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sábado, 27 de abril de 2013

LIVRE ARBÍTRIO E RESPONSABILIDADES






A questão do livre arbítrio é discutida não apenas pelas religiões como também pela filosofia, onde o tema buscou compreender a extensão e suas implicações desde a Antiguidade até os dias de hoje.

Mas o que vem a ser o livre arbítrio, se em muitos casos não fomos nós que fizemos aparentes escolhas?

O Espiritismo vem explicar que existem escolhas que foram feitas no plano espiritual, solicitadas pela consciência de erros e aprendizados que ainda são necessarias para a evolução; assim explica que o livre arbítrio opera enquanto encarnado como também quando desencarnado.


O destino é conseqüência de nossos atos e de nossas livres resoluções, lembrando que existem leis operando em nossas escolhas, como a de causa e efeito por exemplo.

Assim, a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória, necessária e inevitável, porque Deus é Pai é Justo e  benevolente.

Muitos que não comprendem o livre arbítrio podem imaginar que Deus é uma figura impiedosa, capaz de castigar ; se nem nós somos capazes de negar a um filho nosso amor, como imaginar que Deus assim faça?

Não apenas fazemos escolhas, como somos responsáveis por estas, que nada mais é do que a obrigação de responder pelos próprios atos.

Como nos ensinou o apóstolo Paulo de Tarso: “tudo nos é lícito, mas nem todas as coisas nos convém”. Com tal assertiva, o maior divulgador do Evangelho pretendia nos mostrar a importância da liberdade de escolha, uma vez que se uma pessoa quer receber da vida a felicidade, deve promover felicidade, a paz e o amor não somente em suas ações, mas, também, em seus pensamentos e conversas.


Como tudo depende do grau evolutivo de cada um, o exercício pelas provas que a vida oferece, permite –nos  adquirirmos, pouco a pouco, a aptidão de eleger entre os vários caminhos a percorrer, o que é fundamental, pois se não fosse pela oportunidade da liberdade e do trabalho, esse divino instrumento de crescimento intelecto-moral, as criaturas humanas permaneceriam em seu estado de infância espiritual.

As expiações que vemos são meios de reconduzir rumo a evolução, através do aprendizado, a conduta do passado (de outra existência).

Se assim não fosse, seria mesmo Deus injusto ao permitir doenças, desvios ou lesões a alguém que somente dispõe de uma única existência – enquanto uns passariam sua única existência no conforto e na alegria, outros padeceriam por que “Deus assim quis”; não há campo para o acaso quando se observa com o olhar da lógica.

As pessoas que se excedem na busca do dinheiro, com o mau uso da inteligência e astúcia, em detrimento do direito de seu próximo, por essa infeliz opção, estarão programando difíceis reencarnações, nas quais, certamente, virão com lesões cerebrais, como conseqüência de seus próprios atos menos nobres que danificaram energeticamente o corpo espiritual. Podem vir reencarnados nas vestes de mendigos para aprender a dar o verdadeiro valor ao ganho material, assim como ao bem estar alheio. Também os homicidas e os suicidas acarretam graves distúrbios dessa ordem, em virtude da lesão perispiritual que será sanada, tão somente, pela reencarnação provacional e reparadora. Portanto, não é por acaso que as pessoas portadoras de tais deficiências passam por tais situações, sendo merecedores de muita compreensão e amor, a fim de que possam vencer a si mesmos. Cada situação é particular, impossível julgarmos ou prevermos adequadamente as causas e efeitos num primeiro olhar, pois anda temos aplicadas as leis atenuantes ou agravantes.

…”Por uma questão de lógica, tratando-se de livre-arbítrio, não serve de escusa aos atos reprováveis a deficiência das faculdades intelectuais causadas pela embriaguez, porque é o ébrio quem voluntariamente se priva da razão, visando satisfazer suas grosseiras paixões” (questão nº 848, L.E.).

Alguns poderão questionar diante do livre arbítrio a ação dos anjos de guarda ou mentores espirituais (ou guias), lembramos que Deus nos permite a presença espiritual destes para nos auxiliar durante a jornada donde devemos  realizar as provas e expiações por nós mesmo escolhidas; porém  está em nossas mãos a tarefa. Assim é que os mentores nos inspiram bons pensamentos, ofertando a melhor opção do bem, da saúde e da paz, cabendo a cada indivíduo, por meio do livre-arbítrio, eleger o seu futuro com a ação do presente.

Sim, somos livres para realizar nossas escolhas e se existem as encarnações de pessoas com lesões, mutilações ou doenças por exemplo é porque Deus lhes propicia uma nova oportunidade, expiando o que lhes compete aprender ou ensinar, já que nenhuma ação está livre de seu efeito assim como também não dura a eternidade, mas apenas uma existência e sempre para o bem próprio e/ou da família.

“Digo-te que dali não sairás enquanto não tiveres pago até o último ceitil!”

O Mestre reportava-se a resgates dolorosos, a difíceis prestações de contas e as conseqüências desastrosas de atos irrefletidos, quando assim falou.

Essas mesmas palavras se aplicam também ao recebimento de verdadeiras recompensas pelos atos bons, à prestação de contas com juros, até no campo do bem e com vistas a prêmios concedidos a trabalhadores dignos.

Assim temos o livre arbítrio sempre envolto pela nossa responsabilidade, ao passo que somos livres para escolher, somos responseveis pelas escolhas e pelo que delas decorrer.

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