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quarta-feira, 10 de julho de 2013

Eutanásia - O Que Pensa o Espiritismo?


A Bélgica e a Holanda são os únicos países europeus onde a eutanásia é legal, enquanto a Suíça tem uma atitude tolerante e no Luxemburgo o processo de legalização está em curso. Em Portugal, a eutanásia como suicídio assistido é considerada homicídio qualificado pelo Código Penal.

Aqui no Brasil na prática, o paciente vai poder registrar no próprio prontuário a quais procedimentos médicos quer ser submetido no fim da vida (ortotanásia).Já o Conselho Federal de Medicina nega que resolução sobre limites terapêuticos para doentes terminais tenha relação com interrupção da vida; assim o paciente terá mais poderes pare decidir prolongamento ou não de tratamentos.

Não colocarei as formas legais cabíveis, mas a observação da doutrina no tocante a eutanásia.

A eutanásia, ou a técnica da “morte fácil”, conforme elucida a sua etimologia, prossegue sendo grave compromisso moral, que o homem moderno insiste por legalizar (...)
Por mais preciso que se apresente o diagnóstico médico em relação às enfermidades, sempre se há de contar com a imprevisibilidade orgânica de cada paciente, segundo sua programação evolutiva.
(...) as resistências morais variam de criatura para criatura, não podendo, deste modo, um conceito de dor ter validade geral entre indivíduos infinitamente diferentes.
(...) a atitude de alguém que opta, em plena saúde, pela aceitação da eutanásia, (...) não pode ser considerada definitiva, porquanto, a cada instante, muda-se de emoção, altera-se a forma de encarar-se os fatos e de considerar-se os acontecimentos...
“Morrer com dignidade”, não pode ser a aplicação imoral da eutanásia, que degenera em homicídio, desde que a vida é patrimônio de Deus, que sabe quando e como alterar-lhe o curso, no corpo e fora dele.
(...) suicídio covarde (...) quando lhe cabe o dever de preservar o corpo, até que este cumpra a finalidade para a qual foi elaborado..

A tua será a morte que mais facilmente te propiciará a vida em abundância.
(...) lutando para preservar o corpo (...) os últimos instantes, na enfermidade, podem significar-te glória ou desdita no além-túmulo.
Sofrerás, apenas, o de que necessites, para seres livre.

Se buscas fugir à Lei, tombarás nas suas malhas, adiante, em situação mais penosa e circunstância mais-angustiante.
Nunca fugirás à consciência, nem te evadirás da vida.
Sem mais nenhuma apologia pelo sofrimento, eutanásia jamais!
Deus é Nosso Pai de Amor e, a benefício das Suas criaturas, permite que a ciência prolongue a vida; e, da mesma forma em que surgem os fomentadores do suicídio e do homicídio através da eutanásia, favorece a humanidade com os apóstolos do amor, que se fazem, na Medicina, os sacerdotes dignificadores da Vida.

(Do livro “Alegria de Viver”, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografado pelo médium Divaldo P. Franco)


Outros apontamentos:

Será lícito abreviar a vida de um doente que sofra sem esperança de cura?
28. Um homem está agonizante, presa de cruéis sofrimentos. Sabe-se que seu estado é desesperador. Será lícito pouparem-se-lhe alguns instantes de angústias, apressando-se-lhe o fim?

Quem vos daria o direito de prejulgar os desígnios de Deus? Não pode ele conduzir o homem até à borda do fosso, para daí o retirar, a fim de fazê-lo voltar a si e alimentar idéias diversas das que tinha? Ainda que haja chegado ao último extremo um moribundo, ninguém pode afirmar com segurança que lhe haja soado a hora derradeira. A Ciência não se terá enganado nunca em suas previsões? Sei bem haver casos que se podem, com razão, considerar desesperadores; mas, se não há nenhuma esperança fundada de um regresso definitivo à vida e à saúde, existe a possibilidade, atestada por inúmeros exemplos, de o doente, no momento mesmo de exalar o último suspiro, reanimar-se e recobrar por alguns instantes as faculdades! Pois bem: essa hora de graça, que lhe é concedida, pode ser-lhe de grande importância. 

Desconheceis as reflexões que seu Espírito poderá fazer nas convulsões da agonia e quantos tormentos lhe pode poupar um relâmpago de arrependimento. O materialista, que apenas vê o corpo e em nenhuma conta tem a alma, é inapto a compreender essas coisas; o espírita, porém, que já sabe o que se passa no além-túmulo, conhece o valor de um último pensamento. Minorai os derradeiros sofrimentos, quanto o puderdes; mas, guardai-vos de abreviar a vida, ainda que de um minuto, porque esse minuto pode evitar muitas lágrimas no futuro. - S. Luís. (Paris, 1860.)
(ESE Cap. V)

106 - A eutanásia é um bem, nos casos de moléstia incurável?
O homem não tem o direito de praticar a eutanásia, em caso algum, ainda que a mesma seja a demonstração aparente de medida benfazeja. A agonia prolongada pode ter a finalidade preciosa para a alma e a moléstia incurável pode ser um bem, como a única válvula de escoamento das imperfeições do Espírito em marcha para a sublime aquisição de seus patrimônios da vida imortal. Além do mais, os desígnios divinos são insondáveis e a ciência precária dos homens não se pode decidir nos problemas transcendentes das necessidades do Espírito.

(EMMANUEL - O Consolador)

4 comentários:

  1. É um tema difícil, embora a vida deva ser conservada como benção divina não sei como reagiria na condição de sofrer terrivelmente.
    Vou pensar melhor, muito bom o debate!
    Bjs
    Carol

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    1. Olá Carol, concordo com você, o tema exige grande reflexão de nossa parte, e a escolha é sempre pessoal.
      Nos dias de hoje o tema é discutido no seio familiar, dentre aqueles que desejam ou não diminuir o sofrimento, e como há a possibilidade de adotar esta conduta (pois não há uma lei nem a favor e nem contrária a opção de registrar a preferência nos casos de doenças terminais) deixei aqui a visão da doutrina para auxílio de reflexão.
      Bjs,Flávia.

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  2. Devido à minha posição de irreligiosa, tenho uma visão mais racional sobre o assunto.
    Vamos considerar a eutanásia como geralmente é realizada: naqueles pacientes que só estão sobrevivendo porque estão ligados à aparelhos. Pois bem, se não houvessem esses aparelhos a pessoa já teria morrido. Então desligar os aparelhos é homicídio?
    Acho que precisamos repensar muitos conceitos ...
    abraços

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    1. Ola Atena!
      Obrigada pelo comentário!
      A doutrina considera que até o momento final existem experiências que nos acrescentam, a ciência cumpre seu papel também neste sentido, sem o que todas as esperanças se perderiam.Existe a questão fluidica a ser considerada ainda, pois o desprendimento do perispirito (ou alma) do corpo as vezes é um processo demorado. Abreviar é sempre uma escolha, pautada inclusive no desejo do não sofrimento, exatamente por isso que postei para que possamos refletir, creio que enquanto Deus nos permite a permanência corpórea há motivos maiores, pois nada na natureza acontece sem motivos e de modo abrupto.
      Não considero homicídio, apenas um meio que acelera o desencarne, de difícil escolha.
      abraços,Flavia.

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