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quarta-feira, 12 de junho de 2013

O Casamento na Visão Espírita


O post foi solicitado pela amiga Carolina sobre casamento e as chamadas almas gêmeas na visão espírita. Boa leitura!

“A simpatia que atrai um espírito ao outro é o resultado da perfeita concordância de suas tendências, de seus instintos; se um tivesse que completar o outro, perderia a sua individualidade”, está escrito em O Livro dos Espíritos – Capítulo 6, Vida Espírita. Nessa citação é possível desmistificar o termo comumente conhecido como “alma gêmea”.

O Espiritismo esclarece que não existem dois espíritos criados um exclusivamente para o outro, mas que podem ter em comum os mesmos interesses e afinidades. O espírito imortal poderá encontrar em sua trajetória evolutiva muitos espíritos afins. Essa busca pelo grande amor significa a aspiração da alma pela felicidade completa.

A pergunta 386 de O Livro dos Espíritos explica que duas pessoas que se conheceram e se estimaram em vidas anteriores não se reconhecem, como muitos acreditam; apenas se sentem atraídos um para o outro. Isso acontece porque as recordações das existências passadas trariam grandes inconvenientes; mas é claro que existem raras exceções.

Martins Peralva, no livro “Estudando a Mediunidade” apresenta uma divisão didática dos diferentes tipos de casamento em 5 tipos distintos, como veremos a seguir. Foi ainda autor de outras obras evangélico-doutrinárias como “Estudando o Evangelho”, “O Pensamento de Emmanuel”, “Mediunidade e Evolução” e “Mensageiros do Bem”.

Tipos de casamento por Martins Peralva:
a) Afins: São aqueles formados por parceiros simpáticos, afins, onde há uma verdadeira afeição da alma. Geralmente, eles sobrevivem à morte do corpo e mantém-se em encarnações diversas. Pouco comuns na Terra.
b) Transcendentais: São casamentos afins entre almas enobrecidas, que juntas, vão dedicar-se a obras de grande valor para a Humanidade.
c) Provacionais: São uniões entre almas mutuamente comprometidas, que estão juntas para pacificarem as consciências ante erros graves perpetrados no passado e simultaneamente desenvolverem os valores da paciência, da tolerância e da resignação. É o tipo de casamento mais comum existente no planeta Terra.
d) Sacrificiais: São aqueles que se caracterizam por uma grande diferença evolutiva entre os cônjuges. Um Espírito de mais alta envergadura que aceita o consórcio com outro menos adiantado para ajudá-lo em seu progresso espiritual.
e) Acidentais: São os casamentos que não foram programados no mundo espiritual. Obedecem apenas à afeição física, sem raízes na afetividade sincera.

O que temos na doutrina, em relação ao casamento, pode ser bem entendido através destas perguntas e respostas:


- Qual a função essencial do lar e da família?
Emmanuel – No caminho familiar, purificam-se impulsos e renovam-se decisões. Nele encontramos os estímulos ao trabalho e às tentações que nos comprovam as qualidades adquiridas, as alegrias que nos alentam e as dores que nos corrigem.
- Todo laço de parentesco possui razão de ser?
Emmanuel – Ninguém possui sem razão esse ou aquele laço de parentesco, de vez que o acaso não existe nas obras da Criação.
André Luiz – Compreendamos que todas as afeições-problemas em nossa trilha de agora constituem débitos de existências passadas que nos compete ressarcir e que todas as facilidades que já nos enriquecem a estrada são instrumentos que o Senhor nos empresta, a fim de utilizarmos a vontade própria, na construção de mais ampla felicidade porvindoura e entendamos que a vida nos devolve aquilo que lhe damos.
- Compreendendo-se que muitos casamentos resultam em uniões infelizes e, às vezes, até mesmo profundamente antipáticas, induzindo os cônjuges ao divórcio, como interpretar a fase de atração recíproca, repleta de esperança, que caracterizou o namoro e o noivado?
Emmanuel – Qualquer pessoa que aspire a um título elevado passa pela fase de encantamento. Esfalfa-se o professor pela ascensão à cátedra. Conseguido o certificado de competência, é imperioso entregar-se ao estudo incessante para atender às exigências do magistério. Esforça-se o acadêmico pela conquista do diploma que lhe autorize o exercício da profissão liberal.
Laureado pela distinção, sente-se compelido a trabalho infatigável, de modo a sustentar-se na respeitabilidade em que anela viver. Assim também o matrimônio.
- Como interpretar as contrariedades e desgostos domésticos?
Emmanuel – O homem e a mulher aguardam o casamento, embalados na melodia do sonho, entretanto, atingida a convivência no lar, surgem às obrigações, decorrentes do pretérito, através do programa de serviço traçado para cada um de nós pela reencarnação, que nos compele a retomar, na intimidade, todos os nossos erros e desacertos. Fácil, dessa forma, reconhecer que todas as dificuldades domésticas são empeços, trazidos por nós próprios, das existências passadas.
- Como, ante as relações humanas, entender os conflitos e crises no lar?
Emmanuel – Às vezes, depois dos votos de ternura e fidelidade, quando as promessas se encaminham para as realizações objetivas, os sócios de base da empresa familiar encontram obstáculos pela frente. Um deles terá adoecido e falta no outro a tolerância necessária. Surge a irritação e aparece o ressentimento. Em outras ocasiões, o trabalho se amplia em casa e um deles foge à cooperação. Surge o cansaço e aparece o desapreço. Hoje queixas. Adiante desatenções e lágrimas. Amanhã rixas. Adiante ainda amarguras e acusações recíprocas. Se um dos responsáveis não se dispõe a compreender a validade do sacrifício, aceitando-o por medida de salvação do instituto doméstico, eis a união enferma ameaçando ruptura.
- O que pensar, nesse ponto, dos arrastamentos para outros relacionamentos?
Emmanuel – Nesse passo, costumam repontar do caminho laços e afinidades de existências do pretérito convidando esse ou aquele dos parceiros para uniões diferentes. E será indispensável muita abnegação para que os chefes da comunhão familiar não venham a desfazer, de todo, a união já enferma, partindo no rumo de novos ajustes afetivos.
- Qual a conexão entre a consanguinidade e o destino?
Emmanuel – Nos elos da consanguinidade, reavemos o convívio de todos aqueles que se nos associaram ao destino, pelos vínculos do bem ou do mal, através das portas benditas da reencarnação.
- De modo geral, quem é, nas leis do destino, o marido faltoso?
Emmanuel – Marido faltoso é aquele mesmo homem que, um dia, inclinamos à crueldade e à mentira...O marido ingrato e desleal, em muitas circunstâncias, é o mesmo esposo do pretérito, que precipitamos na deserção, com os próprios exemplos menos felizes.
- E a esposa desequilibrada?
Emmanuel – Esposa desequilibrada é aquela mulher que, certa feita, relegamos à necessidade e a viciação... A companheira desorientada, que nos amarga o sentimento, é a mulher que menosprezamos, em outra época, obrigando-a a resvalar no poço da loucura.
- O que foram, em vidas anteriores, os pais despóticos?
Emmanuel – Quase sempre, os pais despóticos de hoje são aqueles filhos do passado, em cuja mente inoculamos o egoísmo e a intolerância.
- E o filho rebelde?
Emmanuel – O filho rebelde e vicioso é o irmão que arrojamos, um dia, à intemperança e à delinquência. Filhos problemas são aqueles mesmos espíritos que prejudicamos, desfigurando-lhes o caráter e envenenando-lhes os sentimentos.
- E a filha desatinada?
Emmanuel – A filha detida nos desregramentos do coração é a jovem que, noutro tempo, induzimos ao desequilíbrio e à crueldade.
- E os parentes abnegados?
Emmanuel – Os parentes abnegados, em que nos escoramos, são os amigos de outras eras, com os quais já construímos os sólidos alicerces da amizade e do entendimento, propiciando-nos o reconforto da segurança recíproca.
- Como influi o nosso passado no clima familiar e na atividade profissional?
Emmanuel – Cada elo de simpatia ou cada sombra de desafeto, que surpreendemos na família ou na atividade profissional, são forças do passado a nos pedirem mais amplas afirmações de trabalho na vitória do bem.
- A indissolubilidade absoluta do casamento está na lei natural ou somente na lei humana?
Emmanuel – É uma lei humana muito contrária à lei natural. Mas os homens podem mudar suas leis: só as da Natureza são imutáveis.
- Existem casos francamente insolvíveis nos casamentos desventurados; não será o divórcio o mal menor para evitar maiores males?
Emmanuel – Muitos dizem que o divórcio é válvula de escape para evitar o crime e não ousamos contestar. Casos nos surgem quais ele funciona, por medida lamentável, afastando males maiores, qual amputação que evita a morte, mas será sempre quitação adiada, à maneira de reforma no débito contraído.
- O que devemos fazer se a presença de alguém nos é penosa?
Emmanuel – Se a presença de alguém nos é penosa ou difícil ao coração, anulemos os impulsos negativos que nos surjam na alma e convertamos as nossas relações com esse alguém numa sementeira constante de paz e luz.
- Que precisamos para vencer na luta doméstica?
Emmanuel – Devemos revestir-nos de paciência, amor, compreensão, bom ânimo e humildade, a fim de aprender e vencer, na luta doméstica. No mundo, o lar é a primeira escola da reabilitação e do reajuste.
- Quais são as piores consequências das ligações carnais desditosas, além daquelas que se apresentam nos sofrimentos das frustrações ou lesões emotivas?
Emmanuel – É forçoso observar que da afeição sexual descontrolada surgem muitas calamidades para a vida do espírito, dentre as quais destacaremos, a par da fascinação ou do ódio, nos problemas da obsessão, o suicídio e o aborto, como sendo as mais lastimáveis.
- Qual a direção pessoal que devemos adotar para vencer os dissabores do lar infeliz?
Emmanuel – Evitemos o divórcio, tanto quanto possível, e combatamos o aborto e o suicídio com todos os recursos de raciocínio e esclarecimento de que possamos dispor. O divórcio adia o resgate. O aborto complica o destino. O suicídio agrava todos os sofrimentos.
André Luiz – Valorizemos o tempo, para que o tempo nos valorize e permaneçamos em equilíbrio sem afetar aquilo que não somos, em matéria de elevação, conquanto reconhecendo a necessidade de aperfeiçoar-nos sempre. Se erramos, estejamos decididos à corrigenda, agindo com sinceridade e trabalhando fielmente para isso.
- Por mais ríspidas se façam as lutas, no casamento, é melhor permanecer dentro delas?
Emmanuel- pagar, é libertar-se, aprender é assimilar a lição.
Obras consultadas: Livro dos Espiritos; Leis do Amor- Francisco C. Xavier e Waldo Vieira; Coragem-Francisco C. Xavier; Caminhos da Volta-Francisco C. Xavier.  Informacao Revista Espírita Mensal.
Outras Fontes: www.rcespiritismo.com.br; http://compreendereevoluir.blogspot.com.br

9 comentários:

  1. Obrigada pela publicação! O assunto é longo, admiro a doutrina, explica muito bem dúvidas que tenho e faz sentido. Desejo sucesso, gosto bastante quando comenta a doutrina.Bom entender sobre o casamento, é possível casar no espiritismo?Desculpe,s muitas perguntas,abs!

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  2. Sinta-se à vontade para perguntar Carol.
    Em um casamento espírita não há cerimônia religiosa, pois o Espiritismo não instituiu sacramentos, rituais ou dogmas.Quando o casal é espírita e deseja realizar a cerimônia civil, uma prece poderá ser feita por um familiar dos noivos (não é preciso convidar um presidente de centro, um orador espírita, um médium). Abraços!

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  3. Conviver não é fácil. Num primeiro momento somos levados pela lei de atração e ocorre todo aquele bem estar na presença do amado(a).
    A paixão é uma sensação bastante agradável mas ao mesmo tempo nos agita e quando passa é como se nada tivesse acontecido. No dizer de Joanna de Ângelis, paixão é como fogo na floresta, depois que passa só resta cinzas. O amor é calmo, tranquilo, seguro, existe até mesmo sem a presença da pessoa amada.
    Concessões fazem parte de um casamento. Não buscar culpados. Buscar soluções.
    Penso que a separação é inevitável quando o respeito acaba.
    Sem confiança e sem respeito, nenhum casamento suporta.
    Parabéns" Luzes" e a Simone pela sugestão do assunto, sempre tão atual.

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  4. Perdão, em tempo CAROLINA E NÃO SIMONE.
    Bjs

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  5. Verdade amiga, o casamento é uma grande lição onde exercitamos o respeito, entendimento, etc.
    Paixão entra num outro patamar, embora seja muito recorrente também.
    Em algumas situações o divórcio se faz necessário, sendo preciso refletir antes de qualquer decisão.
    Agradeço o comentário! grande bj!

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  6. Quando a união acontece, por esses diversos motivos bem explicados nesse post(parabéns Flávia), temos que procurar acima de tudo viver no amor e para amar, assim nos tornamos cada dia mais leves e menos parte desse sólido mundo.
    Tenho certeza que todos conseguiram se encaixar em um dos 5 tipos de casamento de Martins Peralva.
    E que bom saber que pra estarmos casados não necessitamos de cerimônia, me faz "leve".
    Abraços

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  7. Oi Luciana, sim em algum destes 5 tipos nos encaixamos. Não há necessidade de cerimônia pois não necessitamos de uma aprovação divina, visto que o acaso não existe e muito provavelmente a escolha tenha sido feita e consentida antes de nosso retorno físico.
    O amor, o respeito, o compromisso devem ser sentidos no coração onde assumimos nossas responsabilidades e não em um ritual, de acordo com a doutrina. Abraços,obrigada pelo comentário, Flávia.

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