843. O homem
tem livre-arbítrio nos seus atos?
— Pois
que tem a liberdade de pensar, tem a de agir. Sem o livre-arbítrio o homem
seria uma máquina.
O Livro dos Espíritos – Questão 843
“Amados,
o socorro há em toda parte e entre nós vibra com grande satisfação, vos digo
que só o amor permanece depois de todas as ilusões, que caem como folhas com o
amadurecimento.”
Josué(Espírito)
Amigos leitores hoje abordaremos o Livre Arbítrio e reflexões, boa quarta a todos com o carinho de sempre! Abraços!
O Livre-Arbítrio é a capacidade que todos nós, seres inteligentes, temos
de realizar escolhas de acordo com a nossa própria vontade.
Tal capacidade,
na verdade, sempre operou e sempre vai operar; é, talvez, uma das maiores leis,
pois permite que a pessoa tenha a consciência dos seus próprios atos e possa
escolher de acordo com esta consciência. Nós escolhemos o tempo todo, seja como
encarnado, seja como desencarnado, são sempre escolhas nossas.
As pessoas às vezes pensam que o livre-arbítrio é
apenas um conceito, apenas uma palavra que significa escolha, mas se nós
escolhemos o tempo todo, isto significa que o livre-arbítrio está muito mais presente na nossa vida, na nossa
existência, do que nós imaginamos. Seja o livre-arbítrio de outras pessoas ou o
nosso próprio livre-arbítrio.
∞
O Livre Arbítrio, os Sentimentos, os Pensamentos, os Conflitos e a
Condição Após a Morte
Não existe o
pensamento, o livre-arbítrio e o amor sem o sentimento. Existem variados
sentimentos, numa escala de sentimentos menores até sentimentos maiores, muito
elevados, que se aproximam de Deus. O livre-arbítrio, portanto, está relacionado com o sentimento.
Por que muitos Espíritos, ao desencarnar,
acabam indo para diferentes planos existenciais? Devido ao pensamento,
estimulado pelo sentimento. O pensamento
é o que define o interior de cada um, a sua essência, o seu coração, a sua
forma de ver o mundo, ver as pessoas, ver a si. A relação entre o pensamento – como dito antes, estimulado pelos sentimentos
- e o livre-arbítrio é o que provoca as situações a serem vividas onde cada um permanece
em um plano diferente, numa condição diferente, com uma interpretação da vida
diferente.
O pensamento emite uma energia, e essa energia pode ser tranquila, calma,
sutil ou até formas mais densas e, através disso, os espíritos conseguem se “afinizar”. O acesso ao
pensamento é muito facilitado quando se está fora do corpo que nos prende, ele é
sempre impulsionado por uma emoção, um sentimento e isso o fortalece, criando imagens,
campos energéticos, estabelecendo vínculos e, assim, alguns Espíritos acabam acompanhando algumas
pessoas pela forma de pensar, razão pela qual o controle dos
sentimentos é muito importante.
Muitas vezes, algumas
pessoas, pelo próprio sentimento, se cristalizam em alguma condição
desfavorável a si mesmas, como ocorre nos casos de doenças e vícios. Há muitos
vícios que são motivados pela falta de amor, o amor próprio, que elas confundem
às vezes com o amor de outra pessoa, acreditando que algo lhes falta e assim
mergulham nos vícios, quando, na realidade, é falta de amor próprio, amor à
vida, a Deus, às oportunidades, por isso um desencarne, nestas condições, é
considerado um suicídio.
E já que
estamos falando sobre o amor, qual a importância dele nesta questão? O amor é
exatamente a ferramenta que nós temos, o meio, a oportunidade que nós usamos
para tirar uma pessoa - incluindo nós mesmos - de uma situação ruim.
O amor é um
sentimento que opera no meio desses pensamentos e do livre-arbítrio, sendo uma
resultante disso os resgates, os amparos, o soerguimento de uma pessoa, esteja
ela encarnada ou desencarnada. Muitos retornam à vida aqui na Terra por causa
do amor. O amor, nos
relacionamentos elevados, é o sentimento que mais emana nas influências
espirituais para com vocês encarnados e para com os outros Espíritos
desencarnados. É o amor na
forma de pensamento; através dele, essas ligações se fortalecem entre as
pessoas que se amam: entre parentes, entre amigos, entre os casais. É através
do pensamento que muitos acabam se regenerando, porque o amor consegue mudar o
próprio pensamento daquele Espírito debilitado, doente, preso ainda às suas
próprias concepções, ao seu próprio pensamento e ao seu próprio livre-arbítrio.
Por que falar do
livre-arbítrio e do amor? Porque comumente vemos pessoas desencarnadas perguntarem:
“Por que ?! Por que comigo ?! O que foi que eu fiz ?!”. Eles perguntam isso
porque não conseguem assimilar o livre-arbítrio que lhes foi dado de uma
maneira lúcida. As pessoas têm consciência de que o livre-arbítrio é uma
escolha, mas mesmo assim ouvimos e vemos Espíritos dizerem: “Por que ?!”. São
escolhas, mas as pessoas se revoltam e não aceitam aquilo que o próprio
pensamento lhes impôs às condições nas quais se encontram. É a afinidade do
pensamento que os atrai para aqueles lugares que, muitas vezes, são lugares
onde elas expiam aquilo que levaram durante toda a vida dentro de si.
Sem os sentimentos
não existe uma vontade tão grande que impulsione o próprio pensamento e este não reconhece distância. Ele é tão forte
que é capaz de criar bloqueios variados, inclusive o da própria felicidade. Muitas
vezes os bloqueios se dão por conta de pensamentos viciados que impossibilitam,
ao Espírito, enxergar outras coisas, como se cegos estivessem, e tudo
passa a ser um reflexo, ao redor deles, de seus pensamentos, como também
acontece aqui entre os encarnados.
Em alguns momentos, os
motivos de queda são outros, como no caso de suicídios. Às vezes, em momentos
de desespero, de desilusão, embora a pessoa tenha vivido uma vida feliz, no
bem, procurando ser um irmão de verdade para com o próximo, para com a família,
comete suicídio e, por ter desrespeitado a Lei Divina, esse Espírito terá que
expiar isso do “outro lado”, pois não há como ser diferente, exatamente pela
própria condição mental que levou a pessoa ao suicídio e ao desequilíbrio
energético drástico resultante do ato; a pessoa precisa da consciência - o mau
uso do livre-arbítrio requer uma conscientização, que é uma análise do próprio
ato ou dos próprios atos que somente são possíveis por causa do próprio
livre-arbítrio, e tudo isso é devido ao pensamento individual. Então o Espírito
expiará esses pensamentos os quais transformou em atos.
Uma escolha mal feita, não é
somente uma escolha mal feita, vai além disso, é capaz de destruir famílias
muitas vezes, é capaz de levar uma pessoa a cometer crimes em um momento
impensado, ou se deixar dominar pela vingança, pela raiva, pelo ódio, pelos
ciúmes. Em tudo isso há o livre-arbítrio a operar e, utilizando-se do
pensamento, quantas pessoas não são levadas à loucura, às doenças ou ao
desespero!
O sentimento
deve ser sempre controlado. As pessoas gostam de, através dos estudos,
controlar as várias situações terrenas e esquecem de controlar o lado
espiritual. É muito importante ter o controle, seja da mediunidade ou do
livre-arbítrio, sejam dos pensamentos e dos sentimentos, porque se esses estão
desequilibrados, todo o resto pode vir a se desequilibrar e à partir disso
outras formas de desequilíbrio podem ocorrer.
Em reuniões mediúnicas
de amparo vemos que todos os assistidos falam dos seus sentimentos. Eles falam
de raiva, medo, mágoa, ódio, desespero e etc. Tudo isso são sentimentos e eles
têm uma necessidade de falar sobre o que sentem, talvez porque intuitivamente
eles sabem que essa é a força geradora da situação em que se encontram. Muitos
chegam em condições de conflito.
Mas, o que é o
conflito? O conflito é um choque desses
sentimentos, passados ou atuais, e nisso opera ainda o livre-arbítrio e os
pensamentos que, desorganizados, levam a este choque de sentimentos.
E o uso do nosso livre-arbítrio
quando nos referimos ao próximo? As pessoas devem entender que quando assediam
outras porque estas fizeram mau uso do seu livre-arbítrio e sentem-se capazes
de responder na mesma proporção ao mal que lhes foi causado, acabam, também,
fazendo mau uso do livre-arbítrio. Neste momento é que devemos sempre recordar
a lição de Jesus quando disse para perdoar, mas as pessoas interpretam muitas
vezes erradamente as palavras de nosso senhor Jesus Cristo, como se fosse o ato
de perdoar fosse apenas uma palavra e fazem o mau uso disso.
Refletindo o Livre-Arbítrio
Não é incomum ouvirmos algumas
pessoas se referirem à Terra como uma escola. Essa designação não poderia ser
mais adequada, pois aqui passamos por várias situações as quais temos que
solucionar, exatamente como no colégio. Para que possamos resolver os problemas
impostos à nós pela escola da vida, teremos que pensar, refletir, para tomar a
melhor decisão, ou seja, teremos que fazer escolhas e nisto reside o
livre-arbítrio.
Onde quer que obtenhamos
informações de Espíritos elevados, sempre os vemos falar do livre-arbítrio e,
mais significativo, não interferirem no liberdade de escolha alheia. Por que
isto? Nós, como Espíritos imortais e, portanto, eternos, estamos em processo
constante de evolução mais ou menos rápida, dependendo isto do nosso
livre-arbítrio. É através dele que nós fazemos nossas escolhas e somos afetados
pelas consequências destas. As consequências de nossas escolhas nos lapidam,
assim como o lapidário trabalha o diamante bruto que, mais tarde, brilhará
denotando sua pureza interior.
Portanto, o livre-arbítrio é uma
das capacidades mais importantes com a qual Deus dotou o Espírito, pois através
dele toda a evolução é norteada e, sabedores disso, os mentores espirituais não
interferem no livre-arbítrio de seus orientandos.
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