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quarta-feira, 28 de maio de 2014

Série de Estudos dos Fenômenos Mediúnicos:Xenoglossia, Clariaudiência ou Audiência Espiritual e seus tipos

Audiência ou audição espiritual é a faculdade de perceber a voz dos espíritos e eventualmente outros sons oriundos da dimensão espiritual.

Também a audiência é um fenômeno conhecido desde a Antiguidade. A Bíblia por exemplo refere-se a diveros médiuns audientes, entre eles Samuel (I Sam3.9 e 10) e o própiro apóstolo Paulo (Atos9.4 a 7;16.9).

Na História, um dos fatos mais conhecidos é o que se refere à Joana D'Arc (1412-1431) que com cerca de dezenove anos, guiada por vozes, comandou o exército francês.

Para maiores elucidações, sugerimos o livro de Léon Denis, Joana D'Arc, FEB, 1993 - primeira parte.

Ensina-nos Kardec: "é, algumas vezes, uma voz interior, que se faz ouvir no foro íntimo;doutras vezes é exterior, clara e distinta, qual de uma pessoa viva.Os médiuns audientes podem, assim, travar conversação com os espíritos. Quando têm o hábito de se comunicar com determinados espíritos, eles o reconhecem imediatamente pela natureza da voz. Quem não seja dotado desta faculdade pode, igualmente, comunicar-se com um espírito, se tiver, a auxília-lo, um médium audiente, que desempenhe esta função".

A audiência pode manifestar-se de diversas formas: interna (no interior da mente) ou externa (quando ressoam). Complexo é certo que o processo se desenvolve a partir do desprendimento perispirítico menor ou maior do audiente.

Léon Denis cita diversos exemplos históricos, dentre elas, depoimentos como de Mozart:
"Quando estou em boas condições e inteiramente só, durante o meu passeio, os pensamentos musicais me vêm com abundância.Ignoro donde procedem esses pensamentos e como me chegam; nisso não tem minha vontade a menor intervenção".



Estes trechos foram retirados do livro Teoria da Mediunidade, de Zalmino Zimermann, aconselhamos aos leitores que estudam a mediunidade a aquisição do mesmo, com 830 páginas somente sobre a questão da mediunidade como um todo.

Audiência Ordinária
É o tipo mais comum onde se registram sons e vozes do plano espiritual.

Audiência Xenoglóssica
Audiente ouve o espírito manifestando-se em língua estrangeira, que lhe é desconhecida. Não são raros os casos de audiência xenoglóssica, como podemos observar na obra de Ernesto Bozzano relacionado com o médium, escritor e jornalista William DuDley Pelley: "...doze páginas foram escritas em língua estrangeira.Decorridas algumas semanas, tive ocasião de submeter a mensagem a um douto filólogo, que verificou existir nela mais de um milhar de palavras em puro sânscrito.Era interessantíssimo o seu conteúdo, pois que se referia às condições em que hodiernamente se debate a civilização mundial...Advertiu-me de que a mensagem foi dada em língua sânscrita para refutar as teorias de muitos doutos superficiais que se deleitam em explicar estas manifestações, contáveis entre as mais portentosas da natureza, como produto do subconsciente"- Bozzano.

Audiência Psicométrica
É a que se resulta, como a vidÊncia, do contato com objetos, pessoas ou ambientes - ouvindo sons e vozes do pretérito.

Teleaudiência
Audiência espiritual à distância.

Clariaudiência
Percepção dos sons relacionados com acontecimentos futuros, diferencia-se da audiência psicométrica (precognitiva), porque independe de qualquer elemento indutor.Trata-se de um fenômeno muito raro, que pode vir somado ao fenômeno da clarividência.

Lembramos que a audiência como a clarividência não está localizada num determinado órgão, como podemos supor, na realidade somente quando estamos encarnados é que nos utilizamos destes campos determinados - ouvidos e olhos. O mesmo não acontece quando desencarnados ou quando desprendidos do envoltório físico.

Assim como não são determinados por órgãos, as vozes dos espíritos são percebidas, dando a impressão de serem escutadas, mas na realidade são emitidas sem uso oral, sendo percebida pelo médium como sons vocais.

A grande maioria dos estudos das faculdades mediúnicas traz a audiência espiritual em conjunto com a clarividência, pois de fato, muitos médiuns clariaudientes são também clarividentes. mas achamos apropriado um estudo separado, a fim de facilitar os estudos e compreensão do tema, que por si só já tem suas matizes a serem observadas.

Acreditamos ainda afirmamos o que já dissemos anteriormente, que a mediunidade é um todo e as separações que encontramos são para melhor compreensão, razão pela qual há médiuns que são dotados de algumas capacidades e outros de outras e ainda observamos graduações na mediunidade, uns são aptos a melhor sintonização, enquanto outros a conseguem com variações.

O vídeo abaixo fornecido pelo Facebook do Almateca, é exemplo claro, como podemos observar:



Na imagem ao lado temos a fotografia do vídeo acima postado. Desde os 7 anos de idade ele aprendeu japonês, inglês e alemão sonhando com meninos estrangeiros. Pobre e analfabeto, recebeu a alcunha de galinha torta, pelo seu jeito e hoje trabalha com arrecadação de fundos para crianças carentes.Um caso típico de xenoglossia.





Trecho do livro que indicamos a leitura, de Ernesto Bozzano:
Do ponto de vista teórico, a “mediunidade poliglota” se mostra uma das mais importantes manifestações da fenomenologia metapsíquica, pois por ela se eliminam de um só golpe todas as hipóteses de que disponha quem queira tentar explicá-las, sem se afastar dos poderes supranormais inerentes à subconsciência humana, porquanto a interpretação dos fatos, no sentido espiritualista, se impõe aqui de forma racionalmente inevitável. Quer isto dizer que, graças aos fenômenos de xenoglossia, se deve considerar provado que, nas experiências mediúnicas, intervêm entidades espirituais extrínsecas ao médium e aos presentes.

Não ignoro que os propugnadores, a todo custo, da origem subconsciente de toda a fenomenologia metapsíquica, não chegando a explicar as manifestações em apreço, por meio das hipóteses de que dispõem, formularam timidamente uma outra, que se denomina “memória ancestral”, segundo a qual os médiuns seriam aptos a conversar numa língua inteiramente desconhecida deles, desde que algum de seus antepassados houvesse pertencido ao povo cuja língua eles falam. Nesse caso fora de presumir-se que as condições mediúnicas fazem brotar, das estratificações de uma hipotética “memória ancestral” subconsciente, o conhecimento pleno do idioma falado pelo ascendente do médium.

A bem da história, importa lembrar que a hipótese da “memória ancestral” foi sugerida originariamente pela doutora russa Maria Manaceine, porém com o intuito muito limitado de explicar um outro fenômeno mnemônico bastante discutido: o da emersão de lembranças de acontecimentos que na realidade nunca se deram na vida daquele que os recorda, fenômeno que Manaceine, depois de Letourneau, procurou explicar, estendendo a influência da lei de hereditariedade também aos da memória, mas unicamente sob a forma da emergência fragmentária de fatos sucedidos aos antepassados.


Como se vê, a concepção originária da doutora eslava, se bem que audaz, era legítima e podia discutir-se. Outro tanto, certamente, já não ocorre com a extensão absurda e fantástica que agora se quer imprimir à mesma hipótese. A insólita circunspeção, porém, com que tal extensão foi alvitrada por si só demonstra que quem a sugeriu, visando apenas livrar-se, a qualquer preço, da invasão intempestiva da hipótese espirítica, tinha plena consciência de que aventava uma outra de todo impossível. Assim sendo, não parece caso de tomá-la a sério. Todavia, observarei que ela igualmente não afrontaria os recentíssimos exemplos de médiuns que, até este momento, já conversaram numa dúzia de línguas diversas, o que leva a presumir que, com o prosseguimento das experiências e com a manifestação de novas personalidades de defuntos que pertenceram a outras raças, os médiuns em questão ainda darão prova de ulteriores conhecimentos lingüísticos.

Indicação de leitura:

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