A Clarividência pode ser definida, de um maneira simples, como a capacidade de perceber, visualmente, a realidade sem o auxílio dos olhos. Tal faculdade, bem como todas as outras faculdades espirituais, sempre existiram.
Se perdem nas noites do tempo, os relatos de pessoas que dizem ver pessoas que já morreram. Temos exemplos disso nos mais variados livros que serviram de inspiração para as milhares de religiões criadas pelos seres humanos ao longo da nossa história no planeta: A Bíblia, Os Vedas, O Livro Tibetano dos Mortos e etc. Temos exemplo disso ,também, na História com Joana d'Arc, francesa que lutou contra a investida inglesa na França; assassinada, queimada viva, pela Igreja Católica, pelo fato de ouvir os Espíritos
e vê-los.Desnecessário citar os inúmeros casos provenientes da tradição popular onde pessoas anônimas dizem ver Espíritos, excetuando os casos de mistificação ou de alucinação ainda ficamos com muitos casos autênticos.
A partir do Século XIX, com as pesquisas de Allan Kardec, Paul Gibier,Ernesto Bozzano, William Crookes, Oliver Lodge e muitos outros, esses casos começaram a ser melhor analisados, sob uma ótica científica e não mais mística. Vários Clarividentes foram estudados e foi constatada a autenticidade de seus relatos. Citamos o caso do Médium Adrien, estudado por Allan Kardec, relatado em Dezembro de 1858 na Revista Espírita:
"É dessa notável faculdade que é dotado o Sr. Adrien, um dos membros da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas. Ele é, ao mesmo tempo, médium vidente, escrevente, audiente e sensitivo. (...) De todas as suas faculdades como médium a mais notável e, em nossa opinião a mais preciosa, é a vidência. Os Espíritos lhe aparecem sob a forma que descrevemos em nosso artigo anterior sobre as aparições; ele os vê com uma precisão, da qual podemos fazer idea pelos retratos que daremos um pouco mais adiante da viúva do Malabar e da Bela Cordoeira de Lyon. Mas, dirão, o que prova que vê mesmo e que não é vítima de uma ilusão? O que prova é que, quando alguém que ele não conhece, por seu intermédio invoca um parente ou um amigo que jamais viu, faz deste um retrato de extraordinária semelhança, que nós mesmos pudemos constatar. Não há, pois, para nós a menor dúvida a respeito dessa faculdade, que ele goza no estado de vigília, e não como sonâmbulo.O que há talvez de mais notável ainda é o fato de não apenas ver os Espíritos que evocamos, mas, ao mesmo tempo, todos os que se acham presentes, evocados ou não; ele os vê entrando, saindo, indo e vindo, ouvindo o que se diz, rindo ou levando a sério, segundo seu caráter; uns são graves, outros têm um ar zombeteiro e sardônico. Por vezes algum deles avança para um dos assistentes, pondo-lhe a mão sobre o ombro ou se colocando ao seu lado,enquanto outros se mantêm afastados; numa palavra, em toda reunião há sempre uma assembléia oculta, composta de Espíritos atraídos pela simpatia às pessoas ou às coisas das quais se ocupam; nas ruas o Sr. Adrien vê uma multidão deles, pois além dos Espíritos familiares que acompanham seus protegidos há, como entre nós, a massa dos indiferentes e dos que nada têm a fazer. Disse-nos ele que, em sua casa, jamais se encontra sozinho e nunca se aborrece: há sempre uma assembléia, com a qual se entretém."
Dra. Elisabeth Klüber-Ross, no livro "A Roda da Vida", nos conta um caso de Clarividência que ocorreu com ela própria, pela primeira vez na vida, o que indica, aí, uma faculdade em estado latente que naquele momento se desenvolveu:
"Eu estava me preparando para desistir[das pesquisas] e, afinal, numa sexta-feira, decidi que aquele seria o último seminário sobre a morte e o morrer de minha carreira. Sempre fui dada a extremos. Quando terminamos, aproximei-me do pastor N. pensando na melhor maneira de dizer a ele que não iria mais fazer os seminários. Estávamos diante da porta do elevador analisando o seminário que acabara pouco antes e discutindo outros assuntos diferentes. Quando ele apertou o botão para chamar o elevador, resolvi que tinha de aproveitar a ocasião para falar antes que ele entrasse e as portas se fechassem. Foi tarde demais. As portas do elevador se abriram.
Mal comecei a falar, uma mulher apareceu de repente atrás do pastor e diante do elevador aberto. Meu queixo caiu. A mulher flutuava no ar, quase transparente, e sorria para mim como se nos conhecêssemos.
- Meu Deus, o que é isso? - perguntei, com voz esquisita.
O pastor N. não tinha noção do que estava se passando. Pelo modo como me olhou, pensava que eu estava perdendo o juízo.
- Acho que conheço essa mulher - eu disse. - Ela está olhando para mim.
- O quê? - perguntou ele, olhando e não vendo nada.
- Ela está esperando que o senhor entre no elevador para poder sair - respondi.
O pastor N., que provavelmente já estava planejando como escapar daquela situação, pulou para dentro do elevador como se fosse uma rede de segurança. Quando ele se foi, a mulher, a aparição, aquela visão, aproximou-se de mim.
- Doutora Ross, eu tinha de voltar - disse. - Importa-se se formos para seu consultório? Só preciso de alguns minutos.
A distância dali até meu consultório era pequena. Mas foi o percurso mais estranho e arrepiante que jamais fiz. Será que eu estava tendo um surto psicótico? Estava realmente um pouco estressada, mas não a ponto de ver fantasmas. Especialmente fantasmas que paravam diante da porta de meu consultório, abriam a porta e deixavam-me entrar primeiro como se eu fosse a visitante. Assim que ela fechou a porta, porém, a reconheci.
- Senhora Schwartz!
O que eu estava dizendo? A senhora Schwartz morrera dez meses antes. E fora enterrada. No entanto, lá estava ela em meu consultório, de pé a meu lado. Sua aparência era a mesma de sempre, agradável mas preocupada. Eu, decididamente, não me sentia da mesma maneira, portanto, sentei-me antes que desmaiasse.
- Doutora Ross, tive de voltar por duas razões - disse, claramente. - Primeiro, para agradecer tudo o que a senhora e o reverendo Gaines fizeram por mim.
Toquei com a ponta dos dedos minha caneta, meus papéis e minha xícara de café para ter certeza de que eram reais. Eram tão reais quanto o som da voz dela.
- A segunda razão por que voltei, entretanto, foi para dizer-lhe que não desista de seu trabalho sobre a morte e o morrer... ainda não. A senhora Schwartz veio para o lado de minha escrivaninha e lançou-me um sorriso radiante. Tive um momento para pensar. Aquilo estava realmente acontecendo? Como ela sabia que eu estava planejando parar? - Está me ouvindo? Seu trabalho apenas começou - disse. - Vamos ajudá-la. Embora fosse difícil até para mim acreditar no que estava acontecendo, não pude deixar de dizer: - Sim, estou ouvindo. Subitamente, percebi que a senhora Schwartz já sabia o que eu estava pensando e tudo o que ia dizer. Decidi ter uma prova de que ela estava mesmo ali dando-lhe uma caneta e uma folha de papel e pedindo-lhe para redigir um bilhete para o reverendo Gaines. Ela rabiscou um rápido agradecimento. - Agora está satisfeita? - perguntou Para ser franca, eu não sabia bem o que estava sentindo. Um instante depois, a senhora Schwartz desapareceu. Procurei-a por toda parte, não encontrei, voltei correndo para meu consultório e examinei o bilhete dela, apalpando a folha de papel, analisando a caligrafia e assim por diante. Então me contive. Por que duvidar? Por que continuar questionando? "
Dr Raymond Moody Jr, prefaciando o livro "O Passado Cura", do Dr Brian Weiss diz:
"Estou razoavelmente confiante em que nestes próximos anos esta investigação continuará até se atingir um ponto em que profundas experiências, a que poderemos dar o nome de "psíquicas" e que poderão perfeitamente ser classificadas como "espirituais", podem ser notavelmente facilitadas em indivíduos psicologicamente normais. Bastará dar um exemplo: durante o ano passado, trabalhando com colegas, desenvolvi uma técnica a partir da qual indivíduos adultos psicologicamente estáveis, num estado de consciência desperta, podem experimentar aparições vivas e em movimento, a cores e a três dimensões de entes queridos já partidos. Além disso, e para grande surpresa minha, os meus pacientes - que sempre haviam sido profissionais com um temperamento absolutamente sóbrio - insistiram na "realidade" dos seus encontros; de fato, todos eles estavam convencidos de que haviam estado na presença de parentes e amigos já falecidos. O que é certo é que presentemente até eu posso afirmar que também tive uma experiência do gênero- estive sentado ao lado da minha avó, que morreu há alguns anos e tive uma conversa com ela que, palavra por palavra, foi tão real como tantas outras que tivemos quando ela estava "viva". Para dizer a verdade, o que me pareceu mais extraordinário a respeito deste caso, que me fez juntar à legião das pessoas de todos os dias que já tiveram experiências semelhantes, foi o fato de tudo me ter parecido absolutamente normal e natural - poderemos mesmo dizer sem qualquer aspecto assustador, nem sequer perturbador."
Os casos são extremamente numerosos e independem de crença ou concepção filosófica da existência. Recentemente, vi uma entrevista de um Médium, adepto do Catolicismo, um rapaz muito promissor e ao que pareceu um Médium de excelente potencial mediúnico, chamado Pedro Siqueira. Não obstante os termos católicos que usa para se referir aos Espíritos Mentores ou Assediadores, coisa que o pesquisador imparcial saberá relevar, pois o médium vive em meio católico, é fácil captar apenas o essencial,pois ele nos relata vários casos de fenômenos mediúnicos e anímicos(como as experiências fora do corpo, precognição/premonição) que viveu e vive. Abaixo deixo uma entrevista concedida por ele à Jornalista Marília Gabriela.
Uma pergunta que poderíamos nos fazer: será que podemos comprovar a Clarividência sem nos basear apenas nos relatos de clarividentes ? Antes de mais nada é importante que não venhamos a diminuir a importância desses relatos, pois eles são generalizados, como mostramos, e independem de concepções existenciais específicas, mas podemos responder à pergunta acima com um "SIM". Há casos de pessoas que passam por uma Experiência de Quase Morte e observam tudo o que se passa ao seu redor, fora do corpo. Ora, o que seria isso, senão a faculdade clarividente que estava latente nessa pessoa, oculta, até o momento da EQM ?! Não raro, pessoas que passam por EQM's ou Experiências Fora do Corpo não traumáticas, relatam o contato com Espíritos, muitas delas Materialistas dos mais diferentes ramos: Ateus, Agnósticos e etc, ou de diversas escolas religiosas conhecidas. Para excetuar qualquer possível objeção colocamos aqui especialmente um, dos vários casos, de pessoas que, cegas, relataram tudo o que viram durante sua própria cirurgia no momento em que estavam fora do corpo. O Caso de Vicky é emblemático.
Vários pesquisadores, entre os quais o Dr.Paul Gibier, médico francês, estudaram a clarividência. O autor, em "Análise das Coisas", Capítulo IV, nos reporta duas de suas experiências, realizadas com pessoas diferentes:
"Recentemente, em New York, numa primeira sessão de hipnose, pude obter de um moço, cujas pálpebras estavam fechadas sobre os globos oculares fixos, por contração dos músculos motores dos olhos, para cima e para dentro, como sempre, pude obter que ele me dissesse a cor de dois objetos, duas folhas de papel colocadas na parte superior da sua cabeça. Uma dessas folhas era branca, a outra azul. O indivíduo estava de costas para a minha secretária, de cuja gaveta eu tirava esses objetos sem fazê-los passar por diante do seu rosto. Na segunda sessão, coloquei meu relógio igualmente sobre a parte superior da sua cabeça. Depois de alguns segundos de hesitação, disse-me ele a hora exata. Conhecendo a faculdade que têm os hipnotizados de possuir, em geral, a noção do tempo, eu tinha recuado o ponteiro de vinte minutos. Ao fim de alguns dias, esse moço lia do mesmo modo que a senhora, cuja observação já citei antes. Essas experiências começam a revelar-nos fatos mais importantes: provam, pelo menos, que a sensação é independente do sentido especial por meio do qual ela é normalmente transmitida: o nihil in intellectu quod non prius fuerit in sensu, de Zenon (de Citium) e de Aristóteles, já pode ser discutido sobre outras bases."
O segundo caso é o seguinte:
“O indivíduo (sujet) era uma moça de seus vinte anos, de origem judaica. Desde que adormeceu, e num estado intermediário de abmaterialização, que não era letargia, nem sonambulismo, nem ainda o êxtase falante, porém antes o que os magnetizadores de profissão denominam sonambulismo lúcido, coloquei um rolo de algodão sobre cada um de seus olhos, mais uma toalha espessa e larga ou um pano atado por detrás da nuca. À primeira vez que tentei a experiência de que vou falar, fiquei muito admirado do êxito; devo dizer que, então, eu ainda não tinha a experiência que me deram, posteriormente, séries de observações e, devo acrescentá-lo também, estudos sérios e contínuos sobre a questão. Tomei, à minha biblioteca, o primeiro livro que me caiu nas mãos, abri-o ao acaso, por sobre a cabeça da moça, sem olhar, com a capa voltada para cima, enquanto segurava o texto impresso a dois centímetros mais ou menos dos cabelos da hipnomagnetizada. Ordenei-lhe ler a primeira linha da página que estava à sua esquerda e, após um momento de demora, disse ela: “Ah! sim, estou vendo; esperai”. Depois continuou: “A identidade conduz ainda à unidade, porque se a alma...” Deteve-se e disse ainda: “Não posso mais, basta; isto me fatiga.” Acedi ao seu desejo, sem insistir; virei o livro, que era de filosofia, e a primeira linha, exceto duas palavras, tinha perfeitamente sido vista e lida pelo invisível abmaterializado da adormecida.
O vídeo abaixo mostra , Ninel Kulagina, Clarividente Russa, sendo estudada. O áudio está um pouco atrasado em relação ao vídeo, mas dá para acompanhar.
Vários pesquisadores, entre os quais o Dr.Paul Gibier, médico francês, estudaram a clarividência. O autor, em "Análise das Coisas", Capítulo IV, nos reporta duas de suas experiências, realizadas com pessoas diferentes:
"Recentemente, em New York, numa primeira sessão de hipnose, pude obter de um moço, cujas pálpebras estavam fechadas sobre os globos oculares fixos, por contração dos músculos motores dos olhos, para cima e para dentro, como sempre, pude obter que ele me dissesse a cor de dois objetos, duas folhas de papel colocadas na parte superior da sua cabeça. Uma dessas folhas era branca, a outra azul. O indivíduo estava de costas para a minha secretária, de cuja gaveta eu tirava esses objetos sem fazê-los passar por diante do seu rosto. Na segunda sessão, coloquei meu relógio igualmente sobre a parte superior da sua cabeça. Depois de alguns segundos de hesitação, disse-me ele a hora exata. Conhecendo a faculdade que têm os hipnotizados de possuir, em geral, a noção do tempo, eu tinha recuado o ponteiro de vinte minutos. Ao fim de alguns dias, esse moço lia do mesmo modo que a senhora, cuja observação já citei antes. Essas experiências começam a revelar-nos fatos mais importantes: provam, pelo menos, que a sensação é independente do sentido especial por meio do qual ela é normalmente transmitida: o nihil in intellectu quod non prius fuerit in sensu, de Zenon (de Citium) e de Aristóteles, já pode ser discutido sobre outras bases."
O segundo caso é o seguinte:
“O indivíduo (sujet) era uma moça de seus vinte anos, de origem judaica. Desde que adormeceu, e num estado intermediário de abmaterialização, que não era letargia, nem sonambulismo, nem ainda o êxtase falante, porém antes o que os magnetizadores de profissão denominam sonambulismo lúcido, coloquei um rolo de algodão sobre cada um de seus olhos, mais uma toalha espessa e larga ou um pano atado por detrás da nuca. À primeira vez que tentei a experiência de que vou falar, fiquei muito admirado do êxito; devo dizer que, então, eu ainda não tinha a experiência que me deram, posteriormente, séries de observações e, devo acrescentá-lo também, estudos sérios e contínuos sobre a questão. Tomei, à minha biblioteca, o primeiro livro que me caiu nas mãos, abri-o ao acaso, por sobre a cabeça da moça, sem olhar, com a capa voltada para cima, enquanto segurava o texto impresso a dois centímetros mais ou menos dos cabelos da hipnomagnetizada. Ordenei-lhe ler a primeira linha da página que estava à sua esquerda e, após um momento de demora, disse ela: “Ah! sim, estou vendo; esperai”. Depois continuou: “A identidade conduz ainda à unidade, porque se a alma...” Deteve-se e disse ainda: “Não posso mais, basta; isto me fatiga.” Acedi ao seu desejo, sem insistir; virei o livro, que era de filosofia, e a primeira linha, exceto duas palavras, tinha perfeitamente sido vista e lida pelo invisível abmaterializado da adormecida.
O vídeo abaixo mostra , Ninel Kulagina, Clarividente Russa, sendo estudada. O áudio está um pouco atrasado em relação ao vídeo, mas dá para acompanhar.
Diante do acima exposto, que é uma fração mínima do que há disponível para estudo nessa área, fica demonstrada a Clarividência como uma faculdade espiritual do ser humano, que coloca em contato direto com o mundo espiritual aqueles que venham a desenvolvê-la ou que venha a passar uma por uma Experiência Fora do Corpo. Esperamos que o post seja útil àqueles que desejam aprofundar seus estudos nessa área. Um grande abraço =)
Muito interessante, realmente é uma faculdade instigante! Ótimo texto Flávia, claro e preciso!
ResponderExcluirBeijos e ótimo final de semana!
Sempre bom me informar mais por aqui, Flávia. Bjs e bom final de semana.
ResponderExcluirOla amigos, agradecemos pelos comentarios!
ResponderExcluirO texto e do Alexandre, do site Almateca (www.almateca.tk), tambem gostei muito!
bjs e otimo final de semana!
Alexandre,parabens pelo post bem detalhado!
ExcluirBom ver o casal compartilhando conhecimento
sucesso aos dois
Carol
Agradecemos Carol!
ResponderExcluirbjs
Obrigado, Carol =)
ResponderExcluiresperamos que tenham gostado =)