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domingo, 20 de setembro de 2015

O extraordinário caso do gênio matemático "sem cérebro"

"Concebe-se que estas extraordinárias exceções não invalidam a regra geral, ou seja, que não contradizem de modo algum a afirmação de que o cérebro é necessário ao espírito em suas relações com o meio terrestre; mas também é certo que se torna essencial esclarecê-las imediatamente. Observe que isto se consegue facilmente se admite o princípio da existência de uma alma independente do corpo, mas que não se alcança absolutamente se se acredita que o pensamento é uma função do cérebro"
                           Ernesto Bozzano, metapsiquísta emérito.





O cérebro é tão importante como se costuma pensar e dizer? Ele é, de fato, o comandante e criador de tudo o que fazemos? Embora, atualmente, as respostas pareçam óbvias, existe um caso clássico da neurologia que poderá nos fazer repensar essas perguntas. Trata-se de um aluno brilhante da Universidade de Sheffield, com um alto coeficiente intelectual, de 126, que pediu ajuda ao professor e médico universitário John Lorber por causa de uma dor de cabeça.

O médico observou que a cabeça do estudante era um pouco maior que o normal e realizou um exame de imagem cerebral. Ao ver os resultados, ele teve uma grande surpresa: esse aluno, que estava prestes a se formar em matemática, apresentava um sério quadro de hidrocefalia (acúmulo de água no cérebro).

As pesquisas de Lorber foram citadas em um artigo na revista Science em 1980, escrito pelo redator Roger Lewin, chamado Is your brain really necessary? (Será que o cérebro é mesmo necessário?), em que era questionada a crença de que o tamanho do cérebro seria realmente o fator mais importante para a inteligência humana. Lorber estudou diversos casos de hidrocefalia e concluiu que, mesmo quando parte do córtex cerebral (a camada externa do cérebro) é inexistente, os pacientes conseguem viver normalmente.
O caso do estudante de matemática foi citado por Roger Lewin: "Um dos alunos que estuda nesta universidade (...) tem uma vida social normal. Mas não tem cérebro, literalmente falando... Quando foi submetido a um exame, verificamos que, em vez de um cérebro normal de espessura de 4,5 centímetros entre os ventrículos e a superfície cortical, havia apenas uma fina camada de tecido de pouco mais de um milímetro de espessura. Seu crânio é preenchido apenas com fluido cerebrospinal.”


Vale ressaltar que há muitos céticos em relação ao caso do estudante de matemática. Alguns alegam que Lorber teria interpretado erroneamente os exames. Além disso, um estudo sobre o caso jamais foi publicado por ele em revistas especializadas.
Atualmente, um outro caso foi relato em Goiás. Uma garota que nasceu com hidrocefalia passou na universidade para o curso de Letras na cota de estudantes com deficiência. Ela nasceu em 1992 com 80% do cérebro comprometido e havia uma chance de apenas 10% de sobrevivência. Após cirurgias e uso de duas válvulas para drenar o líquido, ela segue uma vida normal. 
Uma teoria que tenta responder esses mistérios sobre o cérebro explica que há uma grande redundância nas suas funções, e uma pequena quantidade de matéria cerebral pode substituir as atividades dos hemisférios faltantes. Outra explica que usamos apenas 10% do cérebro. De qualquer modo, as respostas não são certas nem unânimes no âmbito científico. A descoberta de Lorber abre as portas para todo o tipo de hipóteses, como as que desvinculam a memória do cérebro, e mergulha nos recantos mais obscuros da enigmática inteligência humana.


Ernesto Bozzano


Assim como na Natureza nenhum fenômeno ocorre apenas uma vez, este caso, embora alardeado como espetacular - e não deixa de sê-lo - não foi o único. Ernesto Bozzano, em um artigo com o título"Cérebro e Pensamento", escrito em 1929 , disserta sobre esse tema e expõe relatos de médicos legistas que, ao analisar cadáveres e abrir o crânio de algumas pessoas já falecidas, se deparavam com um cérebro parcial ou totalmente deformado, a ponto de encontrar, no lugar do cérebro, apenas uma papa de pus. Com um detalhe bem importante: essas pessoas conservaram a consciência e a inteligência intactas até o momento da morte, apesar de terem seus cérebros destruídos por completo ou em parte. No artigo citado anteriormente, Bozzano, de maneira lúcida, nos diz acerca desses casos:

"Concebe-se que estas extraordinárias exceções não invalidam a regra geral, ou seja, que não contradizem de modo algum a afirmação de que o cérebro é necessário ao espírito em suas relações com o meio terrestre; mas também é certo que se torna essencial esclarecê-las imediatamente.

Observe que isto se consegue facilmente se admite o princípio da existência de uma alma independente do corpo, mas que não se alcança absolutamente se se acredita que o pensamento é uma função do cérebro"

Como um exemplo para ilustrar que o que ocorreu com o estudante não é um fato isolado, reproduzimos, logo abaixo, um trecho do artigo citado.Para maiores informações  e casos consultar o artigo na íntegra aqui.

"Eis um exemplo, observado pelo Dr. R. Robinson e exposto pelo professor Edmundo Perrier na Academia de Ciências, de Paris:

Trata-se de um indivíduo de 62 anos que, em conseqüência de uma ligeira ferida na região occipital, apresentou algumas perturbações visuais que chamaram a atenção; sem dúvida, não se produziu nenhum sintoma alarmante, nem paralisia nem convulsões. Os demais sentidos permaneceram em estado normal.

Ao fim de um ano, o enfermo faleceu bruscamente de um ataque de epileptiforme. Durante a autópsia, o Dr. Robinson comprovou que o cérebro deste homem tinha a forma de uma casca bem delgada que, ao ser cortada, deixou vazar uma enorme quantidade de pus.

Como é possível que uma destruição tão completa do órgão cerebral não haja produzido nenhum sintoma grave e característico? O que faz, ante um fato dessa índole, a doutrina das "localizações", que atribui às distintas regiões ou zonas do cérebro funções bem determinadas? 



O Dr. Robinson, apoiando-se neste caso singular e nos sábios estudos dos doutores Van Gehuchten e Pedro Marie, chega à conclusão de que esta teoria deve ser revisada. (Annales des Sciences Pychiques, 1914, pág. 29.)".


***

Podemos observar que tais casos volta e meia ressurgem, o que se demonstra que não são únicos e que a melhor explicação que se tem é que a consciência( o Espírito) não depende do cérebro, mas este sim depende do Espírito.

Fonte: Pijama Surf , G1 , Science , http://seuhistory.com/noticias/o-extraordinario-caso-do-genio-matematico-sem-cerebro
Imagem: Semnic/Sutterstock.com

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