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terça-feira, 14 de maio de 2013

CHICO XAVIER E A PSICOGRAFIA: DEFINIÇÃO, CASOS E ANÁLISES AO LONGO DO TEMPO



A psicografia de Chico Xavier ficou conhecida em todo o mundo e ainda é objeto de atenção de pessoas comuns a estudiosos, mas afinal no que consiste a psicografia, porque se tornaram tão conhecidas e como elas têm sido vista desde os tempos do saudoso Francisco Cândido Xavier?
 Define-se a  psicografia como a mediunidade pela qual os espíritos influenciam a pessoa, levando-a a escrever. Os que a possuem são denominados médiuns escreventes ou psicógrafos.
Uma das vantagens da psicografia é ser o mais simples, cômodo e, sobretudo, completo de todos os meios de comunicação. Outra vantagem é que não pode ser alterada e não fica na dependência da memória ou da interpretação dos participantes da reunião (como no caso da mensagem oral). Além disso, a análise e a crítica às mensagens se torna mais fácil, permitindo um estudo acurado da mensagem quanto ao estilo, ao conteúdo e às idéias. Pode ainda ser comparada com outras ditadas anteriormente pelo mesmo espírito.
Fluido Vital - O fluido vital ou eletricidade biológica, como é classificada pela medicina acadêmica, escoa-se facilmente pelo corpo humano através da rede nervosa, principalmente pelas pontas dos dedos e cabelos, na forma de energia dinâmica em dispersão ou “fuga” pelas pontas.
Os plexos nervosos são fontes de fluido vital armazenado, constituindo-se de reservas energéticas que, a qualquer momento, transformam-se em energia dinâmica, fazendo a conexão dos orgãos físicos e as suas respectivas contrapartes ou matizes situadas no perispírito, que são extremamente sensíveis à atuação de espíritos desencarnados. Quando o médium conserva maior potencial de carga magnética em torno dos plexos nervosos, ele também oferece melhor ensejo para os desencarnados acionarem os seus nervos motores e, assim, identificarem-se mais facilmente por suas características individuais.
O médium mecânico é mais apropriado para identificação dos desencarnados, pois a seiva magnética que acumula nos plexos nervosos transforma-se em alavanca eficiente para os desencarnados comandarem os nervos motores dos braços e, desta maneira, exporem fielmente suas idéias e escreverem de forma idêntica à que usavam em sua vida física.Mas o médium semi-mecânico vê-se obrigado a preencher intuitivamente todos os truncamentos ou vazios de suas comunicações, motivo pelo qual ele tem consciência perfeita de quase tudo o que escreve, embora o faça de modo semi-mecânico.
Quando lhe desaparecem os impulsos da mão na escrita mecânica, ele prossegue o comunicado passando a “ouvir” intuitivamente seus comunicantes, que ora escrevem diretamente, ora o fazem pelo ajuste perispiritual.
Classificação da psicografia: conforme a mecânica do processo mediúnico, os médiuns psicógrafos podem ser classificados em três tipos: intuitivo, semi-mecânico e mecânico.
CHICO XAVIER - Pensar em Psicografia é lembrar de Francisco Cândido Xavier.
Um dos maiores médiuns brasileiros, Chico Xavier, psicografou 412 obras, além das famosas cartas que consolaram inúmeras famílias. “Parnaso de além-túmulo”, de 1932, foi sua primeira obra.
CASOS: Além da constatação da veracidade de muitas das cartas psicografadas por Chico por parte das famílias, encontramos alguns outros casos que merecem destaque por sua importância, como os relatos do médium que foram levados em conta em tribunais de Justiça, marcando a história do País. Foi o que aconteceu em Goiânia, em maio de 1976. Uma mensagem psicografada por Chico Xavier, assinada por uma pessoa morta, foi utilizada pela primeira vez como prova para inocentar um réu.

Tudo começou quando a família de Maurício Garcez Henrique, morto aos 16 anos, foi ao encontro de Chico Xavier, a pedido do médium. Chico havia recebido uma carta do jovem na qual Maurício contava que a sua morte havia sido acidental. Na carta, Maurício contou que ele e o amigo José Divino Nunes – acusado de assassiná-lo – estavam brincando quando a arma disparou.

Os pais de Maurício ficaram impressionados, mas comprovaram a legitimidade da mensagem, que foi anexada às provas do processo. Em 16 de julho de 1979, o juiz Orimar de Bastos proferiu a sentença, inocentando José Divino Nunes, de 18 anos: “Temos de dar credibilidade à mensagem de Chico Xavier, apesar de a Justiça ainda não ter merecido nada igual, em que a própria vítima, após a sua morte, vem revelar e fornecer dados ao julgador para sentenciar”, lê-se na sentença do juiz.

Assassinato – A repercussão do fato na imprensa foi enorme, inclusive no exterior. Em 1982, o médium se envolveu em um episódio ainda mais polêmico: o assassinato do deputado federalHeitor de Alencar Furtado, filho de Alencar Furtado, ex-líder do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), cassado pelo AI-5. O policial José Aparecido Branco era acusado do crime. Mais uma vez, a habilidade mediúnica de Chico Xavier foi utilizada como recurso para esclarecer um crime.

Mensagens psicografadas por Chico e assinadas pelo deputado morto contavam como se desenrolou a morte e sustentavam que tudo tinha sido um acidente. A letra, assinatura e informações trazidas nas mensagens foram reconhecidas pelo pai de Heitor e anexadas aos autos do processo.

Em 1984, depois de mais de 30 horas de julgamento, o Tribunal do Júri de Mandaguari absolveu o policial. O promotor de justiça da 2ª Vara do Tribunal do Júri, Davi Gallo Barouh, explica que a legislação processual brasileira não admite provas consideradas subjetivas, não-materiais, a exemplo das psicografias, que “nada mais são do que uma nova versão dos fatos, narrada pelo espírito de alguém que já morreu”, como definiu.
No entanto, Barouh destaca que, em casos como os que Chico Xavier esteve envolvido, as psicografias foram adicionadas a outras provas e testemunhos. “As mensagens psicografadas podem servir como mais um elemento no acervo probatório e, se cruzadas com outros elementos concretos, podem, sim, auxiliar na resolução de processos penais”, conclui o promotor Davi Gallo Barouh. 
O legado de Chico Xavier é incontestável, ainda que não unânime, pois infelizmente outros credos insistem em atribuir uma idéia de que seu dogma (seja ele qual for) é o correto, sempre em detrimento de outro credo; pior, a fé cega ainda vêm a divulgar que fora de suas portas e amparo existe pecado, um Deus vingativo, um purgatório eterno ou um céu onde os espíritos dormem tranquilamente.Me desculpem a opinião pessoal nesta parte...mas a manipulação, seja de que ordem for, sempre acontecerá através do medo, da ameaça, da punição e ao meu ver Deus não pune, mas ensina, Deus não manipula, mas compreende, Deus não povoa o céu e o inferno de almas para castigo eterno ou sono eterno, Deus é muito mais que um juíz e nós somos muito mais que almas nascidas com poucos propósitos, resumíveis em uma única vida...
Dentre as análises, destaco no post algumas, por ordem de acontecimento, terminando nos dias atuais.
Em estudo desenvolvido por especialistas da área médica e das ciências naturais, foi constatado que Chico Xavier apresentava um eletroencefalograma correspondente ao perfil apresentado na epilepsia, sendo que jamais, em seus 92 anos de vida, o médium tenha apresentado qualquer sintoma dessa enfermidade. Esse fato, que ainda é referência para estudos vigentes sobre o fenômeno mediúnico, denota que de forma nenhuma o médium estava “fingindo” o fenômeno, ou seja, o chamado “estado alterado de consciência” era legítimo. De fato, seria impossível a elaboração de qualquer obra intelectual, ainda mais da grandiosidade da obra de Chico Xavier, passando por um surto epiléptico.
Foi eleito “O Mineiro do Século”, por promoção da Telemar e da Rede Globo Minas. Por meio de eleição organizada pelos auditores independentes da Receita Federal foi considerado uma das oito mais importantes figuras mundiais ao lado de Madre Tereza de Calcutá, Mandela, Sabin, Carlitos, Santos Dumont, Gandhi e Che Guevara. Foi eleito “O Maior Brasileiro da História” em promoção organizada pela Revista Época em 2006 e no dia 3 de outubro deste ano foi o grande vencedor da competição organizada pelo SBT, que o consagrou “O Maior Brasileiro de Todos os Tempos”.
Encerro com um estudo relizado por Cintia Alves da Silva, doutoranda e mestra em Linguística e Língua Portuguesa pela Faculdade de Ciências e Letras da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), campus de Araraquara (SP), Cíntia Alves da Silva é autora de uma importante dissertação que une ciência e religião:As cartas de Chico Xavier: uma análise semiótica. Seu objeto de estudo – as cartas psicografadas pelo médium mineiro – envolve uma análise criteriosa do processo de construção dos autores espirituais, com base na coerência dos fatos relatados. Atualmente, dedica-se à tese de doutorado intitulada A prática da psicografia: enunciação e memória em relatos de experiência mediúnica, um estudo mais amplo da psicografia como prática semiótica.
O estudo merece atenção, posto abaixo a conclusão do mesmo, quem desejar acessar mais dados sobre a análise, basta acessar este endereço:http://cartasdechicoxavier.blogspot.com.br/2012/09/chico-xavier-e-semiotica-dissertacao-de.html#more
RIE – Quais conclusões foram obtidas ao término da pesquisa? Há grande influência do médium ou as características individuais dos autores espirituais predominam?

Cíntia – Ao final da pesquisa, pudemos observar a existência de diferenças discretas, embora significativas, entre os autores espirituais e, sobretudo, similaridades bastante marcantes entre eles. O estudo permitiu constatar que, nas cartas psicográficas, delineia-se uma imagem (éthos) dual, ambígua, de enunciador: o éthos doutrinário (vinculado à imagem do médium) em articulação com o éthos do jovem (vinculado à imagem do autor espiritual), como se duas identidades se revezassem na tarefa de comunicar, ora alternando-se, ora sobrepondo-se uma à outra. As oscilações discursivas e textuais que pudemos observar em todas as cartas contribuem para a projeção dessa dupla imagem nos textos, que se torna plausível dentro do sistema de crenças e valores da doutrina espírita e de sua prática geradora: a psicografia epistolar.

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