Amigos do Blog Luzes do Bem, no post anterior falamos a respeito de uma refutação a um artigo que versava sobre a obra "Nosso Lar", de André Luiz, pela psicografia de Chico Xavier.
O artigo refutado pode ser encontrado, na íntegra, neste endereço:
http://umolharespirita1.blogspot.com.br/2011/10/nosso-lar-e-umbral-uma-realidade-nao.html
Para uma questão de melhor visualização e separação dos argumentos, colocamos as citações do artigo refutado em vermelho.
"Só o amor permanece depois de todas as ilusões,
que caem como folhas com o amadurecimento." - Josué
O artigo refutado pode ser encontrado, na íntegra, neste endereço:
http://umolharespirita1.blogspot.com.br/2011/10/nosso-lar-e-umbral-uma-realidade-nao.html
Para uma questão de melhor visualização e separação dos argumentos, colocamos as citações do artigo refutado em vermelho.
Por Alexandre Filho
"Se o engano aparece e dá o seu espetáculo, melhor é que a verdade venha junto"
Amaro
"Só o amor permanece depois de todas as ilusões,
que caem como folhas com o amadurecimento." - Josué
Assim inicia a autora,
“Desde a
publicação do livro Nosso Lar pelo espírito André Luiz, psicografado pelo
médium Chico Xavier, que o inferno
católico transvestiu-se em ‘umbral’, alimentado pelo imaginário dos
‘espíritas’ ainda arraigados à dogmática católica. Por outro lado, a “cidade espiritual” denominada de “Nosso
Lar“, tornou-se o céu, cujo destino é almejado por todos aqueles que sonham
com a felicidade quando do retorno ao plano espiritual”
Já no início do artigo, a autora lança mão de
duas proposições equivocadas, grifadas acima, no que diz respeito à natureza
das esferas espirituais onde é relatado o “Umbral” e também a colônia
espiritual “Nosso Lar”, fazendo alusão ao “Inferno” e ao “Céu” da Teologia Católica.
Seguindo a definição mais simples que se possa encontrar sobre Céu e Inferno, sabe-se que, no primeiro, teríamos uma paz(contraditória em si mesma) baseada em uma contemplação eterna e inútil das belezas celestes, contrapondo-se a isso o Inferno, onde teríamos os sofrimentos eternos, na expiação de “nossos pecados”. Ambos locais determinados e fixos.
Para todo aquele que leu as obras de Andre Luiz sobre o assunto , “Umbral” e “Nosso Lar” não se enquadram nessa definição. No caso do “Umbral” diz respeito a um ambiente onde encontram-se grupos de Espíritos em condição de sofrimento ou de baixo nível espiritual, não é um local fixo como o dito Inferno, uma vez que é fácil perceber que trata-se de um ambiente que é uma resultante dos pensamentos deteriorados dos indivíduos que lá estão; retire os indivíduos daquele local e ele deixará de ser daquela forma ! Portanto, onde agora está o “Umbral” ? Como podemos denominar isso de um local fixo, como quer fazer sugerir a autora ?
Perguntaríamos a autora do artigo: Aqui no plano
físico, quantos lugares verdadeiramente tenebrosos não encontramos, onde há
sofrimentos acerbos ? Torturas, perseguições, fome, escravidão, tudo isso
provocados por Espíritos encarnados, movidos pelo Egoísmo e o Orgulho. Quanto
aos “seres diabólicos” ou monstruosos mencionados, perguntou-se a autora sobre a sua natureza ?
De onde vêm ? o que são ? por que são(ou estão) dessa forma ?
Dr. Eben Alexander III, Neurocientista da Universidade de Harvard, um indivíduo inicialmente materialista, em seu livro “Uma Prova do Céu” (título que remete apenas à sua percepção referente a um dos lugares que visitou) conta-nos o que passou quando de uma Experiência de Quase Morte e viu-se em uma região inferior, tal qual a denominada de “Umbral” por André Luiz. Seu relato – que como os estudiosos da área sobre Experiências Fora do Corpo bem o sabem, não é único -, de indivíduo independente e alheio a literatura mediúnica, chega a impressionar pela extrema semelhança com o relato feito por André Luiz no início da obra “Nossa Lar” isso é teoricamente importante, tendo em visto que representa a experiência de um encarnado em condições semelhantes a experimentada por um desencarnado. Transcrevo então, a título de análise, trechos extraídos do capítulo 5 do seu livro supracitado intitulado “Mundo Subterrâneo” (Lembrando que não se trata de uma obra mediúnica, mas sim de relato de experiência fora do corpo).
766 A vida social é uma obrigação natural?
Para
encerrar a questão sobre namoro, lembro
que atendi a um Espírito, um jovem de 27 anos, em estado de sofrimento que
desencarnou sem ter constituído família e isso era um grande problema para ele.
Durante a nossa conversa ele me revelou forte de vontade de possuir uma
namorada, mesmo estando desencarnado, ou seja, nada mais natural para quem
morreu com esse dilema ! Isso é o que ocorre na realidade e não apenas o
resultado de análise teórica apenas. A morte não muda o ser humano
instantaneamente ! Mudam, sim, as condições ambientes, mas o EU, a
Consciência, o Espírito, este leva milênios para mudar! Tudo em questão de
evolução, e como esse amigo que acabei de dizer, os Espíritos de “Nosso Lar”
estão longe da envergadura espiritual dos mentores.
Seguindo a definição mais simples que se possa encontrar sobre Céu e Inferno, sabe-se que, no primeiro, teríamos uma paz(contraditória em si mesma) baseada em uma contemplação eterna e inútil das belezas celestes, contrapondo-se a isso o Inferno, onde teríamos os sofrimentos eternos, na expiação de “nossos pecados”. Ambos locais determinados e fixos.
Para todo aquele que leu as obras de Andre Luiz sobre o assunto , “Umbral” e “Nosso Lar” não se enquadram nessa definição. No caso do “Umbral” diz respeito a um ambiente onde encontram-se grupos de Espíritos em condição de sofrimento ou de baixo nível espiritual, não é um local fixo como o dito Inferno, uma vez que é fácil perceber que trata-se de um ambiente que é uma resultante dos pensamentos deteriorados dos indivíduos que lá estão; retire os indivíduos daquele local e ele deixará de ser daquela forma ! Portanto, onde agora está o “Umbral” ? Como podemos denominar isso de um local fixo, como quer fazer sugerir a autora ?
“Diante de
seu relato, identifica-se de pronto a incontestável semelhança com o ‘inferno’
católico, ao ser aquele descrito, como uma região tenebrosa, com seres diabólicos,
e sofrimentos acerbos.”
Dr. Eben Alexander III, Neurocientista da Universidade de Harvard, um indivíduo inicialmente materialista, em seu livro “Uma Prova do Céu” (título que remete apenas à sua percepção referente a um dos lugares que visitou) conta-nos o que passou quando de uma Experiência de Quase Morte e viu-se em uma região inferior, tal qual a denominada de “Umbral” por André Luiz. Seu relato – que como os estudiosos da área sobre Experiências Fora do Corpo bem o sabem, não é único -, de indivíduo independente e alheio a literatura mediúnica, chega a impressionar pela extrema semelhança com o relato feito por André Luiz no início da obra “Nossa Lar” isso é teoricamente importante, tendo em visto que representa a experiência de um encarnado em condições semelhantes a experimentada por um desencarnado. Transcrevo então, a título de análise, trechos extraídos do capítulo 5 do seu livro supracitado intitulado “Mundo Subterrâneo” (Lembrando que não se trata de uma obra mediúnica, mas sim de relato de experiência fora do corpo).
Assim começa Eben:
“Escuridão, mas uma escuridão visível – como estar submerso na lama, mas ainda assim poder ver
através dela. Gelatina escura talvez seja a melhor descrição: transparente, mas
turva embaçada, claustrofóbica e sufocante.”
“(...)Há som também:
um golpear profundo e ritmado, distante, porém forte, de modo que cada pulsação
o atinge em cheio. Como uma batida de coração ? Um pouco, só que mais sombrio,
mais mecânico, como o som de metal
contra metal, como se um gigantesco ferreiro subterrâneo estivesse martelando
uma bigorna bem perto: golpeando tão forte que o barulho ecoa pela terra, pela
lama, ou pelo que quer que seja aquilo onde você está.”
“(...) Não sei dizer exatamente quando aconteceu, mas em
certo momento tomei consciência de
alguns objetos que me rodeavam. Eles se assemelhavam a pequenas raízes,
ou a vasos sanguíneos em um grande útero lamacento. Com uma coloração vermelha,
escura e brilhante, eles desciam de algum lugar muito lá em cima em direção a
outro lugar igualmente distante. Olhar para essas coisas era como ser uma
toupeira ou uma minhoca no fundo da terra e, de alguma forma, ser capaz de
enxergar o intricado complexo de raízes e árvores à sua volta. (...) Essa é a razão pela qual,
ao pensar sobre aquele lugar mais tarde, passei a chamá-lo de ‘Região do Ponto
de Vista da Minhoca’”
“(...) Quanto mais tempo ficava ali, menos confortável me
sentia. No começo, eu estava tão imerso que não havia diferença entre ‘mim’ e o
elemento meio repulsivo e ligeiramente familiar que me rodeava. Mas, aos
poucos, essa sensação de imersão profunda, atemporal, e sem fronteiras, deu
lugar a outra coisa: o sentimento de que eu não fazia parte daquele mundo
subterrâneo, embora estivesse dentro dele.”
“Caras grotescas de animais borbulhavam na lama, grunhiam,
guinchavam e desapareciam de novo. Escutei urros medonhos. Algumas vezes, esses
urros e grunhidos davam lugar a cânticos rítmicos e obscuros que eram, ao mesmo
tempo, assustadores e curiosamente conhecidos...”
“(...)Quanto mais me sentia como eu- como alguma coisa
separada do ambiente frio, úmido e escuro à minha volta- , mais os rostos que
borbulhavam na massa pegajosa se tornava feios e ameaçadores. As batidas ritmadas do
ferreiro também ficavam mais intensas: pareciam britadeiras de trabalhadores
subterrâneos, tipo ogros, executando uma tarefa interminável e massacrantemente monótona. O movimento à minha volta tornou-se menos visual e
palpável, como se criaturas parecidas com vermes e répteis estivessem passando
em bandos e de vez quando esfregassem suas peles macias ou espinhosas em mim.
“Foi então que tomei a consciência de um odor: era uma
mistura de cheiro de fezes, sangue e vômito. Em outras palavras,um cheiro
biológico, porém de morte, não de vida. À medida que minha consciência se
aguçava, eu me aproximava mais do pânico. Eu não pertencia àquele lugar.
Precisava escapar.
Mas para onde ?
Quando me fiz essa pergunta, algo novo emergiu da escuridão,
alguma coisa que não era fria, nem morta, tampouco sombria, mas o exato oposto
disso tudo. Mesmo que eu passasse o resto da vida tentando, não conseguiria
fazer justiça à entidade que se aproximava de mim. Nem sequer chegaria perto de
descrever como era bela.”
E assim Eben Alexander III, termina o primeiro capítulo do
seu livro citado anteriormente. Após o
ocorrido, Eben é amparado por um mentor Espiritual, da mesma forma que André
Luiz.
A referência a regiões densas e tenebrosas onde há
sofrimentos acerbos, no mundo espiritual, também foi entrevista por Allan
Kardec em suas pesquisas. Revista Espírita, Ano III, 1860, página
85: “História de um danado” . Neste artigo, Kardec exibe um diálogo
com um Espírito revoltado, assassino quando encarnado. Na 14ª pergunta que dirige
a São Luiz, mentor dos trabalhos naquela noite, ele indaga:
14 - “Esse Espírito é sofredor e infeliz. Podeis descrever o
gênero de sofrimentos que ele suporta ?”
Resp- Está convencido
de que deverá ficar eternamente na situação em que se encontra. Vê-se
constantemente no momento em que praticou o crime: qualquer outra lembrança lhe
foi apagada, e interdita qualquer comunicação com outro Espírito.
Na Terra só pode estar naquela casa e, quando no espaço, nas
trevas e na solidão.
Mais a frente, continua:
62 – “Poderíeis descrever seu gênero de suplício?”
Resp. – É atroz para ele. Como sabeis, foi condenado a ficar
na casa onde o crime foi cometido, sem poder dirigir o pensamento a outra coisa
senão ao crime, sempre diante de seus olhos, e julga-se condenado a essa
tortura para todo o sempre.
63 - “Está mergulhado
na escuridão?”
Resp. – Escuridão, quando quer afastar-se desse lugar de
exílio.
Observemos ainda, como mais uma forte
corroboração, o trabalho de Friedrich Jüergenson, “Telefone para o Além”, onde,
por meio da Transcomunicação Instrumental, recebeu dos Espíritos
informações muito semelhantes as passadas por André Luiz e pelo Dr Eben
Alexander III. Os relatos aqui mencionados(o terceiro logo abaixo) são
teoricamente importantes, haja vista que convergem para o mesmo ponto, não
obstante venham de fontes totalmente distintas, quer digamos respeito aos
pesquisadores citados, quer pelo processo pelo qual as informações vieram,
respectivamente: Experiência fora do corpo, Mediunidade e Transcomunicação
Instrumental. Seguimos, então, com o relato que pode ser encontrado em Friedrich
Jüergenson, “Telefone para o Além”, Capítulo 20: “Nas Cavernas do Submudo”.
Assim nos diz Jüergenson:
"Nos últimos
meses recebia frequentemente dos
meus amigos do Além
mensagens sobre as condições predominantes em
certas regiões do mundo espiritual. Recebia essas mensagens
gradativamente, de acordo
com a minha evolução
e compreensão unitiva.
Primeiro fizeram-me uma
descrição detalhada do
Além, com um quadro bastante claro
de um determinado
plano de existência,
ao qual meus amigos demonstravam especial dedicação.
Esse local — se quisermos adotar esta palavra — denominava-se subúrbio
e abrangia uma
série de “distritos” ou
planos de existência.
Depois me foi descrito o
plano inferior, que
abriga os representantes de pavorosas deformações
do espírito humano. Tais
deformações podiam assinalar-se
como consequência direta
da crueldade em
geral, cuja força cega
criou, dentro da plasticidade de
fácil configuração da
matéria das esferas sutis,
regiões ocas, que os meus
amigos chamavam cavernas. As ondas negativas de pensamento
e emoções — sobretudo
o pavor , a inveja
e o ódio — mediante a força do
desejo e da imaginação, formam, facilmente, com
a matéria astral,
elementos que correspondem exatamente ao caráter
desses impulsos emocionais. O
estado da coisa em
si, ou seja,
a formação do ambiente,
parece processar-se de modo
quase automático, independentemente, por tanto, da vontade
individual."
Todas as informações aqui passadas, e repito de fontes
diferentes e independentes, estão perfeitamente coerentes com o relatado acerca
do “Umbral” em “Nosso Lar”.
Mais abaixo, no artigo da autora, temos a seguinte citação,
quando irá iniciar a sua análise da obra
“Nosso Lar”:
“Para este
intento, precisamos avaliar
as informações recebidas
tendo como paradigma as
Obras Básicas, posto
que estas, passaram
pelo Controle Universal das
Comunicações Espíritas, como
bem nos esclarece
Allan Kardec, o
insigne Codificador da Doutrina
dos Espíritos, na
parte introdutória de
O Evangelho Segundo o
Espiritismo.”
Allan Kardec fez um trabalho colossal durante os anos em que
esteve à frente da pesquisa espírita. Compilando informações, analisando,
comparando. Ele foi um pesquisador, não apenas um reprodutor de informações. É
assim que devemos ser. É assim que procedemos neste artigo, fazendo análise
comparada das informações aqui passadas.
Em aproximadamente 14 anos de pesquisa, nenhuma área é encerrada,
portanto, por mais brilhante que tenha sido o trabalho de Allan Kardec, isso
foi apenas o começo. Outros
pesquisadores trabalharam 30, 50 anos em pesquisa
sobre vida após a morte. A lógica e a razão nos manda submeter até
mesmo os escritos de Allan Kardec a uma análise apurada e não apenas tomá-la
como paradigma inquebrantável. Como toda área que se pretenda a ser
científica, ela também deve evoluir, afinal Allan Kardec mesmo nos disse: “O
Espiritismo caminha lado a lado com a ciência. Se incorrer em erro em algum
ponto, esse ponto deve ser desprezado.”
Não estou aqui me referindo a um erro específico contido na codificação
e creia, eles existem ! Principalmente quando se refere a Astronomia. Digo que
Allan Kardec não é infalível em suas conclusões e em seus entendimentos acerca
das mensagens passadas pelos Espíritos. Allan Kardec foi um ser humano e como
tal é falível, isso é insofismável ! Os fatos espirituais não pertencem a
pesquisadores específicos, nem seria lógico imaginar que Espíritos Superiores
só se apresentariam a Allan Kadec. E não sou o único ao pensar dessa forma, o
Espírito que se denominava Verdade disse o mesmo a Allan Kardec em “Obras
Póstumas” no tópico intitulado “Minha Missão”, reunião de 12 de junho de 1856:
Pergunta(à Verdade) — Bom Espírito, eu desejara saber o que
pensas da missão que alguns Espíritos me assinaram. Dize-me, peço-te, se é uma
prova para o meu amor-próprio. Tenho, como sabes, o maior desejo de contribuir para a propagação
da verdade, mas, do papel de simples trabalhador ao de missionário em chefe, a
distância é grande e não percebo o que possa justificar em mim graça tal, de preferência
a tantos outros que possuem talento e qualidades de que não disponho.
Resposta — Confirmo o que te foi dito, mas recomendo--te
muita discrição, se quiseres sair-te bem. Tomarás mais tarde conhecimento de
coisas que te explicarão o que ora te surpreende. Não esqueças que podes triunfar, como podes falir. Neste último
caso, outro te substituiria, porquanto os desígnios de Deus não assentam na
cabeça de um homem.
A maior prova disso vemos no igualmente colossal trabalho de
Ernesto Bozzano. Em sua obra “A Crise da Morte”, vemos um trabalho de Análise
Comparada acerca da crise da morte experimentada pelos Espíritos recém-desencarnados,
nesse livro podemos observar aspectos muito semelhantes aos narrados em “Nosso
Lar”, como é o caso das diversas esferas espirituais ou dimensões espirituais,
o qual o nome “Umbral” nada mais representa que uma dessas dimensões.
Prosseguindo, mais a frente a autora do artigo refutado faz a
sua análise e interpretação em cima de uma pergunta feita por Allan Kardec aos
Espíritos:
“Em seguida,
vejamos a pergunta
227 formulada pelo
Codificador: - De que
maneira se instruem
os Espíritos errantes;
pois certamente não
o fazem da mesma
maneira que nós?
Resposta: -
Estudam o seu
passado e procuram
o meio de se
elevarem. Vêem, observam
o que se
passa nos lugares
que percorrem; escutam os
discursos dos homens
esclarecidos e os
conselhos dos Espíritos mais
elevados que eles,
e isso lhes
proporciona idéias que
não possuíam” .
Análise da Autora
Observa-se portanto, que
a proposta para
o Espírito na
erraticidade não é o
trabalho braçal de
lavar chão, limpar
enfermarias, etc., mas
de trabalhar sua mente
e esclarecer o seu ‘eu‘,
objetivando uma melhor
preparação intelectual e moral, para enfrentar os embates de sua
próxima encarnação.”
Refutação
A conclusão deduzida pela autora, tentando basear-se na
resposta dada pelos mentores da codificação é falaciosa, pois não se deduz da
resposta dada pelos Espíritos. Vejamos:
antes de mais nada, Allan Kardec perguntou aos Espíritos a maneira
pela qual se instruem os
Espíritos errantes e não
quais são todos os tipos de atividades realizadas por eles no plano
espiritual, “trabalho braçal de
lavar chão, limpar
enfermarias, etc.” não constituem-se em instrução, mas apenas
atividades outras. Em nenhum momento na resposta dada pelos Espíritos foi dito
que eles apenas instruem-se no plano espiritual. Outras
atividades são realizadas por Espíritos no mundo espiritual, sejam elas sadias
ou não. Citemos dois exemplos: amparo e obsessão. Há Espíritos
que amparam outros Espíritos, assim como há os que assediam outros, portanto
vemos que a resposta dada pelos Espíritos não é uma resposta estrita e
meramente conceitual. Portanto, há sim
outras atividades além das intelectuais no mundo espiritual.
Continua a autora:
“Analisemos ainda o
que propõe a
pergunta 230 de o
LE: - O
Espírito progride no estado
errante?
Resposta: Pode melhorar-se
bastante, sempre de acordo com a
sua vontade e o seu desejo; mas é na existência corpórea que ele põe em prática
as novas ideias adquiridas.
Análise da Autora
Diante do exposto, é fato que:
1º) A vida espiritual não é igual à vida material,
posto que a condição consciencial e
emocional do indivíduo
é outra, o meio
é outro, a
realidade é outra,
a dimensão tempo/espaço é outra,
as percepções e sensações são outras.
2º) A Instrução
dos Espíritos errantes
não se faz
da mesma maneira
que a dos encarnados;
3º) O progresso
efetivo do Espírito
só se dá
através da existência
corpórea, que é quando ele põe em
prática as novas idéias adquiridas no Espaço.
No entanto, no
que se depreende
de Nosso Lar,
os Espíritos errantes
vivem na espiritualidade uma vida
semelhante à vida dos encarnados, posto que:
a) os Espíritos moram em casas com suas famílias;
b) trabalham e são remunerados (bônus-hora);
c) têm relacionamentos amorosos, noivado e
casamento;
d) comem, bebem, tomam banho e dormem;
e) viajam de aerobus, vão a festas, cinemas,
concertos e reuniões;
f)
obedecem a um
regime político sob
as ordens de
um Governador que administra a cidade através de seus
Ministérios.
Ou seja, têm uma verdadeira vida social, com todas
as implicações geradas pelas relações humanas que envolvem família, amigos,
inimigos, trabalho e política.
Pergunta-se:
- Prá que
reencarnar, se o
Espírito já vive
todas as possibilidades oriundas da
vida em sociedade,
considerada por Kardec,
como a “pedra
de toque” para a evolução humana?!
Refutação
Foram elaboradas algumas proposições. Analisemos uma por uma:
Diante do exposto, é fato que(diz a autora):
1º) A vida espiritual não é igual à vida material,
posto que a condição consciencial e emocional do
indivíduo é outra,
o meio é outro,
a realidade é
outra, a dimensão tempo/espaço é outra, as percepções
e sensações são outras.
É verdade que a vida espiritual não é igual à vida material
propriamente dita, haja vista que o meio espiritual tem as suas
particularidades que diferem do meio físico. Porém não é possível afirmar que a
condição consciencial e emocional do indivíduo é outra. Ou passaremos a crer
numa mudança milagrosa do indivíduo após o evento “morte” ? Não é isso que os fatos
indicam – e não os vemos apenas em livros, mas temos contato com eles
regularmente – O materialista ao morrer, assim que ultrapassar o “Véu de Ísis”,
continuará materialista, o religioso fanático, continuará religioso fanático, o
mau continuará mau e bom continuará bom (condições conscienciais). O revoltado
continuará revoltado, o medroso, continuará medroso, o depressivo, continuará
depressivo (condições emocionais). Não é atoa que o suicídio não mata a
tristeza de ninguém, antes agrava ainda mais. Digo isso no momento exato da
morte ou algum tempo depois. Como se sabe, a morte não muda ninguém, cada um
leva para o outro lado a essência do que é aqui !
2º) A Instrução
dos Espíritos errantes
não se faz
da mesma maneira
que a dos encarnados;
De fato, igual dificilmente seria, pelo exposto acima. Porém
observemos que qualquer tipo de instrução se dá pela vivência consciente de
algo, o objeto que se está aprendendo, e também pela observação do que se quer
aprender. Não pode ser muito diferente disso, haja vista que, como dissemos
anteriormente, a morte não altera a consciência de uma hora para outra, a
individualidade, o EU, permanece o mesmo, não é atoa que conseguimos
maravilhosas provas de identidade de pessoas falecidas, muitas delas relatam,
em suas comunicações que estão aprendendo coisas novas, observando coisas que
nunca viram e se maravilhando com isso, ora que é isso senão instrução ? Que
maravilhosa não é a surpresa de alguém que sofre uma EQM e descobre(se instrui)
que a vida continua e perde o medo da morte ?! A curiosidade nos leva a nos
instruirmos, isso é uma característica do espírito humano, independe se ele
está encarnado ou não.
3º) O progresso
efetivo do Espírito
só se dá
através da existência
corpórea, que é quando ele põe em
prática as novas idéias adquiridas no Espaço.
“O progresso efetivo
do Espírito só
se dá através
da existência corpórea”
- Isso não é verdade, e quem afirma é o próprio Espírito que respondeu a
questão acima quando diz que o espírito errante pode “melhorar-se bastante,
sempre de acordo
com a sua vontade e o seu
desejo;” ora, se ele pode melhorar bastante enquanto errante, houve de fato um
progresso efetivo !! O que é progresso senão melhorar em algo ? São
experiências diferentes, a física e a espiritual, por isso há a necessidade de
ambas, mas direi o motivo mais abaixo.
No
entanto, no que
se depreende de
Nosso Lar, os
Espíritos errantes vivem
na espiritualidade uma vida semelhante à vida dos encarnados, posto que:
a) os Espíritos moram em casas com suas famílias;
b) trabalham e são remunerados (bônus-hora);
c) têm relacionamentos amorosos, noivado e
casamento;
d) comem, bebem, tomam banho e dormem;
e) viajam de aerobus, vão a festas, cinemas,
concertos e reuniões;
f)
obedecem a um
regime político sob
as ordens de
um Governador que administra a cidade através de seus
Ministérios.
Ou seja, têm uma verdadeira vida social, com todas
as implicações geradas pelas relações humanas que envolvem família, amigos,
inimigos, trabalho e política.
Pergunta-se:
- Prá que
reencarnar, se o
Espírito já vive
todas as possibilidades oriundas da
vida em sociedade,
considerada por Kardec,
como a “pedra
de toque” para a evolução humana?!
Diz a autora:
“No entanto, no
que se depreende
de Nosso Lar,
os Espíritos errantes
vivem na espiritualidade uma vida
semelhante à vida dos encarnados”
Nada mais natural do que isso. Trata-se de um corolário, uma
consequência lógica, do fato de que o indivíduo não muda seu estado
consciencial em decorrência apenas e tão somente do evento morte. Logo, o
indivíduo não mudar seu estado psicológico após a morte é condição suficiente para que o aglomerado de indivíduos não
mude também, logo, qual a dificuldade em conceber uma vida semelhante a dos
encarnados, no que diz respeito a seus aspectos psicológicos e todos os fatos
decorrentes disso ?
a) os Espíritos moram em casas com suas famílias;
Faço uma pergunta a você, caro leitor: Se hoje, nesse
momento, você desencarnar, o que acharia de ficar vagando no espaço, sem
conhecidos ? Não se sentiria, por algum motivo, desconfortável por não está em
um lugar onde você possa ficar relativamente reservado ? Dificilmente não
ficaria, pois passou uma existência toda habituado a isso e, de repente, tiram
isso de você num momento em que você não esperava que isso fosse ocorrer.
Imagine-se por um momento desesperado, sozinho, procurando alguém conhecido, um
lugar para ficar. “Ah como era boa a minha casinha, minha caminha, que sensação
de paz isso me trazia !”. Ou seja, dessa forma conseguimos compreender
facilmente a necessidade psicológica de habitações semelhantes a de encarnados.
Agora, a questão é: isso seria possível ? Sim, e quem nos explica é o próprio
Allan Kardec em “O Livro dos Médiuns”, no capítulo intitulado “O Laboratório do
Mundo Invisível” juntamente com outros grandes pesquisadores como Charles
Richet, Albert Von Schrenck-Notzing, Gustave Geley, Ernesto Bozzano e outros
que, diga-se de passagem, estudaram com muito mais profundidade o Fluido Vital
ou Ectoplasma e a sua suscetibilidade aos pensamentos, sejam de Espíritos
encarnados ou desencarnados. Ernesto Bozzano em “Pensamento e Vontade”, obra
magnífica, nos mostra o efeito do pensamento na matéria a qual denomina-se
de Fluido Vital ou ainda Ectoplasma.
Diversos objetos podem ser criados pelos Espíritos manipulando fluidos
sensíveis a ação mental dos desencarnados e mesmo de encarnados, a obra
supracitada nos mostra isso com muita propriedade. Portanto, há matéria
sensível ao pensamento e esta pode ser usada para a construção dos mais
diversos objetos, sejam minúsculos, sejam gigantescos.
Ainda neste sentido, observemos um trecho de uma
comunicação dada por Raymond Lodge, filho do grande físico Inglês Sir Oliver
Lodge(um dos maiores expoentes na pesquisa em Vida Após a Morte, na era pós
Allan Kardec). Raymond desencarnou na primeira guerra mundial e após o seu
desencarne comunicou-se com seu pai(por intermédio de vários médiuns) e o
auxiliou em suas pesquisas sobre o mundo espiritual. Raymond era ajudado por
outro expoente da pesquisa sobre vida após morte, Frederic Myers, desencarnado
em 1901 e grande amigo de Oliver Lodge. Vamos então à comunicação de Raymond,
sobre a natureza do plano espiritual, segundo suas percepções(em Raymond, uma
prova da sobrevivência da alma, “Extrato duma sessão com Mrs. Leonard, em sua
casa, a 3 de dezembro de 1915”:
*Obs: nesta comunicação, Raymond comunicava à guia
da médium que, por psicofonia, comunicava a Lodge o que Raymond queria dizer. A
guia da médium chamava-se Feda*
(Presentes: a médium e
O. L. Feda fala na sua maneira habitual, como intérprete de Raymond)
“Feda – Oh, é interessante, diz ele, muito mais do que no
velho plano terrestre! Eu jamais quereria deixar você, minha mãe, e os outros;
mas isto aqui é interessante. Eu só desejava que você viesse estar comigo por
um dia.
Há ocasiões em que o senhor vai lá, mas não se lembra. Todos
têm estado lá com ele, à noite, e o senhor também, mas ele pensa que será muito
difícil lembrar-se disso. Se se lembrassem, diz ele (ele não sabe disso, mas
foi informado que é assim), o cérebro não suportaria a carga da dupla
existência e tornar-se-ia incapaz das obrigações diárias; por essa razão a
memória conserva-se trancada. Foi a explicação que lhe deram.
Diz ele: Meu corpo é muito semelhante ao que eu tinha na
terra. Belisco-me às vezes para verificar se é um corpo real, e vejo que é; mas
o beliscão não dói como doeria no corpo de carne. Os órgãos internos não
parecem constituídos nas mesmas linhas do corpo de carne. Não podem ser
completamente os mesmos. Mas segundo todas as aparências externas, é o mesmo.
Só que posso mover-me mais livremente.
Oh, há uma coisa que não vi ainda: sangrar.
Conheci um homem que tinha perdido o braço, mas adquiriu
outro. Sim, conseguiu os dois braços agora. Logo que penetrou no astral parecia
incompleto, sem um membro do corpo, mas foi ficando e está completo. Falo de
pessoas que perderam membros do corpo há muitos anos.
Lodge – E sobre membros do corpo perdido nas batalhas?
Feda – Oh, isso não faz diferença, ficam perfeitos quando vêm
para cá. Foi informado (ele não sabe por si mesmo, mas sim porque lhe disseram)
de que quando alguém é reduzido a pedaços, o espírito-corpo(o períspirito) leva
tempo para completar-se, para unificar-se novamente. Dissipa-se uma certa soma
de substância indubitavelmente etérica, a qual tem de concentrar-se de novo. O
espírito está claro que não se despedaça, mas é afetado pelo despedaçamento do
corpo. Ele não viu nada disso, mas como está interessado, indagou e soube.
Há homens e mulheres aqui. Não creio que se comportem em
relação uns aos outros como na terra, mas parecem ter os mesmos sentimentos,
embora expressáveis de maneira diversa. Não parece haver crianças nascidas
cá. As criaturas são enviadas ao plano terrestre para terem filhos; não os têm
neste. O sentimento de amor entre homens e mulheres parece comportar-se
diferentemente de mãe e filho, de pai e filha.
Ele diz que agora não tem necessidade de comer. Mas vê pessoas que a têm; diz que a essas é
dado alguma coisa com as aparências dos alimentos terrestres. As criaturas
daqui procuram prover-se de tudo que é preciso. Um camarada chegou outro dia e quis um charuto. Julgou que eles
jamais poderiam fornecer-lhe isso. Mas há
aqui laboratórios que manufaturam todo tipo de coisas. Não como fazem na terra,
com a matéria sólida, mas com essências, éteres, gases. Não é o mesmo que no
plano terrestre, mas fizeram algo que parecia charuto. Ele (Raymond) não
experimentou nenhum, porque não pensa nisso, o senhor sabe. Mas o camarada
lançou-se ao charuto. Ao começar a fumá-lo, fartou-se logo; teve quatro, e
agora não olha nem para um. Parece que não tiram mais nenhum gosto disso, e
gradualmente vão largando.
Logo que chegam
querem coisas. Alguns querem carne; outros bebidas fortes; pedem whisky com
soda. Não pense que estou exagerando, quando digo que aqui podem manufaturar
estas coisas. Ele ouviu falar de bêbados que por meses e anos querem beber, mas
não viu nenhum. Os que tenho visto, diz ele, não querem mais beber – como aconteceu com sua roupa, que
nas novas condições em que está ele, dispensa.
Lodge – Raymond, precisa dar-me algumas provas. Quais pensa
que sejam as melhores? Já falou sobre isto com Myers, sobre o tipo de prova
mais evidencial?
Feda – Não sei ainda. Sinto-me numa encruzilhada: dar provas
objetivas, como simples materializações de voz direta, que você possa atestar;
ou dar informações a respeito das minhas experiências aqui, algo como o que
estou fazendo agora, por meio da mesa ou do que seja. Mas ignoro se poderei
fazer conjuntamente as duas coisas.
Lodge – Ao mesmo tempo, provavelmente não. Mas pode dizer
mais da sua vida aí.
Feda – Sim, e para isso estou colhendo
informações. Quero animar as pessoas desse plano a encararem a vida em que
terão de entrar e compreenderem que é uma vida racional. Tudo que venho
dizendo, e disse a Lionel, você deve pôr em ordem, porque vou falando
fragmentariamente. Preciso estudar as coisas daqui. Acha que seja
egoísmo dizer que não tenho desejos de voltar à terra? Não abandonarei isto
aqui por coisa nenhuma. Não me julgue egoísta, ou que quero manter-me separado
de vocês todos. Se ainda o procuro, é porque o sinto muito perto, mais perto do
que antes. Mas por coisa alguma que me pudesse ser dada eu voltaria.”
***
Ora, o que dizer diante dessa comunicação maravilhosa dada
por Raymond se a colocássemos lado a lado com os escrito psicográficos sobre
“Nosso Lar” de André Luiz por Chico Xavier ? Veja bem....nessa época, 1915, Chico Xavier tinha apenas 5 anos de idade !
b) trabalham e são remunerados (bônus-hora);
Qual sistema mais justo, em uma sociedade não ociosa, que o da meritocracia ?
c) têm relacionamentos amorosos, noivado e
casamento;
A proposição Aristotélica: “O homem é um ser social” não
poderia ser mais verdadeira, a observação basta para confirmá-la. Considerando
que o homem, no sentido de um ser humano, nada mais é que um Espírito, podemos
deduzir, por transitividade lógica, que “O Espírito é um ser social”. Sabendo
que um ser social nada mais é que aquele que vive em sociedade, que por sua
vez é um conjunto de indivíduos que compartilham propósitos, gostos,
preocupações e costumes, e que interagem entre si constituindo uma comunidade, perguntamos
a autora: Qual o problema com o item acima, principalmente quando faz
referência a Espíritos que deixaram o plano físico há pouco tempo, como é o
caso dos Espíritos relatados em “Nosso Lar” ?
Considerando que o homem
é um Espírito em essência, o que
é dito logo abaixo para o homem, é válido para o Espírito, vejamos então o que
nos dizem os mentores sobre a “Lei de Sociedade”:
766 A vida social é uma obrigação natural?
– Certamente. Deus
fez o homem para viver em sociedade. Deus deu-lhe a palavra e todas as demais
faculdades necessárias ao relacionamento.
767 O
isolamento absoluto é contrário à lei natural?
– Sim, uma vez que
os homens procuram por instinto a sociedade, para que todos possam concorrer
para o progresso ao se ajudarem mutuamente.
768 O homem, ao
procurar viver em sociedade, apenas obedece a um sentimento pessoal, ou há um
objetivo providencial mais geral?
– O homem deve
progredir, mas não pode fazer isso sozinho porque não dispõe de todas as
faculdades; eis por que precisa se relacionar com outros homens. No isolamento,
se embrutece e se enfraquece.
☼ Nenhum homem possui todos os conhecimentos.
Pelas relações sociais é que se completam uns aos outros para assegurar seu bem
estar e progredir: é por isso que, tendo necessidade uns dos outros, são feitos
para viver em sociedade e não isolados. ☼
d) comem, bebem, tomam banho e dormem;
Considerando tudo o que já foi dito, em se tratando de
aspectos psicológicos de recém-desencarnados, mostrando que, pela literatura
mediúnica, objetos e comidas no mundo espiritual não são invenção de Chico
Xavier(veja Raymond, de Oliver Lodge, citado acima). Considerando também a
propriedade plástica da matéria no mundo espiritual, sensível ao pensamento dos
espíritos, temos que isso não se torna material estranho à realidade
espiritual.
e) viajam de aerobus, vão a festas, cinemas,
concertos e reuniões;
Considerando o que já foi dito, nenhuma anormalidade aqui.
Apenas devemos observar que nem todos os Espíritos conseguem volitar, haja
vista que muitos nem sequer sabem que morreram! Sua consciência e conhecimento
não os permitiram essa capacidade com facilidade, posto que aqui, no físico,
não eram acostumados a isso, sua condição psicológica muitas vezes os impedem
de fazer isso.
f)
obedecem a um
regime político sob
as ordens de
um Governador que administra a cidade através de seus
Ministérios.
Onde quer que haja seres inteligentes razoavelmente lúcidos
convivendo, com seus conflitos de interesses, necessário se faz a existência de
um sistema que organize tal sociedade, isso é o básico, sem o qual o caos seria
soberano.
Ou seja, têm uma verdadeira vida social, com todas
as implicações geradas pelas relações humanas que envolvem família, amigos,
inimigos, trabalho e política.
Pergunta-se:
- Prá que
reencarnar, se o
Espírito já vive
todas as possibilidades oriundas da
vida em sociedade,
considerada por Kardec,
como a “pedra
de toque” para a evolução humana?!
Reencarnar é necessário porque aqui, além da vida social, o
Espírito passa por situações que não passaria no mundo espiritual. Aqui, de fato
há a fome,como uma necessidade biológica,não como uma impressão psíquica
como ocorre no espírito desencarnado. Aqui tragédias pessoais como mutilação fazem
pessoas melhorarem bastante, descendo o salto alto do ego. Aqui algumas pessoas
resolvem mudar seu modo de agir porque pensam que vão morrer e desaparecer pra
sempre, então isso as motiva. Aqui é possível ocorrer uma reconciliação que
jamais poderia ocorrer se não houvesse o esquecimento do passado. Porém, o que
é mais importante a notar é que desencarnado, o Espírito está sempre, por uma
questão de afinidade, com pessoas mais ou menos no seu nível evolutivo, sejam
bons ou maus espíritos, já aqui na Terra, não há essa divisão que ocorre
naturalmente no plano espiritual. Aqui Espíritos de todos os níveis evolutivos
interagem, proporcionando assim uma evolução mais rápida que no plano
espiritual. Como podemos ver há vários motivos, excetuando os não mencionados,
para reencarnar!
Continua a autora:
Mas
prossigamos nosso estudo
agora analisando a questão 234
de O Livro
dos Espíritos, que trata
dos Mundos Transitórios,
e Kardec faz
o seguinte questionamento aos
Espíritos Superiores: - Existem, como
foi dito, mundos
que servem de estações
ou de lugares
de repouso aos
Espíritos errantes?
Resposta:
- Sim, há
mundos particularmente destinados
aos seres errantes,
mundos que eles podem
habitar temporariamente, espécie
de acampamentos, de
lugares em que possam
repousar de erraticidades
muito longas, que
são sempre um
pouco penosas. São posições
intermediárias entre os
outros mundos, graduados
de acordo com a natureza dos Espíritos que podem atingi-los, e que gozam
de maior ou menor bem-estar.
E a
pergunta 236 -
Os mundos transitórios
são, por sua
natureza especial, perpetuamente
destinados aos Espíritos
errantes?
Resposta:
- Não, sua superfície é apenas temporária. Oportuno ressaltar
o desdobramento da
pergunta 236, na
236-a: - São
eles ao mesmo tempo habitados por
seres corpóreos?
Resposta: - Não, sua superfície é estéril. Os
que o habitam não precisam de nada.
Diante de tão importantes informações, infere-se
que:
1º) há possibilidade
dos Espíritos errantes
se acomodarem em “Mundos
Transitórios”;
2º)
tais mundos são
de superfícies estéreis,
ou seja, sem
prédios, bosques, fontes etc.;
3º) o Espírito não precisa de nada disso na
erraticidade.
Aqui a autora interpretou o
termo “mundo” de forma equivocada. “Mundo”, no contexto aí apresentado, não se
trata das esferas espirituais onde encontram-se “Nosso Lar” ou “Zonas
Inferiores”(que são como “extensões” espirituais concêntricas da Terra física,
se é que podemos nos referir dessa forma) como o relatado “Umbral”. Allan Kardec
e os Espíritos estão falando de planetas
físicos, como a Terra, Marte e etc. Tanto o é, que o Espírito que
respondeu à pergunta disse: “São posições
intermediárias entre os
outros mundos”. Ou
seja, nem Mundos Primitivos, nem Mundo de Provas e Expiações como a Terra
e muito menos Mundos Felizes. E mais na frente Allan Kardec pergunta:
”São eles ao
mesmo tempo habitados por seres corpóreos ?”
Ou seja, seres corpóreos,
encarnados, que estariam adaptados a este planeta em questão. Ao que os
Espíritos respondem:
“Não, sua superfície é estéril. Os que o habitam
não precisam de nada.”
Ou seja, são planetas onde habitam somente Espíritos e
não seres corpóreos, encarnados. Dessa forma, a superfície poderia sim ser
estéril, como é o caso do planeta Marte, onde, segundo “O Livro dos
Espíritos”, na época em que a comunicação foi passada, era habitado por
Espíritos Inferiores. Os que o habitam não precisam de nada que dê suporte a
uma vida física como a conhecemos....
Mais a frente continua a autora.
1º) As necessidades
físicas de que
se queixam os
Espíritos são apenas “impressões”;
2º) Os Espíritos
não precisam de repouso, nem
obviamente de alimento,
posto que não possuem
órgãos em que
as forças tenham
de ser restauradas,
nem muito menos aparelho digestivo, sistema circulatório, nervoso ou
genésico;
3º) O sofrimento do Espírito é totalmente moral, e não físico.
1)
Sim,
são impressões psicológicas, mas que não podem ser classificadas como “apenas”,
para eles são tão reais quanto as físicas são para nós, porém são morais,
entenda-se, psicológicas. Assim como
para uma mulher que passa por uma gravidez psicológica é crente de que
realmente está grávida(o reflexo do seu estado mental é tão forte que a barriga
chega a crescer, pode ocorrer ausência de menstruação, enjoos, e até mesmo escurecimento dos mamilos, crescimento dos seios e
produção de leite) . Esse é um exemplo muito claro do que pode ocorrer ao períspirito
quando submetido a uma auto-sugestão rigorosa. Se o corpo físico pode
modificar-se por uma auto-sugestão, quem dirá o períspirito, muito mais sutil e
plástico.....
2)
O
Repouso Moral que foi dito pelo Espírito da codificação, trata-se do repouso
psicológico, de fato não precisam de alimentos como nós, porque nós, pelo
menos em essência, precisamos deles para a manutenção do nosso corpo, é uma necessidade
biológica.....Mas.... como é gostosa aquela picanha heim ? Lembro do gosto dela
até hoje.... hummm e aquela lasanha de “dar água na boca”, só de pensar nela me
vem o cheirinho na memória, hummm, está me dando fome ! Aposto que você,
caro leitor, lembrou-se de uma picanha inesquecível que comeu não é ?! Essas
não são necessidades biológicas, mas sim psicológicas ! Eles não possuem órgãos
como os nossos no sentido fisiológico, mas no sentido estrutural sim, possuem,
por ser um reflexo do estado mental inconsciente, é pelo mesmo motivo que em comunicações
os Espíritos relatam possuir mãos, braços, pernas, cabeça e etc. Fica a
pergunta, se ficam surpresos de enxergarem um fac-símile do corpo físico com
mãos, unhas, cabelos e etc, por que motivo não ocorria o mesmo com os órgãos ?
As aparências permanecem por um reflexo mental, apesar de maleáveis, porém a
fisiologia não é mesma.
3)
Com
o exposto acima, dá para compreender o que quer dizer essa proposição.
Finaliza a autora....
“Diante
das palavras esclarecedoras de
Allan Kardec, podemos
asseverar da inexistência de
lugares determinados no
plano espiritual, destinados
à purgação de penas,
como o ‘umbral‘,
ou lugares semelhantes
às cidades materiais terrenas,
com belezas naturais
e construções, para
abrigar Espíritos errantes aos
moldes de Nosso Lar.”
De fato, não há lugares
determinados e fixos no plano espiritual para isso, “Umbral” nada mais é do que
o resultado dos pensamentos doentios projetados na matéria que é sensível ao
pensamento dos que lá se encontram. Onde houver uma aglomeração de Espíritos
doentes, lá haverá um “Umbral”, os retire todos de lá e os “Umbrais”
desaparecerão desses lugares.
Vale lembrar que “Nosso Lar”
e “Umbral” não são tratados apenas na obra introdutória cujo título é “Nosso
Lar”, nas obras seguintes, que integram todos os relatos de André Luiz sobre “Nosso
Lar”, o autor espiritual nos diz sobre a natureza dessas regiões inferiores:
Umbral,
situado entre a Terra e o Céu*, dolorosa região de sombras, erguida e cultivada pela mente humana, em geral rebelde e ociosa, desvairada
e enfermiça.” (Do livro “Ação e Reação” - André Luiz / Chico
Xavier);
*Céu: Não confundir com o Céu Teológico*
O estado de tribulação é pertinente ao espírito e não ao lugar. Esses
lugares não são infelizes, de vez que infortunados
são os irmãos que os povoam...” (Do livro “E a Vida Continua” – (André
Luiz / Chico Xavier);
Sim, há colônias espirituais
como “Nosso Lar”, aqueles que vivem a prática mediúnica sabem muito bem disso.
Assim como aqueles que saem do corpo de forma lúcida e consciente também o
sabem.
***
Cabe ressaltar mais uma
questão sobre a obra de André Luiz psicografada por Chico Xavier:
Recentemente, um artigo que liderado
pelo Dr. Giancarlo Luchetti, levantou em toda a obra de André Luiz, todas as
informações sobre a glândula pineal e comparou-as à luz do conhecimento científico
da época em que os livros foram escritos e também com os conhecimentos que a
ciência obteve nos últimos 20 anos.
A título de informação,
durante toda da década de 1950, os artigos médicos sobre glândula pineal
publicados na literatura científica não somam uma centena. Na última década,
ultrapassaram os dez mil artigos.
O resultado encontrado pelos
autores do artigo, que teve Luchetti como líder, mereceu publicação na
respeitada científica “Neuroendocrinology Letters", foi surpreendente. André
Luiz antecipou informações que foram postuladas, pesquisadas e confirmadas 60
anos após a publicação de “Missionários da Luz”, continuação de “Nosso Lar”.
A publicação do artigo
intitulado “Historical and Cultural aspects of pinel gland: comparision between
the theories provided by Spiritism in the 1940’s and the current scientific
evidence” (Aspectos Históricos e Culturais da glândula pinel: uma comparação
entre as teorias apresentadas pelo Espiritismo na década de 1940 e as atuais
evidências científicas) representa um marco histórico pois coroa a entrada de
Chico Xavier em uma das mais respeitadas bases de dados da literatura médica
mundia, o PubMed. O artigo demonstrou que a mediunidade é uma forma não usual
de conhecimento e que Francisco Cândico Xavier, através de André Luiz trouxe
colaboração inusitada a Ciência Médica.
A aceitação do artigo para
publicação, sem exigência de revisão, pode ser entendida como a aceitação que
as informações de André Luiz eram cientificamente válidas e apropriadas.
Quem desejar ler o referido
artigo, poderá fazer o download em:
***
Conclusão
“Seria interessante diante das considerações propostas
uma releitura da
Escala Espírita - questão
100 de O Livro dos
Espíritos, como também
um estudo mais aprofundado dos
processos de obsessão,
mistificação e fascinação, brilhantemente tratados pelos
Espíritos Superiores em O Livro dos Médiuns.”
Sim, essa leitura é muito
interessante e necessita ser realmente feita. Acrescentamos também uma leitura
mais profunda e atenta a toda obra
de André Luiz por intermédio de Chico Xavier. Interessante também se faz a
leitura do artigo acima sugerido, bem como a leitura de obras de importantes gigantes,
assim como Allan Kardec, da Ciência da Alma, como: Ernesto Bozzano, Gustave
Geley, Gabriel Delanne, Oliver Lodge, William Crookes, entre outros. Devemos
fazer também a comparação e análise de todo esse conteúdo que nos chegaram por
intermédio de vários médiuns, e ouso aqui dizer: até mesmo a codificação
espírita escrita por Allan Kardec deve ser analisada e comparada com o conjunto
de outras informações importantes que nos chegam do mundo espiritual, afinal a
VERDADE deve resistir a tudo, NÃO HÁ PARADIGMA INQUEBRANTÁVEL QUE RESISTA AO
GOLPE LANCINANTE DA VERDADE, o Materialismo que o diga ! Tudo deve ser
estudado, analisado, comparado, pois se não fizermos isto, corremos o risco de
nos apegarmos aos dogmas criados por nós mesmos. Nenhuma área do conhecimento
humano é feita por um único homem ou uma única mulher, ao contrário, grandes
homens e mulheres em conjunto constroem ao longo da história esse castelo
imponente aos nossos olhos, que é a ciência, mas que ainda é de areia em face
ao conhecimento universal.
O demasiado apego aos
conceitos e o misoneísmo que escraviza a mente da maioria dos seres humanos é
crime de lesa-progresso.
FIM
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