Para
iniciar o post vejamos a diferença entre prova e expiação. Prova é toda e qualquer
experiência que nos serve de desafio, de teste. Pode ser missionária ou não.
Expiação diz respeito às experiências que temos que vivenciar para reparar
algum erro ou atitude equivocada. Toda expiação acaba sendo uma prova, mas nem
toda prova é uma expiação.
Antes de nova
encarnação, o Espírito escolhe o gênero de provas a que deseja se
submeter, fazendo uso de seu livre-arbítrio; assim é autor de suas escolhas,
tendo responsabilidade dos seus atos e das suas conseqüências.
A escolha é
possível desde que haja discernimento prévio e certo adiantamento moral, do
contrário a escolha de provas poderá acontecer sem ser por sua própria escolha
ou ainda , nos casos onde há uma necessidade a ser expiada, a nova existência
deverá prever circunstâncias alheias ao seu livre arbítrio.
O Espírito,
escolhendo um caminho, sabe de que natureza são as vicissitudes que irá
encontrar; mas não sabe que acontecimentos o aguardam. Os detalhes nascem das
circunstâncias.O nascimento prevê o esquecimento das escolhas e situações a
serem vividas ou expiadas, tanto para haver mérito quanto para que novos laços
possam ser estabelecidos, no processo evolutivo.
É possível que se
guarde uma impressão da missão, como também de não ter absolutamente nenhuma ou
ainda casos onde existe a consciência da missão.
Em todas as
reencarnações temos a presença das Leis, assim a Lei de Causa e Efeito, a Lei de Ação e Reação, a Lei
de Justiça registram no perispírito e na mente do espírito as energias e
tendências que o farão enfrentar as provas e expiações que necessite passar.
Isso é automático e faz parte da justiça Divina e da Lei Natural.
A necessidade de nova experiência corpórea agrupam os
chamados espíritos errantes e são todos
os Espíritos que, estando desencarnados, ainda estão sujeitos à reencarnação.
Diz-se, então, que eles vivem ou estão, na ERRATICIDADE. Os Espíritos puros que
não necessitam mais reencarnar, não são denominados errantes; e, então, eles não
estão na erraticidade. A reencarnação dos Espíritos errantes não se processa
logo em seguida à desencarnação, ocorrendo geralmente após intervalos mais ou
menos longos, variando de algumas horas a alguns milhares de anos. (LE, perg.
224a).
Os
Espíritos errantes estudam e procuram meios de elevar-se; mas é na existência
corpórea que põem em prática aquilo que aprenderam, porque é na vida material
que acontecem os grandes embates que levam os Espíritos a superar-se. São
felizes ou infelizes, conforme os méritos conquistados; sofrem por efeito das
paixões, cuja essência conservaram, e são felizes de conformidade com o grau
evolutivo a que tenham chegado. Na erraticidade têm a percepção do que lhes
falta para serem felizes, e desde então procuram os meios de se melhorarem.
Abaixo considerações das questões do Livro dos Espíritos, de Allan Kardec:
258. No estado errante, antes de nova existência corpórea, o Espírito
tem consciência e previsão do que lhe vai acontecer durante a vida?
— Ele mesmo escolhe o gênero de provas que deseja sofrer; nisto consiste
o seu livre-arbítrio.
258. A) Não é Deus quem lhe impõe as tribulações da vida, como castigo?
— Nada acontece sem a permissão de Deus, porque foi ele quem estabeleceu
todas as leis que regem, o Universo. Perguntareis agora por que ele fez tal lei
em vez de tal outra! Dando ao Espírito a liberdade de escolha, deixa-lhe toda a
responsabilidade dos seus atos e das suas conseqüências; nada lhe estorva o
futuro; o caminho do bem está à sua frente, como o do mal. Mas se sucumbir,
ainda lhe resta uma consolação, a de que nem tudo se acabou para ele, pois
Deus, na sua bondade, permite-lhe recomeçar o que foi malfeito. É necessário
distinguir o que é obra da vontade de Deus e o que é da vontade do homem. Se um
perigo vos ameaça, não fostes vós que o criastes, mas Deus; tivestes, porém, a
vontade de vos expordes a ele, porque o considerastes um meio de adiantamento;
e Deus o permitiu.
259. Se o Espírito escolhe o gênero de provas que deve sofrer, todas as
tribulações da vida foram previstas e escolhidas por nós?
— Todas, não, pois não se pode dizer que escolhestes e previstes tudo o
que vos acontece no mundo, até as menores coisas. Escolhestes o gênero de
provas; os detalhes são conseqüências da posição escolhida, e freqüentemente de
vossas próprias ações. Se o Espírito quis nascer entre malfeitores, por
exemplo, já sabia a que deslizes se expunha, mas não conhecia cada um dos atos
que praticaria; esses atos são produtos de sua vontade ou do seu
livre-arbítrio. O Espírito sabe que, escolhendo esse caminho, terá de passar
por esse gênero de lutas; e sabe de que natureza são as vicissitudes que irá
encontrar; mas não sabe quais os acontecimentos que o aguardam. Os detalhes
nascem das circunstâncias e da força das coisas. Só os grandes acontecimentos,
aqueles que influem no destino, estão previstos. Se tomas um caminho cheio de
desvios, sabes que deves ter muitas precauções, porque corres o perigo de cair,
mas não sabes quando cairás, e pode ser que nem caias, se fores bastante
prudente. Se, ao passar pela rua, uma telha te cair na cabeça, não penses que
estava escrito, como vulgarmente se diz.
260. Como o Espírito pode querer nascer entre gente de má vida?
— E necessário ser enviado ao meio em que possa sofrera prova pedida.
Pois bem, o semelhante atrai o semelhante, e para lutar contra o instinto do
bandido é preciso que ele se encontre entre gente dessa espécie.
260 – a) Se não houvesse gente de má vida na Terra, o Espírito não
poderia encontrar nela o meio necessário a certas provas?
— E deveríamos lamentar isso ? É o que acontece nos mundos superiores,
onde o mal não tem acesso. É por isso que neles só existem bons Espíritos.
Fazei que o mesmo aconteça, bem logo, em vossa Terra.
261. O Espírito, nas provas que deve sofrer para chegar à perfeição,
terá de experimentar todos os gêneros de tentações? Deverá passar por todas as
circunstâncias que possam provocar-lhe o orgulho, o ciúme, a avareza, a
sensualidade etc.?
— Certamente não, pois sabeis que há os que tomam desde o princípio um
caminho que os afasta de muitas provas. Mas aquele que se deixa levar pelo mau
caminho, corre todos os perigos do mesmo. Um Espírito pode pedir a riqueza e
esta lhe será dada; então, segundo o seu caráter, poderá tornar-se avarento ou
pródigo, egoísta ou generoso, ou ainda entregar-se a todos os prazeres da
sensualidade. Mas isso não quer dizer que ele devia passar forçosamente por
todas essas tendências.
262. Como pode o Espírito que, em sua origem, é simples, ignorante e sem
experiência escolher uma existência com conhecimento de causa e ser responsável
pela sua escolha?
— Deus supre a sua inexperiência, traçando-lhe o caminho que deve
seguir, como fazes com uma criança desde o berço. Mas deixa-lhe pouco a pouco a
liberdade de escolher, à medida que o seu livre-arbítrio se desenvolve. E então
que ele muitas vezes se extravia, tomando o mau caminho, por não ouvir os
conselhos dos bons Espíritos. É a isso que podemos chamar a queda do homem.
262 – a) Quando o Espírito goza do seu livre-arbítrio, a escolha da
existência corpórea depende sempre exclusivamente da sua vontade ou essa
existência pode lhe ser imposta pela vontade de Deus, como expiação?
-Deus sabe esperar: não precipita a expiação. Entretanto, pode impor
certa existência a um Espírito, quando este, por sua inferioridade ou má
vontade, não está apto a compreender o que lhe seria mais proveitoso, e quando
vê que essa existência pode servir para a sua purificação, o seu adiantamento,
e ao mesmo tempo servir-lhe de expiação.
263. O Espírito faz a escolha imediatamente após a morte?
- Não, pois muitos crêem na eternidade das penas e, como já vos foi
dito, isso é um castigo.
264. O que orienta o Espírito na escolha das provas?
- Ele escolhe as que podem servir de expiação, segundo a natureza de
suas faltas, e fazê-lo adiantar mais rapidamente. Uns podem impor-se uma vida
de misérias e provações para tentar suportá-la com coragem outros querem
experimentar as tentações da fortuna e do poder, bem mais perigosas pelo abuso
e o mau emprego que se lhes pode dar e pelas más paixões que desenvolvem;
outros, enfim, querem ser provados nas lutas que terão de sustentar no contato
com o vicio.
265. Se alguns dos Espíritos escolhem o contato com o vício como prova,
há os que o escolhem por simpatia e pelo desejo de viver num meio adequado aos
seus gostos, ou para poderem entregar-se livremente às suas inclinações
materiais?
— Há, por certo, mas só entre aqueles cujo senso moral é ainda pouco
desenvolvido; a prova decorre disso, e eles a sofrem por tempo mais longo Cedo
ou tarde, compreenderão que a satisfação das paixões brutais tem para eles
conseqüências deploráveis, que terão de sofrer durante um tempo que lhes
parecerá eterno. Deus poderá deixá-los nesse estado até que eles tenham
compreendido suas faltas, pedindo por si mesmos o meio de resgatá-las em provas
proveitosas.
266. Não parece natural que os Espíritos escolham as provas menos
penosas?
- Para vós, sim; para o Espírito, não. Quando ele está liberto da
matéria, cessa a ilusão, e a sua maneira de pensar é diferente.
Comentário de Kardec: O
homem, submetido na Terra à influência das idéias carnais, só vê nas suas
provas o lado penoso. É por isso que lhe parece natural escolher as que, do seu
ponto de vista, podem subsistir com os prazeres materiais. Mas na vida
espiritual ele compara os prazeres fugitivos e grosseiros com a felicidade
inalterável que entrevê, e então, que lhe importam alguns sofrimentos
passageiros? O Espírito pode escolher a prova mais rude, e em conseqüência a
existência mais penosa, com a esperança de chegar mais depressa a um estado
melhor, como o doente escolhe muitas vezes o remédio mais desagradável, para se
curar mais rapidamente. Aquele que deseja ligar o seu nome à descoberta de um
país desconhecido, não escolhe um caminho coberto de flores, pois sabe os
perigos que corre, mas sabe também a glória que o espera, se for feliz.
A doutrina da liberdade de escolha das nossas existências e das provas
que devemos sofrer deixa de parecer extraordinária, quando se considera que os
Espíritos, libertos da matéria, apreciam as coisas de maneira diferente da
nossa. Eles antevêem o fim, e esse fim lhes parece muito mais importante que os
prazeres fugidios do mundo. Depois de cada existência, vêem o progresso que
fizeram e compreendem quanto ainda lhes falta em pureza, para o atingirem. Eis
porque se submetem voluntariamente a todas as vicissitudes da vida corpórea,
pedindo eles mesmos aquelas que podem fazê-los chegar mais depressa. Não há,
pois, motivo para nos admirarmos de que o Espírito não dê preferência à
existência mais suave. No seu estado de imperfeição, ele não pode desfrutar a
vida sem amarguras, que apenas entrevê. E é para atingi-la que procura
melhorar-se.
Não vemos diariamente exemplos de coisas parecidas? O homem que trabalha
uma parte de sua vida, sem tréguas nem descanso, a fim de ajuntar o necessário
para o seu bem-estar. não desempenha uma tarefa que se impôs, com vistas a um
futuro melhor? O militar que se oferece para uma missão perigosa, o viajante
que não enfrenta menores perigos, no interesse da Ciência ou de sua própria
fortuna, não se submetem a provas voluntárias, que devem proporcionar-lhes
honra e proveito, se as vencerem? A que o homem não se submete e não se expõe,
pelo seu interesse ou pela sua glória? Todos os concursos não são provas
voluntárias para melhorar na carreira escolhida? Não se chega a nenhuma posição
social de elevada importância, nas ciências, nas artes, na indústria, sem
passar pela série de posições inferiores, que são outras tantas provas. A vida
humana é, assim, o decalque da vida espiritual. Nela encontramos, em menor
escala, todas as peripécias daquela. Se na vida terrena escolhemos muitas vezes
as provas mais difíceis, com vistas a um fim mais elevado, por que o Espírito,
que vê mais longe, e para quem a vida do corpo é apenas um incidente fugaz, não
escolherá uma existência penosa e laboriosa, se ela o deve conduzir a uma
felicidade eterna? Aqueles que dizem que, se pudessem escolher a sua
existência, teriam pedido a de príncipes ou milionários, são como os míopes que
não vêem o que tocam, ou como as crianças gulosas, que respondem, quando
perguntamos que profissão preferem: pasteleiros ou confeiteiros.
Da mesma maneira, o viajante, no fundo de um vale
nevoento, não vê a extensão nem os pontos extremos da sua rota; mas, chegando
ao cume da montanha, seu olhar abrange o caminho percorrido e o que falta
percorrer, vê o final de sua viagem, os obstáculos que ainda tem de vencer, e
pode então escolher com mais segurança os meios de o atingir. O Espírito
encarnado é como o viajante no fundo do vale; desembaraçado dos liames
terrestres, é como o que atingiu o cume. Para o viajante, o fim é o repouso
após a fadiga; para o Espírito, é a felicidade suprema, após as tribulações e
as provas.
Todos os Espíritos dizem que, no estado errante, buscam, estudam,
observam, para fazerem suas escolhas. Não temos um exemplo disso na vida
corpórea?
Não buscamos muitas vezes, através dos anos, a carreira que
livremente acabamos por escolher, porque a achamos a mais apropriada aos nossos
objetivos? Se fracassamos numa, procuramos outra. Cada carreira que abraçamos é
uma fase, um período da vida. Não empregamos cada dia em escolher o que faremos
no outro? Ora, o que são as diferentes existências corpóreas para o Espírito,
senão fases, períodos, dias da sua vida espírita que. como sabemos, é a vida
normal, não sendo a vida corpórea mais do que transitória, passageira?
Fontes:PanoramaEspírita;Cursodeespiritismo.blogspot.com;Espiritismoaluzdomundo.blogspot.com.br
Muitos questionam o esquecimento da vida anterior,dizendo que, seria mais fácil se nos lembrássemos do que fomos, o que fizemos...
ResponderExcluirpara não mais incorrermos no erro.
Ledo engano, poderíamos simplesmente paralisar diante das lembranças das iniquidades cometidas ou simplesmente pelas leis de afinidades voltarmos para perto daqueles que comungam dos mesmos gostos que nós ( não que isso não aconteça). Deus não nos dá um fardo maior do que possamos carregar. As provas estarão concernentes as nossas necessidades. No fundo sabemos quando uma coisa nos convém ou não. Fechamos os ouvidos para nossa consciência pois ainda nos comprazemos em determinada situação.
Nossa consciência é nosso melhor guia, para o bom ou mau uso de nosso livre arbítrio.
Bjs
Sem dúvida, a consciência é um amparo vital, sem sua existência atuaríamos como cegos; a reencarnação com a existência de provas "testa" nossa capacidade de uso da consciência, através das escolhas que fazemos.Antes de nosso regresso à vida nos preparamos para as escolhas que se apresentarão no porvir, se falharmos haverá sempre uma nova oportunidade visto que a evolução é o objetivo maior. Agradeço o comentário e reflexão, bjs!
ResponderExcluirGostei de saber mais sobre isso, Flávia. É um tema que me causa muita curiosidade. Não sou espírita, mas acredito em muita coisa. Beijos!
ResponderExcluirMuito bom Flavinha =)
ResponderExcluirDevemos lembrar também que esse assunto é, às vezes, passível de verificação científica, principalmente quando nos referimos às lembranças de outras existências, que ocorrem espontaneamente com algumas pessoas ou são investigadas diretamente através de processos hipnóticos de regressão. Um caso interessante é o do Dr Brian Weiss, com sua paciente Catherine, onde a mesma, através de processo hipnótico identificou sua sobrinha nessa existência, como sua filha em uma existência pregressa. Esse é apenas 1 de vários casos. Não podemos pensar em acaso nessas circunstâncias, mas sim em algo planejado, e se algo como isso foi planejado, isso abre precedente para planejamentos de toda ordem antes da vida atual. =)
Olá Sérgio, obrigada pelo comentário, a doutrina é mesmo fascinante pelas explicações que traz. Veja o comentário do Alexandre abaixo como acréscimo. Beijos!
ResponderExcluirAlexandre, bem colocado =)
ResponderExcluirTemos tb Dr Ian Stevenson e o próprio Hernani como outros exemplos, publiquei os estudos dos mencionados no blog separados deste último, com exceção do Hernani, por enquanto.
O tema é bem amplo mesmo, pq as escolhas são pautadas em decorrência de outras existências no longo processo evolutivo, as comprovações destas existências são bem pontuadas nos processos investigativos e científicos , outro bom exemplo é o estudo das marcas de nascença.Obrigada amigo pelo comentário oportuno, a ciência cabe em tds os aspectos apresentados pela doutrina, aliás neste sentido o almateca é completo, mais uma vez indico - http://www.almateca.tk
Bjs!!