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sexta-feira, 12 de julho de 2013

Obsessão Entre Familiares - Como agir?


Um outro tipo de obsessão que merece nossa atenção e que se apresenta muito comum é entre familiares, ou seja, entre encarnados (são processos obsessivos de natureza anímica) com difíceis quadros de relacionamento familiar geradoras de sentimentos negativos e desequilíbrios psíquico-espirituais.

Para abordar o assunto transcrevo um texto que creio apontar bem a questão e caso queiram debater sobre o tema, basta acessar este link (é necessário efetuar login para participar) http://delfos.allalla.com/forumbb/obsessao-entre-familiares-t100.html.

"Vinculados os Espíritos no agrupamento familial pelas necessidades da evolução em reajustamentos recíprocos, no problema da obsessão, os que acompanham o paciente estão fortemente ligados ao fator predisponente, caso não hajam sido os responsáveis pelo insucesso do passado, agora convocados à cooperação no ajustamento das contas." Manoel Philomeno de Miranda" (Grilhões Partidos)

A família não é constituída ao acaso, lembra Herculano Pires.
Emmanuel ensina que o lar é a escola viva das almas. (Emmanuel)

Embora em nossos dias muitos núcleos familiares se formem e se dissolvam com rapidez, ainda assim, a aproximação e o estabelecimento de vínculos mais profundos entre os indivíduos por força de consangüinidade ou de convivência doméstica não é ocorrência fortuita e meramente casual.

É no círculo familiar que se reencontram aqueles que em existências anteriores se comprometeram e que agora ali estagiam, em busca de reajuste e de reequilíbrio ou promovendo o fortalecimento de laços afetivos já existentes.

A família é, portanto, um espaço vivo de convivência onde se manifestam os compromisssos, as inimizades, os amores mal resolvidos como também os afetos de ontem a se reencontrarem no presente. Tudo isto, todavia, tem, hoje em dia, uma fisionomia própria de acordo com o período conturbado em que vivemos.

A construção de um núcleo familiar proporciona, assim, a presença de espíritos milenares que se encontram ou reencontram, por mais fortuito tenha sido o relacionamento sexual que tenha dado origem à sua formação, Sabemos que os espíritos são atraídos para junto daqueles que lhes servirão de pais, seja por automatismo, como no caso da maioria das reencarnações padronizadas, seja através de programações espirituais elaboradas de comum acordo com os reencarnantes, numa gama infinita de características, valores e aquisições individuais.A mentora Joanna de Ângelis esclarece:

''A família é, antes de tudo, um laboratório de experiências reparadoras, na qual a felicidade e a dor se alternam, programando a paz futura". (Joanna de Ângelis, Otimismo)

Inúmeras são as dificuldades que o grupo doméstico enfrenta, mormente nos dias atuais, quando a família está sendo desprestigiada por uma parte da própria sociedade, embora sejam reconhecidos, pelo menos teoricamente, a sua importância e valor, enquanto instituição social.


Dentre os problemas comuns e habituais, tais como os referentes a enfermidades, crises financeiras, baixa renda familiar, desemprego, aluguel, dificuldades na educação e instrução dos filhos, condutas viciosas, pais ou responsáveis totalmente despreparados, além dos conflitos existenciais, os de relacionamento, rejeição, dificuldades de adaptação e convívio, enfim, reações e emoções desequilibradas que podem culminar em agressões e violência assomam também as obsessões de cunho espiritual.

Abordaremos neste capítulo dois tipos de situação quanto à obsessão no núcleo familiar. A primeira refere-se à presença de espíritos obsessores atuando sobre um dos membros da família.

Adverte, com muita sabedoria, Manoel Philomeno de Miranda, já no ano de 1980, que a obsessão está grassando de maneira epidêmica, sendo este um "problema de emergência", tal como explana no prefácio do meu livro "Obsessão/Desobsessão" .
Dele é a palavra a seguir:
"O problema da obsessão é, cada vez, mais grave, generalizando-se numa verdadeira epidemia, que assola as multidões engalfinhadas em lutas tiranizantes. ( ... )

Amores e ódios, afinidades e antipatias não se desfazem sob o passe de mágica da desencarnação.
Em razão disto, as atrações espirituais, por simpatia quanto por animosidade, vinculam os afetos como unem os adversários no processo do continuum da vida.

Não somente o ódio, porém, responde pela alienação por obsessão.
Fatores outros, do passado e do presente espiritual de cada um, tornam-se a gênese vigorosa deste rude e necessário mecanismo de depuração dos que delinqüem ...

Amores selvagens, nos quais prevalecem os instintos primitivos; interesses subalternos, que se atribuem direitos de dominação a posse; invejas perniciosas, acionando osmecanismos de destruição; mórbidos ciúmes, que rastreiam aqueles que lhes padecem as injunções, insaciáveis; calúnias e traições, que dormiam, ignoradas, e a desencarnação despertou; avarezas da sordidez, que se permitem a insânia de prosseguir arremetendo contra quem lhes ameace a mesquinhez; orgulhos desvairados e suspeitas felinas, em conciliábulos de loucura; toda uma vasta gama de motivos injustificáveis, certamente,jazem-se responsáveis pelas ultrizes perturbações que atormentam, desagregam, anulam ou levam ao suicídio muito maior número de incautos do que se pode supor". (Manoel P.de Miranda, Obsessão/Desobsessão)

Obsessões, portanto, acontecem em larga escala. A ocorrência de casos de crianças obsidiadas é muito mais freqüente do que imaginamos. Adultos ou crianças, todos somos espíritos com uma história pregressa que vem de muito longe.

Infere-se, pois, que espíritos que retornam ao cenário terrestre trazendo graves comprometimentos perante as leis divinas, podem apresentar, desde tenra idade, reações psicológicas, orgânicas e de conduta que não se enquadram nos cânones da Medicina atual, dando abertura para outras possibilidades, cabendo então a alternativa espiritual, hoje muito mais aceita e difundida. Na verdade, tais crianças apresentam quadros de processos obsessivos, havendo a presença de um ou mais espíritos perseguidores.
Uma das técnicas dos espíritos obsessores é a de atormentar toda a família, embora o alvo seja a criança, usando-a para alcançar seus fins, tornando-a nervosa, inquieta, amedrontada, irritada, levando-a ao choro constante ou instigando-a para que faça toda espécie de estripulias, sabendo que isso desequilibra igualmente a família. O ambiente conturbado serve assim aos seus propósitos.

É preciso deixar bem claro que quando um espírito malfazejo se aproxima de um membro de determinada família e aí encontra campo propício para o seu assédio, isto não ocorre por acaso, mas, sim, por atração vibratória que o imanta àquele do qual deseja vingar-se. É imprescindível ter em mente que o algoz de hoje foi a vítima de ontem. Quanto a alguns familiares, de uma forma ou de outra, igualmente fazem parte desse passado. A Justiça Divina não falha, não comete erros: "a cada um segundo as suas obras", ensinou o Mestre dos mestres.

Quais seriam essas relações do passado?
Como uma pessoa se vincula a outra e isto passa para a outra vida?
Relacionamentos tumultuados que culminaram em crimes em vidas pretéritas quase sempre dão origem a cobrança nos dias atuais, visto que ninguém consegue progredir carregando pesados fardos de dívidas, de culpas. Tais relações conflituosas podem ter sido, por exemplo, de envolvimento amoroso, que culminou em traições, tragédias passionais; ou de dívidas decorrentes de negócios, de prejuízos que alguém causou a outrem; ou ainda de rixas diversas decorrentes de heranças ou de intrigas políticas, disputa de poder, etc. Todas tais situações de graves conseqüências prosseguem vivas no mundo espiritual, após a morte do corpo, e os envolvidos se mantêm enredados em suas próprias teias. O renascimento de um deles não desfaz os liames dos comprometimentos, podendo resultar, por parte de algum desafeto desencarnado, a continuidade da vingança em processo insidioso de obsessão, que irá buscar a sua vítima onde e em qual situação esteja. Essa atuação maléfica, portanto, alcança também a família. É interessante mencionar que num mesmo círculo consangüíneo, às vezes, se reúnem um ou outro cúmplice ou mesmo algum desafeto, como também, para equilibrar a situação familial, reencarna um espírito querido de todos com a tarefa de colaborar para a rearmonização geral.

A segunda situação acontece quando um obsessor - ou mais de um - passa a cobrar e a exercer a sua vingança sobre toda a família, procurando dominar mentalmente alguns de seus integrantes para alcançar seus objetivos. Em casos assim, nota-se uma perturbação generalizada no ambiente doméstico, a começar pelas crianças, que, sendo alvos das vibrações desequilibradas, se tornam irritadas, nervosas, briguentas, mal-humoradas, podem apresentar insônia, pesadelos, o que atinge, como é natural, os adultos. Naturalmente, o assédio de tais entidades só terá êxito se encontrarem nos encarnados brechas morais e o campo mental negativo, invigilante e desequilibrado, o que favorecerá a sintonia. Caso haja no lar o cultivo da prece, a harmonia e o amor as defesas espirituais estarão fortalecidas, dificultando a ação perturbadora.

Pela psicografia da querida médium Yvonne A. Pereira, legou-nos o Benfeitor Espiritual, Dr. Bezerra de Menezes, um livre esclarecedor sobre o assunto, "Dramas de Obsessão". Em certo trecho da obra, o autor ensina:
"Existem obsessões baseadas no ódio e no desejo irrefreável de vinganças, insolúveis numa só etapa reencarnatória, as quais serão incomodativas, desesperadoras podendo levar séculos exercendo o seu jugo sobre a vítima, estendendo-o mesmo à vida no Invisível e invertendo o domínio da possessão em existências subseqüentes, até que os sofrimentos excessivos, provenientes de tão ardentes lutas, bem assim a reflexão e o desejo de emenda, obriguem os litigantes à renúncia do passado pela abnegação do porvir, o que os fará reencarnar unidos pelos laços de parentesco muito próximo - constantemente como irmãos consangüíneos e até como pais e filhos e mesmo cônjuges - a fim de que mutuamente se perdoem e se habituem a um convívio pessoal, a uma junção familiar persistente, que, conquanto se apresente como provação e, não raro, como expiação, acaba por estabelecer vínculos de afetividade indestrutíveis em suas almas, desaparecidas, então, completamente, as antigas animosidades". (Bezerra de Menezes, Dramas da obsessão)

Ao longo dos anos, defrontamo-nos com diversos casos de obsessão envolvendo alguns membros de uma mesma família. Um desses casos ocorreu entre os anos de 1995 e 1996.

Atendemos uma senhora que chamaremos aqui de D. Maria. Ela veio acompanhada da filha, uma adolescente de 14 anos, passando a relatar os problemas que estava enfrentando em seu lar, que, na sua opinião, deveriam ser provenientes de "coisas muito ruins". A filha, vivia sendo "tomada" por espíritos; estes xingavam e ameaçavam todos os parentes e diziam que iriam acabar com a família. A mocinha ficava horas "possuída" por tais entidades e dava muito trabalho para voltar ao normal. No princípio, a coisa era só de minutos, depois foi se alastrando, e chegou a tal ponto. O irmão, com 17 anos, logo depois começou a beber, chegava a casa embriagado, violento, querendo bater em quem estivesse por perto e quebrar tudo à sua volta. O marido não conseguia emprego e ela era o único sustento da família, como faxineira em diversas casas e lojas. Trabalhava todos os dias, às vezes, duas faxinas no mesmo dia. Quando o filho não estava bebendo, brigava com a irmã, não se dava bem com o pai; D. Maria, por seu lado, julgava que o marido não se esforçava, que era preguiçoso, por isso viviam brigando. Enfim a vida era um verdadeiro inferno! Conversamos demoradamente com a mãe e a filha. Esta ressaltou que gostava muito da mãe, mas que não sabia como fazer para controlar as manifestações e que tinha medo dos espíritos. Foram necessários alguns atendimentos em seqüência durante algumas semanas, para explicar os fatos no âmbito espiritual, instruir a mocinha quanto à possibilidade de controlar as manifestações; por outro lado, esclarecemos à senhora da necessidade das preces no lar, de tentar conseguir que o marido e o filho comparecessem para conversarmos e estabelecermos uma programação para o tratamento espiritual. 

O marido veio logo, na semana seguinte, e notamos ser ele uma pessoa de bom coração, humilde e que estava batalhando para conseguir um emprego fixo: fazia alguns biscates. Levamos os nomes para a reunião de desobsessão e vários espíritos se manifestaram, declarando-se cobradores da família, relatando o passado e a sede de vingança que os dominava. Alguns meses transcorreram, até que o mais ferrenho desafeto da família desistisse de seus propósitos. Enquanto isto, a família passou a comparecer assiduamente para ouvir as palestras e receber passes. Durante dois anos, acompanhamos a família. O marido, um mês e pouco após começarem a freqüentar a SEJA, conseguiu emprego como porteiro de um prédio, devido aos seus bons antecedentes. A jovem voltou à escola e, vez que outra, ainda sentia as influências de algum espírito; o rapaz continuou a beber, embora com maior intervalo e mais calmo. A vida melhorou consideravelmente. Entretanto, como é comum, foram espaçando a participação na casa e depois não tivemos mais notícia dessa família.

Somente o Espiritismo dispõe dos recursos imprescindíveis para atender a todas essas angústias humanas, especialmente nesse complexo campo das obsessões de ordem espiritual, tais como o atendimento fraterno, o tratamento através dos passes - também chamado de Fluidoterapia -, as palestras doutrinárias que visam a transmitir os conhecimentos espíritas, que esclarecem quanto às causas dos sofrimentos humanos e que são altamente consoladores, abrindo para cada um novas perspectivas de vida, com mais coragem, esperança e, sobretudo, com a fé raciocinada, que ilumina e liberta as almas.
Por outro lado, é imprescindível enfatizarmos a necessidade da transformação moral, da reforma interior a partir de uma reformulação de hábitos que tem como ponto inicial a higienização da casa mental. A palavra abalizada de Manoel Philomeno de Miranda elucida:

"Em face do quadro múltiplo das auto-obsessões, das obsessões simples e complexas como das que se manifestam em áreas mistas de alienação por interferência espiritual, a contribuição do enfermo é imprescindível, quanto relevante. Sem que esta produza, a esforço hercúleo que seja, uma mudança de atitude mental com a execução de um programa edificante, no qual granjeie simpatia e solidariedade, credenciando-se a ser auxiliado, qualquer ajuda de outrem redunda quase sempre nula. ( ... )

Mesmo nos casos da obsessão por subjugação, a terapêutica do esforço pessoal do enfermo é valiosa". (Divaldo Franco, Tramas do Destino)
Se você, querido(a) leitor(a), estiver vivendo um caso parecido, se o sofrimento perpassa os seus dias, procure logo uma casa espírita e relate o seu drama. Esteja certo de que você encontrará ali a orientação espírita, que traz em seu fulcro os ensinamentos de Jesus, propiciando a medicação espiritual para você e sua família.
Suely C. Schubert
Fonte:acasadoespiritismo.com.br

6 comentários:

  1. Muito bom, Flavinha.
    Esse é um assunto muito importante e é ótima a oportunidade de debatê-lo no Delfos =) Uma comunidade aberta para os que se interessam nos estudos Espíritas =)

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    1. Sem dúvida Alê, além de outros temas de igual relevância!
      Bjs!

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  2. Excelente post, Luzes.
    Ninguém está livre de tais processos.Inclusive os espíritas. Podemos saber muitas coisas mas como todos encarnados na terra trazemos conosco uma bagagem de muitas falhas de comportamentos equivocados do pretérito e fatalmente um dia teremos que, reconciliarmo-nos uns com os outros, pelo amor ou pela dor. Que seja pelo, Amor!
    Obrigada por compartilhar conosco seu conhecimento, sua experiências e suas pesquisas.
    Bjs
    Lúcia

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    1. Olá Lu eu que agradeço pelo comentário!
      Que seja pelo amor! Exatamente ele, o amor, que nos possibilita a harmonia e o reparo em qualquer tempo.
      Bjs,Flavia

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  3. Prezada Flávia.
    A questão da obsessão entre encarnados é das mais importantes para pensarmos, pois muitas vezes estamos influenciando para o Mal as pessoas que mais amamos.
    Temos de ter cuidado com o que falamos, fazemos, sentimos e pensamos, pois influenciamos muito mais do que imaginamos. Também recebemos influências muito mais do que imaginamos.
    Todavia, a única forma de não influenciarmos para o Mal e nem sermos influenciados por ele é a auto reforma moral.
    Por isso Allan Kardec foi tão inciso nesse ponto.
    Sem isso, de não adiantam fórmulas paliativas.
    Um afetuoso abraço e votos de muita paz.
    Luiz Guilherme Marques

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    1. Amigo Luiz, bem observado!
      A auto reforma nos permite compreendermos primeiramente a nós mesmos e assim promove a observação de nossos atos, deixamos de apenas "levar a vida" e nos conscientizamos de nosso papel na família e na sociedade. O importante é dar o primeiro passo, até que se torne mais natural, assim todos nós deveríamos buscar na reforma íntima bases sólidas para nosso bem e para agirmos no bem maior.
      A obsessão na família merece um olhar mais atento.
      Obrigada pelo comentário, abraços sinceros,
      Flávia.

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