Olá amigos, este post de hoje foi elaborado mediante um pedido de um leitor amigo do blog, o Ricardo Uchoa, que deseja oferecer o post a sua esposa Catarina. Desejamos que ambos, assim como todos os leitores do blog, gostem do post, pois o fizemos com carinho e consideração.
Abraços,
Alexandre e Flávia
O Fenômeno Mediúnico
Os fenômenos mediúnicos caracterizam-se pela participação de um Espírito desencarnado na ocorrência do fenômeno, precisando para isso, usualmente, de um indivíduo encarnado capaz de percebê-lo e transmitir a sua mensagem à outros indivíduos encarnados. Este último requisito é o que define um médium, ou seja, uma pessoa capaz de ser um meio, uma ponte entre os indivíduos que possuem um corpo físico e os que não mais o possuem. E a característica que permite a tais indivíduos a percepção dos Espíritos é o que chamamos de mediunidade.
A Mediunidade é uma faculdade inerente a todo ser humano, pois expressa a percepção que temos do mundo espiritual, podendo ela estar mais ou menos desenvolvida nos diferentes indivíduos.O nível de desenvolvimento da mediunidade varia bastante entre os indivíduos, segundo muitos critérios: a pessoa pode nascer com um bom nível de mediunidade e já demonstrar isso desde a infância, o que provavelmente é fruto de uma programação efetuada antes do nascimento. Ou mesmo ir desenvolvendo aos poucos, de forma natural, ou guiada por mentores. Tal faculdade é muito complexa e sendo assim não podemos dizer que é apenas de origem mental ou corporal, mas podemos dizer que mexe com todo o complexo humano, desde o Espírito, passando pelo Perispírito e chegando ao corpo físico. Sendo assim, podemos dizer que os médiuns de efeitos intelectuais, tais como médiuns psicógrafos e de psicofonia, por exemplo, tem a parte mental mais facilitada para o exercício mediúnico, diferentemente, dos médiuns de efeitos físicos,por exemplo, cujo o aspecto físico da mediunidade está mais acentuado, uma vez que os Espíritos desencarnados precisam retirar deles, na maioria das vezes, o fluido necessário(chamado de Ectoplasma) para a ocorrência dos efeitos físicos.
Vários são os meios diferentes empregados pelos Espíritos para o uso da Mediunidade, dessa forma não existe várias mediunidades,mas sim, meios diferentes para o uso da Mediunidade que é uma coisa só, uma faculdade humana. Sendo assim, dependendo da facilidade do organismo do médium e também da preferência e conhecimento do Espírito comunicante, várias podem ser as formas de comunicação, entre as quais as mais famosas são, embora existam outras:
Psicografia: é a maneira pela qual o Espírito usa da mão do médium para escrever a mensagem. Através desse meio,muitas vezes características pessoais do indivíduo que morreu são expostas no papel, como no caso de mesma assinatura do desencarnado. Documentos são escritos em idiomas desconhecidos do médium.
Psicografia pelo médium Mirabelli, escrita em idiomas orientais |
Marcel Souto Maior, em seu livro de reportagem investigativa sobre o tema, "Por trás do Véu de Ísis",páginas 22 e 23 diz:
"O perito Carlos Augusto Parandréa, especialista em identificação datiloscópica e grafotécnica, analisou a caligrafia de mensagens psicografadas por Chico Xavier e confrontou a grafia dos textos escritos por ele com outros assinados pelos mortos na época em que eram vivos. O resultado desses exames grafotécnicos se transformou no livro "A psicografia à luz da grafoscopia". Uma das mensagens estudadas, letra a letra, frase a frase, era atribuída a Ilda Mascaro Saullo, morta em Roma, de câncer, em 22 de Setembro de 1977. Chico foi portador de um bilhete póstumo dela, devidamente escrito em italiano(língua que ele não conhecia). "Ortensio, figli del mio cuore" [Orténsio, filho do meu coração]. Parandréa, filho de família católica, buscou na mensagem psicografada traços de Chico e vestígios da escrita original de Ilda. Um dos trechos de seu doissê se detém na análise minuciosa da caligrafia da primeira palavra da mensagem: "Ortensio"(o mesmo nome escrito por Chico no texto psicografado e por Ilda num cartão de Natal) .
Conclusão do Exame:
"No cotejamento dos vocábulos acima, constata-se a perfeita igualdade nas letras "t", bem como nos gramas de ligação entre os símbolos "r" para "t", "t" para "e", "e" para "n". Ainda nas letras "t", confirma-se igualdade nas extensões e aberturas das hastes, com os mesmos "quebramentos" oriundos de um mesmo sentido genético e tendência genética. Igualdade, também, no corte das letras "t", que apresentam as barras na mesma altura e na mesma inclinação. As letras "e" apresentam a mesma concepção genética, lembrando a forma de um losango." "Ao encerrar seus estudos, o professor Carlos Augusto Parandréa - na época professor do Departamento de Patologia Aplicada, Legislação e Deontologia da Universidade Estadual de Londrina - aderiu ao Espiritismo."
Psicofonia: é maneira pela qual o Espírito usa do corpo do médium, para se comunicar, tanto gestualmente e também fazendo uso dos órgãos vocais do médium. Através dessa forma, podemos acompanhar, às vezes, a mudança no tom de voz do médium, bem como nas suas características psicológicas e semblantes faciais.Portanto, se um senhor idoso estiver se comunicando, todas as características desse senhor será projetada no médium. Se for uma jovem delicada, o médium assim agirá, se for um jovem que faça uso de gírias, assim o médium vai se comportar. Se morreu recentemente com muita dor na barriga, o médium sentirá essa dor na hora da comunicação, se morreu sufocado, o médium assim se sentirá.
Interessante observar que não há de fato uma incorporação, pois o Espírito não entra no corpo do médium e toma conta dele. O que há é uma aproximação entre o Espírito e o Médium, uma aproximação, com forte influência, perispírito à perispírito(a tal ponto de os pensamentos se misturarem, do médium e do Espírito) e uma sugestão forte do Espírito comunicante com o médium sensível à sua presença. Um médium educado, se quiser, pode não dar passividade ao Espírito comunicante. Dessa forma, para uma perfeita comunicação deve haver uma passividade por parte do médium e o devido preparo do Espírito que está se comunicando pois, caso contrário, é possível ocorrer interferências por parte do médium na comunicação, uma vez que o médium é um ser humano, com sentimentos, medos e dúvidas, que atrapalham a comunicação, e não uma máquina a total serviço dos Espíritos desencarnados. Herculano Pires, em Mediunidade no cap V, 2ed, editora Paideia, nos mostra como ocorre, em geral, o ato mediúnico:
"O ato mediúnico é o momento em que o espírito comunicante e o médium se fundem na unidade psico-afetiva da comunicação.O Espírito aproxima-se do médium e o envolve nas suas vibrações espirituais. Essas vibrações irradiam-se do seu corpo espiritual atingindo o corpo espiritual do médium. A esses toque vibratório, semelhante ao de um brando choque elétrico, reage o perispírito do médium. Realiza-se a fusão fluídica. Há uma simultânea alteração no psiquismo de ambos. Cada um assimila um pouco do outro. Uma percepção visual desse momento comove o vidente que tem a ventura de captá-la. As irradiações perispirituais projetam sobre o rosto do médium a "máscara"(o rosto) transparente do Espírito. (...) Ali estão fundidos, e ao mesmo tempo distintos, o semblante radioso do espírito e o semblante humano do médium, iluminado pelo suave clarão da realidade espiritual. Essa superposição de planos dá aos videntes a impressão de que o Espírito comunicante se incorpora no médium. Daí a errônea denominação de incorporação para as manifestações orais. O que se dá não é uma incorporação, mas uma interpenetração psíquica, como a luz atravessando uma vidraça. Ligados os centros vitais de ambos, o Espírito se manifesta emocionado, reintegrando-se nas sensações da vida terrena, sem sentir o peso da carne.O médium, por sua vez, experimenta a leveza do Espírito, sem perder a consciência de sua natureza carnal, e fala ao sopro do Espírito, como um intérprete que não se dá ao trabalho da tradução."
Abaixo colocamos um áudio de uma psicofonia feita por intermédio do médium Wagner Borges,com o qual já fizemos uma entrevista e postamos aqui no blog, vale a pena ler a entrevista. Nessa psicofonia, podemos ouvir um Espírito sofredor, em processo de recuperação, relatando o que o levou a esse estado de sofrimento. Vale aqui também uma recomendação de leitura: O céu e o Inferno segundo o Espiritismo, de Allan Kardec.
A Mediunidade ao longo da História
No passado
O Fenômeno Mediúnico é um fenômeno natural e não sobrenatural[palavra sem fundamento em si mesma], como muitos querem passar a ideia de que sejam. Se as obras dos mais eminentes antropólogos e sociólogos são consultadas, nota-se como todos eles estão de acordo em reconhecer que a crença na imortalidade da alma humana é universal.
Ernesto Bozzano, em seu livro, "Povos Primitivos e as Manifestações Supranormais", compila estudos de diferentes antropólogos sobre as práticas espirituais dos povos primitivos e nos diz o seguinte:
E. B. Tylor, na obra Primitive Culture, observa:
"A menor regra com que se define uma religião consiste na crença da existência de entidades espirituais. Crença essa que se encontra no meio dos povos humanos mais atrasados, com os quais chegamos a entrar em relações suficientemente íntimas.Além do mais, salienta, como "a crença nas entidades espirituais implica no seu pleno desenvolvimento, na crença da existência de uma alma sobrevivente à morte do corpo."
Brinton, em Religions of Primitive People, página 50, observa:
"Quero aqui demonstrar que existem religiões, a tal ponto rudimentares, onde não há templos, nem altares, nem pregadores. Mas não me é possível demonstrar que se descubra alguma que não ensine a acreditar em entidades espirituais que se comuniquem com os homens."
Huxley escreve em Lay Sermons and Adresses, página 163:
"Há povos selvagens sem um Deus no verdadeiro sentido da palavra, mas não os há, em nenhum momento, sem espíritos."
Herbet Spencer, em Sociologia, volume II, página 689:
"Nós encontramos, por toda a parte, a ideia da sobrevivência do espírito após a morte do corpo, com todas as múltiplas e complicadas concepções que delas derivam. Encontramo-las idênticas tanto nas religiões árticas, como nas tropicais; tanto nas florestas da América do Norte, como nos desertos da Arábia; tanto nos vales do Himalaia como nas ilhas da Polinésia. Essa ideia é expressa com a máxima clareza da parte de povos tão divergentes, que os técnicos julgam que sua transformação tenha acontecido antes da atual distribuição de terras e da água; tanto entre pessoas de cabelos lisos, quanto entre as de cabelos crespos e de cabelos pixaim; tanto entre os povos brancos, quanto entre amarelos, vermelhos e negros. Tanto entre os povos mais distantes quanto entre os bárbaros semicivilizados e os da vanguarda da civilização."
"Quero aqui demonstrar que existem religiões, a tal ponto rudimentares, onde não há templos, nem altares, nem pregadores. Mas não me é possível demonstrar que se descubra alguma que não ensine a acreditar em entidades espirituais que se comuniquem com os homens."
Huxley escreve em Lay Sermons and Adresses, página 163:
"Há povos selvagens sem um Deus no verdadeiro sentido da palavra, mas não os há, em nenhum momento, sem espíritos."
Herbet Spencer, em Sociologia, volume II, página 689:
"Nós encontramos, por toda a parte, a ideia da sobrevivência do espírito após a morte do corpo, com todas as múltiplas e complicadas concepções que delas derivam. Encontramo-las idênticas tanto nas religiões árticas, como nas tropicais; tanto nas florestas da América do Norte, como nos desertos da Arábia; tanto nos vales do Himalaia como nas ilhas da Polinésia. Essa ideia é expressa com a máxima clareza da parte de povos tão divergentes, que os técnicos julgam que sua transformação tenha acontecido antes da atual distribuição de terras e da água; tanto entre pessoas de cabelos lisos, quanto entre as de cabelos crespos e de cabelos pixaim; tanto entre os povos brancos, quanto entre amarelos, vermelhos e negros. Tanto entre os povos mais distantes quanto entre os bárbaros semicivilizados e os da vanguarda da civilização."
As citações acima se referem aos pensamentos dos mais eminentes sociólogos e antropólogos e com base nelas podemos ver que a humanidade sempre manteve contato com o mundo espiritual, seja de forma mais rudimentar, seja de forma mais consciente. Seja entre povos primitivos, seja entre civilizados, seja em religiões simples, até as mais complexas, seja de forma escondida ou aberta, e tudo isso dá através da Mediunidade.
Dois exemplos onde os fenômenos mediúnicos são explicitamente demonstrados nos povos da antiguidade ocorre na Bíblia, quando Jesus reaparece, após ser assassinado, e se materializa para os apóstolos, muitos entre os quais médiuns, e os mesmos interpretam aquela aparição tangível como uma ressurreição, em carne e osso de Jesus, foi a ignorância em relação aos fenômenos mediúnicos, nessa época, que levou mais tarde as Igrejas a proclamar o dogma da ressurreição da carne.
Outro exemplo que pode ser considerado um dos maiores eventos mediúnicos do passado foi o de Pentecostes:
Os fenômenos de Pentecostes estão descritos em Atos dos Apóstolos, 2:1-11. Trata-se de um texto marcado por simbolismos: cinquenta dias depois morte de Cristo acontece o fenômeno denominado pelas Igrejas como a descida do "Espírito Santo" sobre os apóstolos, materializado na forma de "línguas de fogo"; explode a mediunidade por meio da xenoglossia (falar em idiomas não conhecidos do médium) nos apóstolos; Pedro é envolvido pelas forças superiores e discursa sob forte inspiração; lança-se então a pedra fundamental da primeira igreja cristã do Planeta.
Após o impacto inicial, provocado pelos fenômenos (fenômenos luminosos e xenoglossia), o discurso de Pedro demonstra, de forma contundente, uma ação programada do plano espiritual superior, conseguindo transformar o ânimo dos apóstolos e dos demais discípulos de Jesus — antes inseguros e medrosos — em cartas vivas do Evangelho, o que mostra a importância do contato com os fenômenos mediúnicos.
As pessoas que hoje são denominadas de médiuns, no passado eram chamadas de profetas, oráculos, pitonisas, feiticeiros e outras várias denominações.
Nos tempos atuais
Na Era Moderna dos fenômenos mediúnicos, na qual é tido como marco os fenômenos de Hydesville, o estudo avançou consideravelmente quando comparamos com os tempos antigos, onde a ignorância total e a intuição é que guiavam os povos antigos no contato com a mediunidade. Grandes sábios estudaram o fenômeno mediúnico de perto, gigantes como William Crookes, Augustus De Morgan, grande matemático britânico com enormes contribuições para a Matemática e Ciência da Computação e que formulou os Teoremas de De Morgan da Lógica, Charles Richet, ganhador do Prêmio Nobel de Medicina de 1913, Camille Flammarion, astrônomo francês, Allan Kardec, acadêmico francês e Ernesto Bozzano, o grande filósofo e mestre da Ciência da Alma abriram profundos sulcos nesse novo campo de estudo.
Hoje, temos grandes nomes, pesquisadores vivos e que se dedicam a estudar a Ciência da Alma como:
Dr. Sérgio Felipe de Oliveira,médico brasileiro com importantes pesquisas sobre a glândula pineal;
Dr. Amit Goswami, Phd. em Física Quântica;
Dr. Brian Weiss, médico psiquiatra, pesquisa em reencarnação por via hipnótica;
Dr. Raymond Moody Jr , Dr. Eben Alexander III e Dr. Sam Parnia pesquisas sobre EQM;
Dr. Rupert Sheldrack, biólogo, pesquisas sobre telepatia em animais.
E da mesma forma que há grandes pesquisadores nesta Era Moderna, também tivemos e temos grandes médiuns nos dias de hoje, nomes como Chico Xavier, Yvonne do Amaral Pereira, Francisco Peixoto Lins entre outros têm seus nomes indeléveis nos anais da história do Espiritismo no Brasil.
Encerrando esse artigo, onde desejamos mostrar que a mediunidade sempre existiu e sempre existirá, pois se trata de uma faculdade humana, esperamos ter conseguido mostrar de forma panorâmica um pouco desse assunto tão instigante e tão importante para todos nós, Espíritos Imortais.
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