DEPOIS DE ALLAN KARDEC
Olá, amigos ! Hoje terminamos a série de três posts que fizemos abordando o contexto histórico das pesquisas espirituais. No post de hoje falaremos da Era Após Allan Kardec sobre a pesquisa da Vida Após a Morte;
Em 1869, aproximadamente 2 meses antes da morte de Allan Kardec, conta-nos o Dr. Paul Gibier, em " O Espiritismo - Faquirismo Ocidental":
"Quando a Dialectical Society, composta de notabilidades científicas, decidiu em sua sessão de 6 de janeiro de 1869 que ia ocupar-se com os “pretendidos fenômenos espíritas”, era, conforme declaração da ata, com a ideia de que ia destruir para sempre essa superstição que começava a ser um estorvo, porque todo o mundo falava dela. A Dialectical Society nomeou para esse fim uma comissão formada por trinta e três membros efetivos, que se subdividiram em seis sub-comissões Entre os membros dessa comissão figurava um sábio cujo nome é muito conhecido entre os naturalistas: Alfred Russel Wallace, codescobridor da Seleção Natural, juntamente com Charles Darwin. Ambos apresentaram seus trabalhos, ao mesmo tempo, na Linnean Society of London.
Excetuando quatro membros que desde o começo acreditaram na realidade dos fenômenos sem aceitarem a teoria espírita, e outros quatro que ao mesmo tempo admitiam os fenômenos e a dita teoria, a comissão compunha-se de sábios completamente cépticos. Entretanto, quando chegou o momento de apresentar um relatório à Dialectical Society, condensaram em um único feixe os resultados das experiências tentadas pelas seis sub-comissões – a maior parte delas somente com as “forças” dos membros –, e todos esses depoimentos relativos às investigações feitas pelos seis grupos de sábios, trabalhando separadamente, foram concordes.
Relatório da Comissão da Sociedade Dialética de Londres |
O relatório das comissões dos trinta e três compunha-se de duas partes distintas: na primeira parte eram relatados os fatos verificados pelas seis sub-comissões; a segunda continha os testemunhos orais ou escritos, fornecidos aos membros desse inquérito de novo gênero, por testemunhas honestas e dignas de fé.
Na primeira parte, o relatório concluía afirmativamente a respeito da existência:
1º) de ruídos, de vibrações, de natureza muito variada, produzidos fora de toda ação muscular ou mecânica;
2º) de movimento de corpos pesados sem ação muscular ou mecânica e freqüentemente sem contato ou conexão com pessoa alguma;
3º) de ruídos que, por meio de um código de sinais, respondem a perguntas de maneira inteligente;
4º) ainda mais, se as comunicações são em grande parte de caráter banal, dão às vezes informações desconhecidas de todos os presentes;
5º) e também que existem certas pessoas favoráveis por sua presença à produção do fenômeno, enquanto que outras pessoas os contrariam, mas que essa diferença nada tem que ver com a opinião professada por essas pessoas em re-lação aos fenômenos.
Os depoimentos orais ou escritos foram trazidos à Sociedade por diferentes personalidades, tais como o professor A. de Morgan, presidente da Sociedade Matemática de Londres e secretário da Real Sociedade Astronômica; M. C. F. Varley, engenheiro-chefe das companhias de telegrafia internacional e nacional e transatlântica, amigo do ilustre Tyndal.
Esta segunda parte do relatório era ainda mais variada do que a primeira, e o relator concluía que os testemunhos mencionados afirmavam a existência de fatos tais como: corpos pesados e, em certos casos, homens elevando-se espontaneamente no ar; aparição de mãos e de formas que não pertenciam a nenhum ser humano, mas parecendo animadas e podendo ser agarradas pelos assistentes; execução de trechos de músicas em instrumentos que ninguém estava tocando; aparição quase instantânea de desenhos ou pintu-ras, formando-se espontaneamente, etc.
O Sr. Russel Wallace faz notar que as suas observações levaram-no a estabelecer que o grau de convicção obtido pelo experimentador é mais ou menos igual à soma de tempo e de trabalho empregados nas investigações. Assim acontece relativamente a todos os fenômenos naturais, ao passo que o exame de uma impostura ou de uma ilusão, diz o Sr. Wallace, conduz a um resultado invariavelmente oposto.
Os membros da Sociedade Dialética, que não tinham feito parte da comissão, não ousaram tomar a responsabilidade do relatório e deixaram que os membros da referida comissão o publicassem por sua conta e risco. O Sr. Crookes conhecia as experiências da Sociedade Dialética, por isso não deviam surpreender-lhe os primeiros resultados que obteve."
Entre 1870 e 1873, William Crookes, uma das mentes mais brilhantes do seu tempo, estudou os fenômenos mediúnicos, sendo o mais famoso deles a materialização do Espírito Katie King. Sobre o estudos do sábio, nos diz o Dr. Paul Gibier:
"É mister ler-se o livro do Sr. Crookes para fazer-se uma idéia do zelo de precauções de que ele se rodeou em suas experiências. O pobre Home(o médium) era submetido a provas bem ofensivas; seguravam-se-lhe os pés e as mãos, não tinha o direito de fazer um movimento, sem que muitos pares de olhos desconfiados se fixassem nele. As experiências acima foram repetidas com outra pessoa dotada de um “poder” semelhante ao do Sr. Home, mas menos forte. Ademais, com essa pessoa, que o Sr. Crookes não nomeia porque, diz ele, ela não fez profissão de médium, o sábio realizou experiên-cias da mesma natureza, mas com instrumentos mais delicados." Já escrevemos sobre William Crookes e suas pesquisas no post: Sir William Crookes e as suas pesquisas com o Espírito Katie King.
Ernesto Bozzano |
Oliver Lodge |
Society for Psychical Research
A Society for Psychical Research (SPR) é uma organização sem fins lucrativos que se iniciou no Reino Unido e depois se constituiu em outros países. O seu fim declarado é a compreensão dos "eventos e habilidades comumente descritas como psíquicas ou paranormais através da promoção e apoio a importantes pesquisas nesta area" e "examinar alegados fenômenos paranormais de maneira científica e imparcial." Fundada em 1882, a SPR foi a primeira sociedade para realizar pesquisa acadêmica organizada em experiências humanas que desafiam modelos científicos contemporâneos.
Há alguns meses, nós do blog Luzes do Bem, fizemos uma entrevista com Guy Lyon Playfair, atualmente membro do conselho da Sociedade, a entrevista pode ser lida aqui: Entrevista com Guy Lyon Playfair.
Alguns dos pesquisadores citados acima fizeram parte da SPR.
Terminamos, assim, essa rápida síntese sobre a história da pesquisa sobre vida após a morte, há muito mais a ser dito, em uma nova oportunidade abordaremos mais sobre assunto :)
Terminamos, assim, essa rápida síntese sobre a história da pesquisa sobre vida após a morte, há muito mais a ser dito, em uma nova oportunidade abordaremos mais sobre assunto :)
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