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quarta-feira, 8 de maio de 2013

ESPIRITUALIDADE NO SÉC. 21 - CADA VEZ MAIS UMA QUESTÃO TAMBÉM MÉDICO-CIENTÍFICA





A visão de médicos e cientistas brasileiros e estrangeiros sobre a fé,

espiritualidade, cura, espiritismo, Deus… ganham novos horizontes neste
século 21 e  estão sendo analisados a fundo, independente do credo e 
da reserva sobre o tema a que recorriam habitualmente.

O post apresenta mais uma vez, pois há vários outros posts de estudos científicos no blog (vide marcações) a seriedade e descobertas que nos favorecem como seres humanos unindo corpo,mente e espírito, 
que somos.

João Ascenso, psicólogo e pesquisador do Rio de Janeiro, ex-mestrando 
do King´s College de Londres, deu uma série de palestras em Londres 
nos Estados Unidos, no mês de junho, sobre um estudo que traz prova 
científica sobre informações fornecidas no livro “No Mundo Maior”, de 
André Luiz. Na obra, publicada em 1947, o mentor de André Luiz, 
Calderaro, 
explica que o cérebro se divide, de acordo com suas funções, em três 
partes.

A parte anterior, ligada à medula, guarda o arquivo do passado, das experiências acumuladas em sucessivas reencarnações. É a parte do 
cérebro responsável pelas funções instintivas, mais materiais.

A parte central é a que tem maior atividade. É o presente, onde se 
processam as informações necessárias para o agora, o aprendizado, o trabalho. A parte da frente, posterior, é ativada quando temos 
sentimentos mais nobres, de caridade, amor, fé.Em suma, nosso 
cérebro guarda em si as experiências do passado, nos permite aprender 
e trabalhar no presente e abriga também os sentimentos mais nobres, que 
nos levam a um futuro de evolução espiritual. Ascenso destacou em sua palestra que pouco ou nada se sabia em 1947 sobre as funções dessa 
parte posterior do cérebro. 

O próprio mentor Calderaro faz referência no livro psicografado por Chico Xavier ao desconhecimento da ciência da época sobre esse assunto. 
Pouco a pouco, as funções do cérebro foram sendo desvendadas, mas 
Ascenso diz que só no ano de 2006, quase 60 anos depois da obra de 
André Luiz, surgiu o primeiro estudo comprovando cientificamente o que 
havia sido revelado pela espiritualidade no pós-guerra. João Ascenso 
estava nos Estados Unidos e tomou conhecimento do estudo, feito por 
um grupo de cientistas sem nenhum conhecimento espírita, entre eles o brasileiro Jorge Moll Neto.

Em um outro estudo, apresentado em seu site, Dr. Fernando Lucchese 
narra sobre o seminário Ciência e Espiritualidade promovido pela Santa 
Casa, o qual movimentou Porto Alegre recentemente. O texto que segue 
é de sua autoria: “Mil e trezentas pessoas lotaram o auditório e outras 
mil e quinhentas, infelizmente não tiveram acesso. 

Dias antes esse assunto foi abordado no programa “Conversas Cruzadas” 
da TVCOM, dirigido pelo jornalista Cláudio Brito. A pesquisa interativa 
realizada durante o programa propôs a seguinte pergunta: “Você acredita 
que a espiritualidade influi sobre a saúde?” A resposta foi afirmativa para 
94% dos 500 telefonemas recebidos. Este assunto definitivamente está ocupando os pensamentos do ser humano do século 21.

Os médicos, pela essência da profissão, sempre preferiram se posicionar 
ao lado do ceticismo científico à espera de evidências que os fizessem 
mudar de posição. Progressivamente, nas últimas duas décadas estas informações começaram a surgir com mais intensidade e solidez. 
É importante lembrar que nós, que atuamos em áreas de maior risco, 
e que presenciamos a vitória da doença, sempre estivemos mais 
abertos para estes fatos.



O psiquiatra americano Dr. Harold Koenig da Universidade de Duke, 
foi palestrante em nosso seminário em Porto Alegre. Ele trabalha há 
28 anos na busca da resposta à pergunta que intitula este artigo. 
Na mesma linha, ele publicou neste ano seu quadragésimo livro e tem 
mais de 300 artigos divulgados em revistas científicas de renome. 
Reeditou neste ano seu “Religion and Health” um livro-texto utilizado 
na disciplina “Religiosidade e espiritualidade para médicos” que hoje a 
quase totalidade das Faculdades de Medicina americanas apresentam 
em seu currículo. Reúne mais de 1200 estudos sobre o tema, desde o 
século 19, procurando correlacionar religião e saúde. O surpreendente 
é que nos últimos dez anos o número de trabalhos científicos publicados simplesmente triplicou em comparação com a totalidade que existia até 
o ano 2000. Ou seja, o tema está vivo, está no foco dos pesquisadores, 
e os resultados dos estudos são progressivamente mais consistentes. 
Fica claro que ninguém está propondo utilizar religião ou espiritualidade 
como tratamento, mas conhecer as necessidades espirituais do paciente contribue muito para a sua recuperação.



Na entrevista para as páginas amarelas de “VEJA”, Harold Koenig 
caracteriza bem o papel da religião no processo de tratamento. 
Cita alguns estudos realizados em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca mostrando que os que seguem uma religião têm menos complicações, 
ficam menos tempo internados e pagam contas hospitalares mais baixas. 

Outra informação importante é a influencia de uma vida religiosa ativa 
sobre o aumento significativo da longevidade. Um estudo realizado com 
10 mil funcionários públicos de Israel demonstrou no acompanhamento 
ao longo do tempo, que os religiosos ortodoxos viveram em média sete 
anos mais que os outros. É surpreendente! Tem ficado evidente que 
doenças relacionadas ao estresse, como os distúrbios cardiovasculares 
e hipertensão, parecem ser mais sensíveis a uma disposição mental de 
cunho religioso.

Nós médicos temos ainda um longo caminho a trilhar. Estamos desenvol-
vendo no Hospital São Francisco de Cardiologia da Santa Casa uma nova 
linha de pesquisa que busca relacionar as influencias da espiritualidade 
sobre a doença cardiovascular em indivíduos submetidos a cirurgias 
cardíacas e infartos. 

Mais de 300 pacientes em vésperas de serem operados do coração e 
quase uma centena de cardiologistas responderam a um questionário. 
O resultado foi de novo surpreendente: 70% dos pacientes gostariam 
que o médico falasse sobre religião com eles, mas apenas 15% dos 
médicos o fazem. Como veem ainda há um longo caminho pela frente. 

Mas pela repercussão deste tema no recente Congresso Brasileiro de Cardiologia que pela primeira vez o aborda em 67 anos, em um auditório superlotado, e também pelo interesse e aceitação de um número crescente
 de médicos, estou convencido que cabe à nossa geração assumir a responsabilidade de estuda-lo e divulga-lo com seriedade. 

Sempre procurando atender as necessidades e apelos de nossos pacientes".


 -  Cirurgião cardiovascular e Diretor do Hospital São Francisco de 
Cardiologia
da Santa Casa de Misericórdida de Porto Alegre.

A relação entre ciência, medicina e espiritualidade não é fato novo, 
Sir William Osler e seu estudo  publicado British Medical Journal em 1910 
com o título “The faith that heals”, já advertia da necessidade de o clínico 
estar atento a esta “força poderosa” presente nos pacientes.
Nos EUA uma pesquisa feita pelo Instituto Gallup encontrou que 80% dos americanos 
diziam que a frase “eu recebo bastante conforto e apoio de minhas crenças religiosas” era verdadeira, sendo que a partir dos 65 anos o encontrado 
era 87%. Mais recentemente Koenig verificou que 90% dos pacientes 
dizem que crenças religiosas e suas práticas são importantes formas 
pelas quais elas podem enfrentar e aceitar melhor suas doenças físicas, 
e mais de 40% indicam que a religião é o fator mais importante que os 
ajudam nessas horas  (5).

Assim, observa-se uma reavaliação da influência da espiritualidade nas condições de vida cotidiana, incluindo-se a sua participação no processo 
saúde-doença.(6, 7)
Estas referências, que a cada ano recebem novos 
reforços pela grande quantidade de trabalhos que têm sido publicados na literatura americana, principalmente, incentivaram à Escolas Médicas 
incluírem em sua grade curricular disciplinas que introduzissem o tema da Espiritualidade. 

Para Association of American Medical Colleges:
“Espiritualidade é 
reconhecida como um fator que contribui para a saúde de muitas pessoas. 
O conceito de espiritualidade é encontrado em todas as culturas e sociedades. Ela é expressa nas buscas individuais para um sentido último através da participação na religião e ou crença em Deus, família, naturalismo, racionalismo, humanismo, e nas  artes. Todos estes fatores podem
influenciar na maneira como os pacientes e os cuidadores profissionais da saúde percebem a saúde e a doença e como eles interagem uns com os outros.” (8 ,p. 352-7)

Este seria o motivo pelo qual A Association of American Colleges coloca 
como sendo fundamental na formação dos acadêmicos de medicina uma formação adequada na área da espiritualidade.

Há menos de vinte anos eram poucas as faculdades de Medicina norte-americanas que apresentavam essa disciplina em seus currículos. 
Atualmente, mais de 100 das 125 escolas médicas incluíram o conteúdo 
de espiritualidade em suas grades. Além disso, torna-se cada vez mais frequente a importância dada a este tema junto à classe médica (10, 11)

Segundo Puchalski, diversas associações norte-americanas têm reconhecido 
a necessidade da valorização do ensino da espiritualidade na formação do médico.

Puchalski refere ainda que a Association of American Medical Collegesrecomenda um Curriculum de Espiritualidade para escolas 
médicas com objetivos específicos. Recomenda que os estudantes de 
medicina tenham habilidade em fazer uma “história espiritual”, onde se compreenda a dimensão espiritual do paciente, se há qualquer relação 
com o processo de adoecer do mesmo, assim como se o paciente se 
utiliza de sua crença como instrumento de esperança para a terapia, 
valendo-se de seus orientadores espirituais. Considera que a questão da espiritualidade na vida pessoal dos estudantes possa promover um melhor desenvolvimento profissional do mesmo. (8. p. 352-7)

Neste panorama, urge um preparo adequado para os alunos para a 
discussão de temas que necessariamente impõe uma visão além da 
científica, mas no campo da espiritualidade por parte dos envolvidos; 
assim como uma preparação para acolher aos pacientes que apresentam 
o seu sofrimento numa linguagem indecifrável para os estudantes.

A dimensão da espiritualidade mais do que acrescentar um novo 
conhecimento é a maneira de ver o universo dos acontecimentos 
numa nova perspectiva, outrora reduzida a uma visão tecnicista, 
onde uma abertura para a reflexão sobre questões essenciais e 
existenciais passa a ocorrer. A dimensão da espiritualidade remete a 
um plano metafísico, conforme se encontra descrito em diversos autores:

 “Tem-se por espiritualidade o conjunto de todas as emoções e convicções 
de natureza não material, com a suposição de que há mais no viver do 
que pode ser percebido ou plenamente compreendido, remetendo a 
questões como o significado e o sentido da vida, não se limitando a qualquer tipo específico de crença ou prática religiosa.” (12, p. 440-5).

“Toda pessoa é espiritual, enquanto dotada de espírito. A espiritualidade 
não implica necessariamente na fé em uma divindade específica. A palavra espírito não se refere especificamente à divindade, mas à capacidade de autoconsciência, de fazer uma reflexão sobre si mesmo. O ser humano 
é um ser intrinsecamente espiritual, pois  demonstra esta capacidade de 
refletir e autotranscender-se.” (13, p. 15)

Perspectivas Futuras
No curto intervalo de tempo até então apresentado, percebe-se que há um grande campo de pesquisa para o desenvolvimento de projetos na temática 
da Espiritualidade e Saúde. Desde a formação na graduação até a pós-graduação, envolvendo também grupos de reflexão permanente para o desenvolvimento de programas que visem a inserção da espiritualidade 
como elemento numa assistência mais humanizada na saúde, o horizonte 
que se apresenta é desafiador, contudo estimulante.
Procurar voltar as raízes da medicina, quando não se diferenciava no homem
, um corpo e um espírito, mas percebia-se nesta unidade a manifestação do humano propriamente dito, é o desafio que se apresenta no século XXI. 
Em um novo contexto, onde é impossível, e não é desejável, afastar-se 
da visão molecular, bioquímica, e genética da constituição e fisiologia 
humana, é necessário reintroduzir a anima da espiritualidade. De natureza misteriosa, que esconde-se da visão dos microscópios, passa imperceptível 
as reações de procedimentos laboratoriais, não se detecta aos modernos aparelhos de ressonância, a espiritualidade permanece como uma manifestação humana por se conhecer melhor, para poder ser utilizada 
em favor do doente, e quem sabe dar uma resposta definitiva as questões angustiantes da existência humana.
A Diferença na Forma como se crê também é objeto de estudos.
Aqui encontramos um que demonstrou que pessoas que gostam de dizer 
que são “espiritualizadas, mas sem religião” podem estar correndo riscos. 
Um novo estudo, publicado na conceituada revista científica British Journal 
of Psychiatry, concluiu que esse “espirituais” estão mais propensos a desenvolver ansiedade, distúrbios alimentares, fobias e neuroses, entre 
outras doenças. Têm ainda, maiores chances de precisar de remédios para problemas de saúde mental.
O professor Michael King e sua equipe da Unidade de Ciências de Saúde 
Mental da University College of London, realizaram esse levantamento 
entre 7.400 homens e mulheres, a partir de um questionário complexo.
Entre os participantes, 35% dizem ser “religiosos”, pois frequentarem igrejas, sinagogas ou outros templos, sendo que 85% deles são cristãos.
Cerca de 46% dos entrevistados não possuem crença religiosa, considerando-
se agnósticos ou ateus e não se consideram espirituais. Apenas 19% se consideram “espiritualizados”, mas não participam de nenhuma forma de religião organizada.
Entre esse grupo, os pesquisadores identificaram os maiores problemas: 50% deles apresentam ansiedade generalizada e 72% possuem alguma fobia. 
Ao mesmo tempo, verificaram-se um risco 77% maior de dependência de drogas e 37% maior de desenvolverem desordens neurológicas. Eles têm 
ainda 40% mais chances de precisarem de tratamento com algum remédio controlado.Nos outros grupos existem índices semelhantes de doenças 
mentais, mas claramente um risco menor de abuso de drogas entre as pessoas que vão à igreja.Michael King afirma que a principal descoberta é: 
“Essas pessoas que têm crenças espirituais fora de qualquer religião 
organizada são mais propensos a sofrer com esses males que aqueles que 
têm uma compreensão religiosa da vida ”.
A concepção de ser “espiritualizado, mas não religioso” é difícil de definir. 
A frase é geralmente usada para descrever pessoas que não frequentam a igreja, céticos que acreditam em algum tipo de poder superior, mas não 
divino. Também é um termo usado para as pessoas que misturam diferentes credos.
O estudo da equipe do professor King foi realizado em parceria com o governo do Reino Unido, como parte de um estudo psiquiátrico mais amplo. Entre os britânicos, cerca de 19% da população se diz “espiritualizada, mas não religiosa”. Esse número é maior nos Estados Unidos, onde, de acordo com 
uma pesquisa do Gallup, 33% da população se identifica com o conceito.
Tanya Luhrmann, antropóloga e professora da Universidade de Stanford, defende que a maioria das pesquisas acadêmicas sobre religião e bem-estar, mostra que a religião é boa para o ser humano.
Fontes: Internet
Creio que as buscas podem ainda nos auxiliar em outros contextos, incluindo 
o pessoal (averiguando a importância da fé e fazendo uso em nosso próprio benefício)  e familiar (respeitando suas crenças e buscas de melhoras, seja íntima ou diante de um problema ou demonstrando a relevância da fé e 
seus benefícios).
A fé não é algo ultrapassado e antigo escrito na Bíblia, no Evangelho 
Segundo o Espiritismo ou  Torá, como vêm agora nos alertar o grupo que 
mais distante permaneceu diante da espiritualidade – médicos e cientistas.

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