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segunda-feira, 12 de maio de 2014

Série Fenômenos Mediúnicos : Psicofonia

Psicofonia  (do grego psyké, alma e phoné, som, voz):trata-se de um fenômeno mediúnico ou tipo de mediunidade em que temos uma mensagem emitida pelos espíritos ao médium através da fala.

Allan Kardec, em O Livro dos Médiuns chama os médiuns psicofônicos inconscientes de médiuns falantes.

"Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo.
E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos.
A cada um, porém, é dada a manifestação do Espírito para o proveito comum.
Porque a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria; a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência;
a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar;
a outro a operação de milagres; a outro a profecia; a outro o dom de discernir espíritos; a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação de línguas.
Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, distribuindo particularmente a cada um como quer" -1 Coríntios 12:4-11 .


Francisco Cândido Xavier foi além de psicógrafo também médium psicofônico, além dele podemos destacar igualmente Divaldo Franco.

É comum observarmos que a mediunidade sendo uma fonte única, médiuns podem ser psicógrafos e psicofônicos por exemplo, o que varia são as afinidades corpóreas de sintonização com o plano espiritual.

Razão pela qual existem médiuns que podem apresentar mais de um tipo de mediunidade, ou como preferimos dizer, já que mediunidade é um dom apenas subdividido para melhor explicação, apresentar alguns tipos de sintonização.


No tocante à Psicofonia não dizemos que há incorporação, nem mesmo na psicografia, pois o termo correto é acoplagem.

O termo incorporação transmite a ideia equivocada de ocupação pelos espíritos no mesmo  corpo físico do médium, o que é impossível.

Através do esquema ao lado podemos ver como a acoplagem se dá na Psicofonia.


É interessante observar nas obras espíritas como no Livro "Nos Domínios da Mediunidade" de Chico Xavier, pelo espírito André Luiz,  a análise da psicofonia e seus tipos, inclusive nos demonstra que a psicofonia envolve não apenas o aparelho fonético,mas também a mente do médium.

Ao lado temos um esquema retirado da internet sobre as ligações fluidicas envolvidas no processo.




MECANISMO MEDIÚNICO DA PSICOFONIA 


"O mentor espiritual responsável pela preparação do fenômeno da psicofonia, aproxima-se do médium e aplica-lhe forças magnéticas sobre o seu chacra coronário, que sensibiliza e ativa a glândula pineal 
fazendo-a produzir um hormônio chamado melatonina. 

A melatonina interage com os neurônios tendo um efeito sedativo. 

Em seguida a melatonina é direcionada para a parte do córtex cerebral responsável pela fala e que vai ficar sob seu efeito, ou seja, sedada. 

Assim, o médium perde o comando sobre os órgãos da fala, permitindo que outro espírito se ligue a este sistema sensório e o utilize. 

Em seguida, os espíritos auxiliares aproximam o espírito que irá se manifestar pela psicofonia e fazem a ligação perispiritual aos órgãos sensórios da fala do médium, isto ocorre através do chacra laríngeo. O espírito comunicante temporariamente apossa-se do órgão vocal do médium, apropriando-se de seu mundo sensório, conseguindo, assim, se expressar através da fala" 
(trecho retirado do site bvespirita)

O Ponto de Vista do Observador

Dr. Paul Gibier em, "O Espiritismo - faquirismo ocidental", no capítulo dedicado às experiências que fez com o médium Slade, relata-nos a sua observação do médium em processo de psicofonia, cabe aqui uma observação: isso não significa que toda aproximação seja como se deu com Slade, há algumas variáveis envolvidas no processo, como a técnica usada pelo Espírito comunicante e o nível de passividade oferecido pelo médium para que a comunicação ocorra, sendo assim a acoplagem pode ser suave ou mais abrupta, tudo depende dos envolvidos no processo. Com a palavra o Dr. Paul Gibier:

"Eis aqui o que observamos com Slade(foto abaixo):

A primeira vez que o vimos em estado de transe todo especial(e que nada tem de religioso, apressamo-nos em dizê-lo), o acesso  começou assim: primeiro, uma leve vermelhidão coloriu-lhe a face e uma espécie de vinco fez-lhe contrair os músculos do rosto; os olhos convulsionaram-se para cima, e, depois de alguns movimentos nistágmicos dos globos oculares, as pálpebras fecharam-se energicamente, ouviu-se um rangido de dentes, e um estremecimento convulsivo de todo o corpo anunciou o começo da "possessão"[termo usado pelo Dr. Paul Gibier na época, hoje sabemos que trata-se da acoplagem].Após essa curta fase desagradável de ver-se, o semblante animou-se com um sorriso e, modificadas a voz e a atitude, a nova personagem, Slade transformado, saudou-nos graciosamente."



Conta-nos o Dr. Gibier(foto ao lado), que após o evento citado acima, um Espírito alegre, identificando-se como um índio chamado Owasso, assumiu os movimentos do corpo de Slade. Não apenas Owasso se comunicou através de Slade, Gibier nos conta que "Owasso também cedia o lugar[para que pudesse se comunicar] a um grande chefe selvagem de sua tribo; mas este não sabia uma palavra de inglês" e então pôde observar Slade erguer-se, caminhar solenemente e declamar sempre em uma língua sonora que parecia ser a dos caraíbas.



Um Espírito, que também se comunicava, era o de um médico escocês que pela boca de Slade  dava em, tom grave, conselhos terapêuticos àqueles que ele honrava com a sua visita.

Além das psicofonias colocadas logo abaixo, colocamos essa, realizada através do médium Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Bezerra de Menezes, no 4º Congresso Espírita Mundial em Paris, onde podemos observar alguns dos aspectos narrados pelo Dr. Gibier, porém com as suas particularidades próprias decorridas das variáveis citadas anteriormente. Destacamos a alteração na fisionomia e na voz do médium, começando no minuto 1:48 do vídeo.






No Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, temos as seguintes questões:

123. Que são médiuns falantes?
Nesta variedade de médiuns, também chamados médiuns psicofônicos, o Espírito atua sobre os órgãos da palavra. O médium falante se exprime geralmente sem ter consciência do que diz, e com freqüência diz coisas completamente fora de suas idéias habituais, de seus conhecimentos e mesmo da alçada de sua inteligência. Conquanto esteja perfeitamente desperto e no estado normal, raramente conserva a lembrança do que disse. A passividade do médium falante ou psicofônico não é sempre tão completa; deles há os que têm a intuição do que dizem no mesmo instante em que pronunciam as palavras; outros fazem as vezes de uma espécie de intérprete, ou seja, recebem o pensamento do Espírito comunicante e o expressam com suas próprias palavras. (Item 166)

124. Que são médiuns sonâmbulos?
O sonambulismo pode ser considerado uma variedade da faculdade mediúnica, ou melhor dizendo, são duas ordens de fenômenos que se encontram freqüentemente reunidas. O sonâmbulo age sob a influência de seu próprio Espírito: é sua alma que, no momento de emancipação, vê, ouve e percebe fora dos limites dos sentidos; é, portanto, um fenômeno anímico. O médium, ao contrário, é o instrumento de uma inteligência estranha; é instrumento passivo, e o que ele diz não provém dele. Mas o Espírito que se comunica por um médium comum pode muito bem fazê-lo por um sonâmbulo. O estado de emancipação da alma, durante o sonambulismo, torna essa comunicação mais fácil, e aí então podemos considerá-lo um médium sonâmbulo ou um sonâmbulo-médium. (Itens 172 a 174)

Psicofonias nos Centros Espíritas

A Psicofonia nos Centros Espíritas são gravadas quando servem de instrução aos grupo, normalmente envolvem teor de fundo moral. 

Como no caso já relatado no post anterior aqui no blog sobre as reuniões espíritas - o que são e como acontecem, as mensagens obtidas são transmitidas ao público, assim compartilham da mesma comunicação.

É possível realizar algumas pesquisas pela internet de psicofonias variadas, apenas sugerimos que assistam psicofonias que já tiveram sua autenticidade comprovada, para não incorrerem em erro. 


Ilustração de reunião mediúnica com gravação
Nos casos de psicofonias de desobsessão não há a gravação dos materiais, respeitando a individualidade das pessoas que são atendidas. Normalmente, nestes casos, obsediados não participam igualmente das reuniões, em que um médium psicógrafo estabelece conversação com espírito obsessor com intuito de esclarece-lo após a identificação das causas da obsessão.

Embora tenhamos na transcomunicação a presença de vozes, deixaremos para comentar sobre o tema em postagem separada, enfatizando neste os pormenores da psicofonia.

As transcomunicações são aquelas gravadas com voz direta dos espíritos, também chamada de tanscomunicação instrumental vez que são utilizados equipamentos como gravadores, televisores e outros materiais.



Nesta imagem ao lado temos apresentada a Psicofonia e seus tipos, como não há nenhuma regra específica para abordagem  dos tipos, seguiremos com a forma mais tradicional de apresentação, encontrada na maior parte das obras espíritas.







Psicofonia Consciente
Na psicofonia consciente o Espírito comunicante transmite, telepaticamente, às vezes, à distância, as suas idéias ao médium que as retrata com as suas próprias palavras.

Psicofonia Semi Consciente
 Na semiconsciente, o Espírito comunicante, através do perispírito do médium, entra em contato com este, atuando sobre o campo da fala e outros centros motores. 

Psicofonia Inconsciente
Na inconsciente, afasta-se o Espírito do médium de seu próprio corpo, que mais livremente é utilizado pelo comunicante. Quando há inteira confiança entre ambos, é como se o médium entregasse um instrumento valioso às mãos de um artista emérito que o valoriza. Se o comunicante é rebelde ou perverso, o médium, embora afastado, age na condição de um enfermeiro vigilante a controlar o doente.



Psicofonia Sonambúlica

Nesta imagem ao lado temos apresentada a Psicofonia Sonambúlica, neste tipo temos que
a lucidez da alma, isto é, a faculdade de ver, que é um dos atributos de sua natureza,  é mais desenvolvida. Ela vê as coisas com mais precisão e nitidez, o corpo pode agir sob o impulso da vontade da alma. O esquecimento absoluto no momento do despertar é um dos sinais característicos do verdadeiro sonambulismo, visto que a independência da alma e do corpo é mais completa do que no sonho.

Muitos sonâmbulos veem impecavelmente os Espíritos e os apresentam com tanta exatidão, como fazem os médiuns videntes. Podem dialogar com eles e transmitir-nos as suas ideias. O que narram, fora do âmbito de seus conhecimentos particulares, lhes é com certeza recomendada por outros Espíritos.



PNEUMATOFONIA

A pneumatofonia (de pneuma e de phoné, som ou voz) é a produção de vozes por Espíritos sem a colaboração ostensiva de um intermediário (através dos órgãos da voz de um médium de efeito intelectual, mas possivelmente, através de um médium de efeitos físicos, seja ele consciente ou inconsciente). Na pneumatofonia os sons parecem surgir no ar, por vezes entre os que testemunham o fenômeno, que, quando se trata de palavras ou frases, é também, comumente, chamado de voz direta. 
O fenômeno de pneumatofonia é quase sempre espontâneo e só muito raramente pode ser provocado, entre os médiuns clássicos, podemos destacar George Valiantine, considerado o GRANDE MÉDIUM DA PNEUMATOFONIA. Os relatos podem ser encontrados na obra de H. Dennis Bradley - "Rumos às Estrelas".

Para leitura online ou download do livro supra citado, acesse este link: http://bvespirita.com/Rumo%20%C3%A0s%20Estrelas%20%20(H.%20Dennis%20Bradley).pdf

Ao lado duas imagens fotografadas do ectoplasma envolvendo os médiuns Leslie Flint e Kathleen Goligher.

No caso de Kathleen temos uma "corneta" vocálica plasmada em caso de voz direta.



Reflexão sobre a Psicofonia Consciente

Vez que a psicofonia consciente pode gerar insegurança aos médiuns iniciantes ou das pessoas em geral, destacamos estas palavras relevantes proferidas por Divaldo Franco sobre a questão:

De que dispõe o médium psicofônico consciente para distinguir seu pensamento do pensamento da entidade comunicante?

Divaldo - O médium consciente dispõe do bom senso. Eis porque, antes de exercitar a mediunidade deve estudá-la; antes de entregar-se ao ministério da vivência mediúnica é-lhe lícito entender o próprio mecanismo do fenômeno mediúnico. Allan Kardec, aliás, sábio por excelência, teve a inspiração ditosa de primeiro oferecer à Humanidade O Livro dos Espíritos, que é um tratado de filosofia moral. Logo depois, O Livro dos Médiuns, que é um compêndio de metodologia do exercício da faculdade mediúnica. Há de ver-se, no capítulo 3º, que é dedicado ao método, sobre a necessidade de o indivíduo conhecer a função que vai disciplinar.
Então o médium tem conhecimento de suas próprias aptidões e de sua capacidade de exercitá-las. Na mediunidade consciente ou lúcida o fenômeno é, a princípio, “inspirativo”.Naturalmente os espíritos se utilizam do nível cultural do médium, o mesmo ocorrendo nas demais expressões mediúnicas: na semiconsciente e na inconsciente ou sonambúlica.
O médium, no começo, terá que vencer o constrangimento da dúvida, em cujo período ele não tem maior certeza se a ocorrência parte do seu inconsciente, dos arquivos da memória anterior, ou se provém da indução de natureza extrínseca. Através do exercício, ele adquirirá um conhecimento de tal maneira equilibrado que poderá identificar quando se trata de si próprio - animismo ou de interferência espiritual - mediunismo. Através da lei dos fluidos, pelas sensações que o médium registra, durante a influência que o envolve, passa a identificar qual a entidade que dele se acerca.
A partir daí, se oferece numa entrega tranqüila, e o espírito que o conduz inspira-o além da sua própria capacidade dando leveza às suas idéias habituais, oferecendo-lhe a possibilidade de síntese que não lhe é comum, canalizando idéias às quais não está acostumado e que ocorrem somente naquele instante da concentração mediúnica. Só o tempo, porém, pelo exercício continuado, oferecerá a lucidez, a segurança para discernir quando se trata de informação dos seus próprios arquivos ou da interferência dos Bons Espíritos.

Capítulo 5 do Livro:
DIRETRIZES DE SEGURANÇA
DIVALDO PEREIRA FRANCO E J. RAUL TEIXEIRA

Sugestões de Obras
Deixamos para estudo mais aprofundado dos leitores interessados, links de leitura online e de download das obras Vidas do Grande Além e Instruções Psicofônicas, ambas de Chico Xavier:

http://bvespirita.com/Vozes%20do%20Grande%20Al%C3%A9m%20(psicografia%20Chico%20Xavier%20-%20esp%C3%ADritos%20diversos).pdf  (Vozes do Grande Além)

http://bvespirita.com/Instru%C3%A7%C3%B5es%20Psicof%C3%B4nicas%20(psicografia%20Chico%20Xavier%20-%20esp%C3%ADritos%20diversos).pdf  (Instruções Psicofônicas)
















Curiosidade para os leitores:
No início do post comentamos que nas reuniões mediúnicas as mensagens psicofonadas são gravadas pelos centros espíritas.

Este foi o aparelho onde foram gravadas as comunicações de espíritos que compõem os livros Instruções Psicofônicas e Vozes do Grande Além nos anos 50 no Grupo Espírita Meimei, inserida ao lado.


Separamos aos leitores algumas psicofonias retiradas da internet, sendo uma oportunidade de estudo para quem ainda não ouviu como ocorre.

Vídeo acima com mensagem do espírito André Luiz pela psicofonia do médium Chico Xavier, que está contida no livro "Instruções Psicofônicas" - AUDIO COMPLETO.

A respeito da mensagem, Arnaldo Rocha informou, no livro: "Na noite de 24 de março de 1955, recolhemos, de novo, a palavra do nosso amigo espiritual André Luiz, que nos falou com respeito à concentração mental".

É interessante notar ao fundo o som do trem que passava sobre Pedro Leopoldo naquele momento.




Neste outro vídeo acima temos um possível caso de psicofonia, ocorrido na Câmara dos Deputados, que gerou, na época grande discussão nos centros espíritas. Alguns acreditaram se tratar de Chico Xavier transmitindo uma mensagem. Colocamos este vídeo para demonstrar a alteração da voz, bem nítida, fato que ocorre em muitas psicofonias.



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