O episódio ocorrido com o jogador Daniel Alves durante a partida entre
Villareal e Barcelona pelo Campeonato Espanhol tomou uma grande
proporção e alguns debates sobre o preconceito, como todos nós pudemos
acompanhar.
O jogador declarou: “Foi um gesto super espontâneo, mesmo que eu já venho
a um certo tempo sofrendo esse tipo de coisa, eu acho que as atitudes negativas
têm que ser sempre pagas com atitudes positivas. Não tinha nada programado,
não. Eu não imaginava que iam atirar uma banana em um campo de futebol”.
Em função do ato de racismo contra o jogador brasileiro
no campeonato espanhol, atletas do futebol e de outros esportes aderiram a uma
campanha na internet e publicaram fotos nas quais aparecem comendo bananas,
criada pela agência de propaganda Loducca.
No Twitter, a presidente Dilma citou a
campanha “#somostodosmacacos” na internet, criada para ser divulgada pelo
atacante Neymar, que também atua pelo Barcelona.
..”espalhando a frase "#somostodosmacacos"
pelas redes sociais pode ter o efeito contrário, de reforçar um estereótipo
negativo historicamente associado ao negro. A opinião é da ministra da
Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Bairros, que
expressou ao G1 reservas em relação ao novo viral surgido na internet -
essa imagem do macaco associada à pessoa negra é uma imagem muito poderosa. E
se você assume essa imagem como válida, corre o risco também de reforçar o
estereótipo. Eu entendo a campanha e a motivação da campanha, mas não é
possivel assegurar que ela tenha o sucesso necessário para reverter a
representação negativa que a palavra 'macaco' tem quando associada à pessoa
negra", afirmou Bairros.
Já para o
técnico da seleção espanhola,
Vicente del Bosque, deu uma declaração nesta terça-feira que promete provocar
grande polêmica. Ao comentar o episódio ocorrido no último domingo com Daniel
Alves, que comeu uma banana atirada por um torcedor do Villarreal em campo
durante jogo do Barcelona, o
treinador afirmou que no "futebol não há racismo, em absoluto".
Para o
comandante, atos de preconceito como o que atingiu o lateral-direito brasileiro
são "fatos isolados" no futebol e não podem ser vistos como uma
realidade na modalidade esportiva mais popular do planeta. "Se utiliza o
futebol para fazer propaganda de um assunto grave. Quero pensar que são fatos
isolados. Acho que não há racismo no futebol, há pessoas que utilizam o futebol
para fazer esse tipo de coisa", disse Del Bosque, ao participar do
lançamento do livro "Meus Mundiais"
Com a
circulação em massa das informações na internet, eis que um debate mais sério
não aconteceu, apenas houve um apoio, se assim podemos chamar a campanha criada
pela agência de propaganda.
Antes
elogiado por ser um dos primeiros a entrar na campanha anti-racista 'Somos Todos Macacos', iniciada por Neymar em
redes sociais — após a agressão sofrida por Daniel Alves — o apresentador Luciano Huck passou
a ser criticado por comercializar camisas com o nome do movimento na grife
pessoal, a UseHuck, ao custo de R$ 69.
De acordo
com a agência, não se trata de marketing, mas de reflexão -
"O
que nós planejamos foi a criação de um post com um conceito. Você perde a força
porque não pode chamar todo mundo de macaco. Agora, o negócio tem ficado muito
maior. Tem gente criando campanhas, marcas fazendo ações em cima",
completou Ketzer.
“A
palavra “macaco” não é só uma palavra. Ela tem história e significado… para os
negros, ela tem um significado de violência, ela representa a animalização,
como se não fossemos seres humanos. Os negros, desde sempre, lutaram contra
esta animalização e isso continua até os super civilizados dias de hoje.
Algumas vitórias nós tivemos, outras estão em curso, e ninguém aqui vai ficar
quieto. E quando as pessoas brancas em geral querem ditar os moldes da luta,
elas estão exercendo o poder de violência que sempre tiveram “Somos todos
macacos” é o “consciência humana” revisitado”, afirma Carol Mendes no blog
Blogueiras Negras.
Podemos perceber que há sérios embates na questão, uns empurram
a questão pra debaixo do tapete, outros se promovem e lucram e outros debatem
com verdadeiro intuito de reflexão.
Amigos leitores, é uma questão que atinge a todos nós, pois o racismo ou
preconceito, independente da forma como se apresenta é antes de mais nada
INJUSTO; fecha os olhos à ciência, que demonstrou ao longo dos tempos que somos
absolutamente iguais – mesmo constituição corpórea e funcional.
Mas vejam o que o egoísmo faz...mais uma vez entra em cena a
diferenciar as pessoas, tornando-as superiores ou inferiores de acordo com
deturpados pontos de vista.
Prefiro acreditar que primeiramente somos todos seres humanos,
não símios! Que alusão mais sem propósito é essa?! Recorrer a tal imagem, desvirtuando
a Teoria da Evolução proposta por Darwin é um erro.
O conceito equivocado de que "viemos dos macacos"
tem origem na ideia mais equivocada ainda de que a evolução é um processo
linear, no qual novas espécies vão substituindo outras. Ora, os humanos não
substituíram chimpanzés, gorilas ou orangotangos. Esses animais estão por aí,
dividindo o planeta conosco. O que ocorreu é que nosso ancestral comum -
aquele, que viveu em solo africano há pelo menos 6 milhões de anos - acabou
dando origem a duas linhagens distintas (provavelmente em virtude de mudanças
climáticas e outros fatores ambientais). Uma delas seguiu a trilha evolutiva
que resultaria nos macacos de hoje. A outra, contudo, percorreu um caminho
diferente, até chegar ao homem moderno. Ou seja: somos primatas, sim, tanto
quanto os chimpanzés. Até nossos genes são quase os mesmos, 90% iguais. Mas
isso não quer dizer que sejamos a evolução da Chita! Tivemos um antepassado em
comum, só isso(fonte:Revista Super Interessante)
“Pelo
entendimento dos mecanismos que regem a lei da reencarnação, a superioridade
que certos grupos étnicos atribuem a si torna-se insustentável e até ridícula.
Esse tipo de postura discriminatória, existente nas relações entre os
diferentes grupos étnicos, ao lado de diversos fatores de ordem política e
econômica, tem gerado as desigualdades sociais no nosso planeta,
constituindo-se num enorme obstáculo para a construção de uma sociedade mais
fraterna e igualitária. Afirmaram os Espíritos a Allan Kardec que essas
desigualdades um dia desaparecerão, “juntamente com a predominância
do orgulho e do egoísmo, restando tão somente a desigualdade de mérito. Chegará
um dia em que os membros da grande família dos filhos de Deus não mais se
olharão como de sangue mais ou menos puro, pois somente o Espírito é mais puro
ou menos puro, e isso não depende da posição social”.
Segundo
Kardec, todos os homens “são submetidos às mesmas leis naturais,
todos nascem com a mesma fragilidade, estão sujeitos às mesmas dores e o corpo
do rico se destrói como o do pobre. Deus não concedeu, portanto, superioridade
natural a nenhum homem, nem pelo nascimento, nem pela morte, todos são iguais
diante d’Ele”.
A
mentalidade racista produziu, na história da humanidade, situações extremadas
de discriminação racial, como a escravidão dos negros africanos, considerada
pelo Espiritismo como sendo contrária à Natureza, “pois assemelha o
homem ao bruto e o degrada moral e fisicamente”.
“Os homens
têm considerado, há muito, certas raças humanas como animais domesticáveis,
munidos de braços e de mãos, e se julgam no direito de vender os seus membros
como bestas de carga. Consideram-se de sangue mais puro. Insensatos, que não
enxergam além da matéria! Não é o sangue que deve ser mais ou menos puro, mas o
Espírito.”
A idéia de
que o homem possa encarnar como branco, negro, mulato ou índio, estabelece uma
ruptura com o preconceito e a discriminação raciais. Tanto que até hoje, na
Inglaterra, muitos adeptos do Neo-espiritualismo rejeitam a tese da
reencarnação, por não admitirem a possibilidade de terem tido encarnações em
posições inferiores quanto à raça e à condição social. Afinal, como se sentiria
um indivíduo de mentalidade racista encarnado em uma raça que considere
inferior? Nesse sentido, as questões que reproduzimos abaixo são bem
elucidativas” - Eugenio Lara, arquiteto e design gráfico, redator e produtor gráfico do jornal de
cultura espírita Abertura.
O relator da ONU encarregado de avaliar a discriminação no mundo, Doudou Diène, diz que o preconceito é cada vez maior em muitos países e que no Brasil ele está profundamente arraigado em toda a sociedade.
Deixamos
a reflexão como pauta : afinal, quem somos?
Belíssima reflexão! Fundamental a questão, um alívio após ler tantos absurdos na imprensa eletrônica me deparar com esse reconforto.
ResponderExcluirParabéns pelo pensamento claro e objetivo.
Abraços
Olá Ricardo, creio ser importante refletirmos sobre tudo o que nos cerca, todos os âmbitos somam sempre.
ResponderExcluirFico feliz que tenha gostado e comentado amigo! Abraços.