só podem ser negadas pelos que nada admitem fora do organismo. Mas ao lado dessas visões reais existem alucinações, no sentido que se dá a essa palavra? Não se pode duvidar. Qual a sua origem? Os Espíritos é que vão esclarecer-nos sobre isso, porquanto a explicação, parece-nos, está toda nas respostas dadas às seguintes perguntas:

         a) As visões são sempre reais ou são algumas vezes efeito da imaginação? Não serão, algumas vezes, efeito da alucinação? Quando vemos em sonho, ou de outra maneira, o diabo, ou outras coisas fantásticas, que não existem, não será isso um produto da imaginação? 
         — Sim, algumas vezes, quando dá muita atenção a certas leituras, ou a histórias de feitiçarias, que impressionam, a pessoa, lembrando-se mais tarde dessas coisas, julga ver o que não existe. Mas, também, já temos dito que o Espírito, sob o seu envoltório semimaterial, pode tomar todas as formas para se manifestar. Pode, pois, um Espírito brincalhão aparecer com chifres e garras, se o quiser, para divertir-se à custa da credulidade daquele que o vê, do mesmo modo que um Espírito bom pode mostrar-se com asas e com uma figura radiosa.

         b) Podem-se considerar como aparições os rostos e outras imagens que, muitas vezes, se mostram, quando cochilamos ou simplesmente quando fechamos os olhos? 
         — Desde que os sentidos entram em torpor, o Espírito se desprende e pode ver longe, ou perto, aquilo que lhe não seria possível ver com os olhos. Muito freqüentemente, tais imagens são visões, mas também podem ser efeito das impressões que a vista de certos objetos deixou no cérebro, que lhes conserva os vestígios, como conserva os dos sons. Desprendido, o Espírito vê nos seu próprio cérebro as impressões que aí se fixaram como numa chapa fotográfica. A variedade e a mistura dessas impressões formam os conjuntos estranhos e fugidios, que se apagam quase imediatamente, ainda que se façam os maiores esforços para retê-los. A uma causa idêntica se devem atribuir certas aparições fantásticas que nada têm de reais e que muitas vezes se produzem durante uma enfermidade."

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Falamos hoje sobre as alucinações e os fenômenos espirituais. Esperamos que o artigo tenha sido útil à você leitor que estava procurando(ou não) algo neste sentido :)

Desejamos Boas Festas :)

Logo voltamos com mais novidades :)

Grande Abraço :)








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